Entrevista | Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo

Créditos: Rafaela Hartmann

Uma conversa descontraída após o show da banda em Porto Alegre, falando sobre processos, influências e o disco “Música do Esquecimento”


Uma tarde de domingo, ensolarada e primaveril, recepcionou a banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo em Porto Alegre no 20 de outubro de 24, dia seguinte a um show visceral no Bar Opinião, que também contou com a Exclusive Os Cabides, produzido pela outrahorarec.

Em um canto aconchegante do Café Mal-Assombrado, se acomodaram Sophia Chablau, Téo Serson, Theo Ceccato e Vicente Tassara. Conversamos sobre música, cinema, o processo de construção do último disco da banda, da esfera conceitual-visual à produção musical.

Confira, na íntegra, a transcrição da entrevista.


 

Créditos: Rafaela Hartmann

Bernardo Liz, colaborador Outra Hora:

O segundo disco a gente sabe, por que já conversou e já leu também sobre, que ele é muito mais um disco focado. Vocês focaram nele e não foi só um projeto como aconteceu o primeiro disco. Ele é mais pensado e dá pra sentir muito ouvindo isso, que as músicas tem uma densidade e um peso muito maior e parece que vem de um lugar mais intenso. Como vocês sentem isso traduzido no processo de tocar essas músicas e de estar vendo a recepção delas agora que o disco já está surfando por aí?

Vicente Tassara, guitarrista:

É engraçado mesmo que as músicas do primeiro disco nasceram como músicas de show. Elas foram todas tocadas antes de serem gravadas. A gente ficou os primeiros oito meses da banda tocando essas músicas, e afiando elas. Então quando a gente foi gravar, os arranjos já estavam muito consolidados. Já no segundo processo foi totalmente o contrário. O show emergiu depois que a gente já tinha gravado e arranjado tudo.

Então muitas das músicas foram um processo, ou melhor, tem sido um processo desde que a gente começou a tocar elas, aprender a tocar elas e fazer elas funcionarem no palco. Acho que o maior exemplo disso é “Música do Esquecimento”, que é uma música que no fonograma ela tem muita coisa, tem timbres que a gente não consegue executar no palco porque o Vitor Araújo, que é o produtor do disco, botou um monte de camada de sintetizador e tocou piano também, então a gente sofreu muito, bateu cabeça pra descobrir como fazer o final dessa música ao vivo. 

A primeira música que a gente tocou em Brasília não deu nada certo, foi tudo caótico e a gente teve que repensar. A gente não sabia o que fazer. Eu lembro que eu tava só tentando tocar o que eu tocava na guitarra no fonograma e não funcionou, era uma linha que funcionava quando tinha outras paradas acontecendo. Sem elas era como se não tivesse nada. Depois, acho que antes do show do Cine Joia que a gente fez, que foi o show de lançamento em São Paulo, a gente começou a repensar um pouco. A gente vai mudando. Tipo, a gente já fez esse show do “Música do Esquecimento” umas 30 vezes, contando a viagem que a gente fez para a Europa e a turnê do ano passado. Então, realmente, foi legal sacar essa experiência de ir refinando os arranjos a partir de coisas que já estão prontas, descobrir como tocar essas músicas que envolviam várias camadas e como fazer essas camadas se traduzirem para os instrumentos que a gente tem no palco. Mas foi um desafio e é legal realmente acompanhar esse processo, ver que as músicas mudam ao longo dos meses e dos shows. É um jeito de deixar o negócio divertido também.

Acho que a gente cansou muito de tocar as músicas do primeiro disco. Agora a gente está descansando, voltando a tocar elas, voltando a ter vontade de fazer elas. Mas no “Música do Esquecimento” a gente se diverte tentando descobrir como tocar essas músicas ainda, toda vez. 


Téo Serson, baixista:

Um pequeno parênteses sobre o que Vi disse: acho que ontem (show no Opinião),foi um exemplo em que Música do Esquecimento, se aquela vez em Brasília deu totalmente errado, foi das vezes que mais deu certo. Então é isso, vai tocando, vai tocando, vai achando. Agora tá redondo, né?

Se não tivesse redondo, a gente já seria um lixo (risos de todos).

