Os 10 Melhores Álbuns de 2011

A segunda década do século 21 está chegando ao fim e para comemorar (?) decidimos retornar à todos os anos desde 2010 e listar os melhores álbuns, filmes e músicas de cada um.

Listas anteriores:


Chegamos ao nosso top 10 álbuns de 2011, ano em que a indústria musical foi praticamente salva pelo sucesso estrondoso de Adele, que relembrou a todos que a pirataria não era o único modo de se aproveitar a música.

Sem mais delongas, estes foram os dez melhores álbuns de um ano onde o Indie e o alternativo reinaram em qualidade.


10 | Adele - 21

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Caso você não tenha lido nosso top 10 músicas de 2011 ainda e, caso tenha nascido depois daquele ano, acho que vale dizer que 2011 foi o ano de Adele. Não apenas o ano em que ela fez mais sucesso, mas foi o ano da Adele.

Ela viu sua popularidade, que até então era maior apenas na Inglaterra, se alastrar mundo afora e seu segundo álbum de estúdio vendeu nada mais, nada menos que 31 milhões de cópias. Um número tão absurdo no século 21 que apenas a compilação “1”