Outra Hora:

Bom, tem outra coisa que a gente pensa sobre o disco e também tem a ver com esse tema que a gente vai se aprofundar de leituras artísticas conceituais do negócio, que é o photoshoot da Helena, na lavanderia. Eu não ouvi vocês falando disso ainda, eu posso não ter perguntado, mas qual é o rolê, quem foi que veio com essa ideia?

Sophia Chablau, vocalista:

A gente tinha,quando a gente começou, mudado muito de ideia quando a gente tava fazendo toda a questão mais visual do disco. Só que uma das referências que a gente gostava muito era o disco do Sonic Youth, Wash Machine, que é a máquina de lavar. E aí que a capa, que são dois fãs do Sonic Youth, com uma camiseta meio que é a capa, sei lá, é meio um paradoxo, e a gente ficou muito nessa questão que a gente queria que estivesse escrito nome do nosso disco em alguma coisa, como se fosse uma certa bandeira, uma certa propagação da ideia, sabe? Então a gente ficou nessa coisa do moletom. Aí quando a gente começou a conversar com a Helena Ramos, né, que é a fotógrafa, a gente falou da referência da da máquina de lavar por causa do Sonic Youth, a gente resolveu tirar junto com as máquinas de lavar. Então, na verdade, as máquinas de lavar estavam na camiseta do Sonic Youth e agora a gente está atrás das máquinas de lavar com a camiseta da nossa banda.

A gente ficou com essa coisa do Merch também, sabe? Porque também tem uma coisa que é muito doida de ser uma banda independente, que, apesar dos shows serem uma fonte bem importante de renda e tudo mais, a gente ganha muito dinheiro com Merch. Então, também é um certo incentivo às pessoas consumirem o nosso Merch, porque isso faz a gente realmente conseguir mais longe. São essas coisas somadas.

Outra Hora:

E a conexão desse disco com o disco do Sonic Youth, vocês acham que foi só referência visual ou tem algo além do Visual?

Sophia Chablau:

Capas icônicas! A gente tinha pensado bastante nisso.A gente fez uma playlist com várias capas icônicas. E aí uma das capas icônicas era essa, e a gente ficou tipo, porra, essa capa é muito foda. A partir disso a gente ficou pensando como trazer, mas não necessariamente sonoramente, eu acho que era uma vibe.

Theo Ceccato, baterista:

A gente gosta muito do Sonic Youth, alguns mais, uns menos. Talvez a última música do disco lá, The Diamond Sea, eu acho que ela tem um clima: é uma música pouco óbvia, super comprida, com arranjo super denso, com timbres completamente esquisitos, e não do Rock'n'Roll, acho que ela tem um pouco a ver até com músicas de esquecimento, com as músicas mais baladescas, assim, mas por acaso. 

Sophia Chablau:

Tem uma coisa também que eu lembrei, mas que é uma das capas também que todo mundo sabe, uma capa icônica nesse sentido, é a capa do Velvet Underground, né? O disco da Banana, que a gente até fala assim. E é muito louco, porque a gente usou as mesmas cores desse disco. Tem algumas coisas que a gente ficou meio pensando na iconografia dessas cores, dessas ideias, de realmente esse disco ser um disco também um pouco específico da nossa banda. Ele não necessariamente dita os próximos caminhos, ele é um disco que é pensado para ser icônico, não tipo, “ah, icônico”, nesse lugar, mas um disco que tem um certo, entre muitas aspas, conceito. É o universo próprio. 

Outra Hora:

E vocês têm tido recepção da galera, dos fãs Hardcore de vocês que conhecem desde o início? De sentir essa diferença e esse aprofundamento conceitual no segundo disco? 


Theo Ceccato:

Cara, como bem o Vicente ontem falou uma coisa, que ele não gosta muito de discos cabeçudos, eu acho que apesar dele ter conceitos e ter profundidade, ele também é um disco de canções muito fortes. E eu acho que se tem uma coisa que sempre rolou na nossa boa relação com o público é essa coisa da galera se apegar muito ao que as canções estão dizendo e a coisa da canção. O que mais me impressionou particularmente foi pessoas cantando músicas não óbvias de um disco, porque é um disco que não é super comprido, mas é mais comprido (que o homônimo), ele tem mais fôlego, a galera cantando Música do esquecimento e letras tipo não só baby míssil e segredo, que é porra, hit de arrancar o cabelo, entendeu? Saca?

Então eu acho que isso foi uma coisa que a gente percebeu a diferença, no sentido que a gente conseguiu propor mais ideias, por meio da canção a galera continuou conseguindo se relacionar, apesar de a gente conseguir ter aprofundado mais também coisas instrumentais, ter tido mais tempo pra pensar sobre isso, e ter feito com mais elementos, menos cru. Eu acho que a gente conseguiu, e eu digo muito o Victor também, fazer com que isso também levasse a canção para um lado muito bom e ajudasse tudo a ficar mais interessante. Então acho  a gente sente, porque a galera continua respondendo muito bem a uma canção que poderia ser um voz-violão da Sophia, poderia ser de outros jeitos, sabe? 

Téo Serson:

É, e nisso a gente tem que ter consciência que tem pessoas que se relacionam com discos de maneiras muito diferentes, né? Então, tem aquela galera que vai ouvir as duas músicas mais pra cima, que mais pegam, e é isso. Nesse sentido, ele é um disco que tem músicas, que são muito pop, muito pra cima e que não tem nada a ver com conceito, nada a ver com narrativa, com aprofundamento instrumental ou lírico. Você pega Segredo, Baby Míssil, por exemplo, hit de arrancar o cabelo, como diz o Théo, e acho que tem certas pessoas que vão ouvir o disco, vão se relacionar com o disco nesse nível. Tem uma galera que gosta de ir até o fundo, eu acho que esse é um disco que dá margem pra isso, sabe? Se alguém for o tipo de ouvinte que gosta de pegar, de ouvir, de esmiuçar, de ver climas diferentes, momentos diferentes, ele tem isso. Mas a pessoa que quer ir lá e ouvir só, porra, umas canções massas sem querer entrar muito na narrativa, também tem isso, entendeu? Ele da para todo tipo de ouvinte.

Outra Hora:

A gente queria pedir algumas dicas pra vocês também, nessa onda do que vocês estavam falando de referências. O que influenciou mais vocês? O que estava na paleta próxima à degustação musical ou conceitual de vocês para fazer esse projeto sair do papel? 

Sophia Chablau:

A gente pensa em referência de diversas coisas, só que acho que nesse disco, especialmente, a gente estava numa vibe muito de trocar com o Victor, sabe? Eu acho que isso foi a coisa mais importante. Eu fiquei muito tempo sem ouvir o disco, porque não tenho muito hábito de ficar ouvindo as próprias coisas. Me dá até umas certas angústias. Mas aí, outro dia eu tava voltando do Rio, no ônibus, e comecei a ouvir e é isso, o disco tem muito a ver com as trocas que a gente teve com o Victor Araújo.

E eu sinto que o primeiro disco também tem muito a ver com as nossas referências, mas tem muito mais a ver com as trocas que a gente teve com o Ana Frango Elétrico nesse sentido, sabe? Com o Victor a gente tava buscando a participação dele no sentido da visão mesmo dele, e ele tem uma visão incrível, ele é realmente uma pessoa muito diferenciada, sabe? É lindo como ele pensa a música, é lindo estar com ele, sabe? Eu acho que o disco tem muito a ver também com essa amizade que a gente tem com ele e menos como algo: a gente ouviu seis discos do Radiohead e falou “po, é isso”, ou “ah não, essa música aqui…”

Vicente Tassara:

O próprio Victor deu referências musicais, né? Eu lembro que ele passou uma música, The Rip do Portishead, que é uma música maravilhosa que eu não conhecia, por exemplo. Ele que botou lá na mesa. Ou quando a gente foi fazer a primeira reunião do disco, que ele ficou mostrando outros sons.

Téo Serson:

Agora, uma coisa na linha do que a Sofia tava dizendo, de que de alguma forma a gente buscou o Victor. Uma das coisas mais bacanas que já aconteceram na minha vida foram nas nossas imersões. Isso não foi nas composições das músicas (Pois elas já tinham sido escritas). Quando a gente sentou pra fazer os arranjos, a gente tava numa vibe muito doida de música maluca, então lembro que foi um momento que eu comecei a me abrir muito pra ouvir música de disco contemporâneo, que era um negócio que eu não manjava nada. A Sofia tinha umas referências, eu tinha umas referências. A gente começou a sacar os discos da galera do Sahel Sounds. Um pouco de tudo, sabe? Então, a gente tava numa vibe de som maluco. Isso de alguma forma levou a gente a querer que o Victor produzisse. No fundo, não é que essas referências estão diretamente lá no disco, até porque a gente toca rock, a gente toca música popular, né? Que a gente sabe fazer um arranjo de pontilismo com piano preparado, que nem o Victor sabe. Mas de alguma forma a gente buscou o Victor porque a gente estava muito nessa vibe de som maluco. E porque isso tem a ver com a própria ideia de música do esquecimento, que é tipo a gente tentar fazer uma música... diferente. Não nos apegarmos muito as nossas próprias coisas. 

Sophia Chablau:

Mais do que som maluco, a gente tava saturado de ouvir as mesmas coisas. A gente tava na pandemia, tendo sempre buscar outras referências até pra gente conseguir significar nossa própria vida, que tava um saco. 

Vicente Tassara:

Engraçado, parece uma experiência um pouco pessoal, mas eu tenho a impressão que o período da pandemia e de isolamento foi pra muita gente um período de ouvir muita música. Justo pelo fato de estar todo mundo preso em casa sem nada o que fazer, eu descobri muita coisa porque eu tava de madrugada ouvindo sons e acho que isso foi uma coisa que perpassou. E uma coisa que a gente fazia, diferente de escutar música sozinho, como a gente tava em imersões em banda, a gente fazia essa pesquisa coletivamente. E eu acho que isso foi uma coisa que atravessou muito esse disco. A gente ficava na casa da Sofia quando a gente fazia as imersões, a gente ficava de madrugada ouvindo sons e tomando cerveja. Ouvindo discos do Miles Fusion 70, músicas de 20 minutos alucinados. Gil e Jorge, que a gente ficou ouvindo pra caralho. Não transparece tanto nas músicas assim, mas acho que esse disco é envolto numa certa vontade maluca de ficar ouvindo sons e pesquisando sons em grupo.


Outra Hora:

O outrahora até 2020 era um blog que a gente fazia mais como hobby. Mas na pandemia, que começou a ter muito muito acesso no Google, a gente começou a dar mais atenção. A galera, todo mundo em casa, pesquisando melhores álbuns de Neo Chamber soul e a gente com uma lista lá, sabe? E aí começou... Então esse movimento é uma coisa que a gente partilha muito da galera se afundando em consumir coisas. 

E aí vocês tiveram esses momentos sozinhos e depois juntos foram conversar com o Victor. Como era esse rolê?

Theo Ceccato:

É, na hora de gravar a gente foi conversar com ele. A gente fez reuniões tanto musicais  quanto reuniões sem nada, tomando uma cerveja, comendo um negócio, o que for. Só pra trocar ideia e dar uma viajada. E teve muita música também que a gente teve uma margem de erro para esse disco, muito grande, né? A gente veio com muita música e a gente não lançou todas. Teve música que o Victor não gostou do arranjo e a gente cortou, por exemplo. Teve música que a gente mudou o arranjo porque a gente gravou e o Victor falou: “Não, tá uma merda. Coisa horrível esse arranjo”. Coisa que a gente já tocava há uns dois anos. Então a troca com o Victor foi em todos os momentos. Antes de gravar. Durante a gravação. Enquanto o Victor gravava coisas também em cima das coisas, na pós-produção, enquanto ele trocava ideia com a Ana que ajudou nessa fase. Foi essa coisa do Victor em todos os momentos. E a ideia do próprio Vitor surgiu antes do convite também. A ideia do Victor já era um começo de alguma coisa. 

Sophia Chablau:

E o disco do Vitor tem, o Levaguiã Terê ou o A/B são dois discos maravilhosos e que também são grandes referências da minha vida de o que eu acho legal de som. Mas você tinha perguntado sobre a Ana. A Ana foi uma pessoa importante, teve uma posição não como no primeiro disco, onde ela teve uma grande participação com a gente, mas a Ana foi uma pessoa que estava dialogando com o Vitor na parte da mixagem e da masterização. Não que o Vitor estava mixando, a gente estava mixando com a Martin Scian, mas a Ana conhecia muito o Martin, então também era uma vibe boa dos três. E acho que a Ana deu muita coragem pro Vitor ousar bastante na mix e fazer tipo “tá, vamos cortar essa parte inteira”. A Ana editou muita coisa, tirou muita coisa, foi muito legal isso, a gente deixou eles bem livres e acho que a Ana incentivou bastante o Victor a também tomar opções ousadas. 

Outra Hora:

Galera, se vocês quiserem dividir algumas dicas de álbuns e filmes, também vamos curtir muito, e tenho certeza que a galera que vai ler depois, também!

Theo Ceccato:

Eu acho que um álbum que eu vou recomendar de uma artista em geral, que eu tô pirado, é a Juana Molina, uma Argentina perfeita, Discografia perfeita, tudo perfeito. Coisa maravilhosa. E filmes… vejam filmes. Vejam o que você gosta, mas vejam.

Na linha terror, filmes do Zé do Caixão, O Estranho Mundo de Zé do Caixão. Eu adoro filmes de terror mas eu diria que, ó, vê os filmes do Zé do Caixão: filme brasileiro bom, ou a Meia Noite eu Levarei sua Alma, talvez seja bom pra começar também. Foi o primeiro que eu vi.

Sophia Chablau:

Cara, eu não gosto de filmes de terror. Eu não gosto de sentir medo. A gente sente tanta coisa ruim na vida e fica sentindo medo. Não é comigo não. Sei lá, eu amo muito cinema, sabe? E eu gosto de muitas sensações que o cinema me traz. Medo não é uma delas.

Vou indicar duas coisas legais que não tem a ver com isso. Tem um disco de uma banda que a gente tocou junto que é muito bom. Eu preciso pegar um nome que é um pouco difícil porque é em árabe. Mas é da banda Sanam. Eles são uma banda do Líbano que é muito boa. Tô ouvindo loucamente. E é muito lindo, muito lindo. Tem que trazer eles pra Porto Alegre. É absurdo.

E um filme que eu acho que é muito do caralho, um filme realmente profundo que eu indico é o Mato Seco em Chamas do Adirley Queirós. O Adirley fez Branco Sai Preto Fica. Não circulou muito, o Adirley é muito injustiçado na indústria cinematográfica, mas vale muito a pena. É um filme que realmente mudou a minha vida.

Vicente Tassara:

Cara, eu vou fazer jus a camiseta que eu costumo usar na maioria dos shows e recomendar um disco da banda Death, que eu sou muito fã e eu acho que secretamente é uma influência nesse segundo disco. Acho que o metal curiosamente perpassou parte das nossas maluquices no segundo disco. o Pantera um pouco, mas esse é um pouco mais vergonhoso, então a gente vai ficar com o Death e aí eu vou recomendar não o Screamblood Gore, que é a camisa que eu costumo usar sempre, mas o Symbolic, porque eu sou mais o lado technical Death Metal do Death do que Death Metal normal, é mais legal. É podre, mas é foda. Mas então o Symbolic do Death. E filme das minhas referências de terror eu sou um grande fã do John Carpenter e eu acho que essa é a coisa mais óbvia do mundo pra todo fã de terror, mas o meu filme favorito do mundo é A Coisa. E se você nunca viu A Coisa e você é um fã de terror, não faz muito sentido. Mas, veja A Coisa que é muito legal. Vale o mesmo pra quem não é fã de terror.

Téo Serson:

Uma banda que eu andei descobrindo ultimamente que eu curti bastante chama Tindersticks. As letras são muito boas e muitas vezes nem é exatamente uma coisa cantada, é uma coisa quase meio falada, meio spokenword. Tem certas músicas que são claramente canções, mas tem certas músicas que parecem quase um poema sendo declamado com uma base por trás, é muito legal e as bases instrumentais são muito sacadas, muito legais, geralmente são umas coisas simples e ao mesmo tempo muito inteligentes e... E tem um clima meio... Quer dizer, eu também não gosto de filmes de terror e não conheço muitos filmes de terror, mas tem um clima meio vampiresco.

Ah, aliás, você me fez lembrar de um filme que não é de terror. Aliás, é quase zero terror, mas que é super divertido de ouvir. É só porque eu vi ele há poucas semanas, eu não lembro o nome dele. Você vai saber, dos vampiros. “Only Lovers Left Alive”. É um casal de malucões que gostam de poesia e música experimental, nada a ver com terror. Mas são vampiros e passam atravessando as Eras. Lembra muito eu e minha namorada (risos).

Créditos: Renata Duarte

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Crítica | By The Stream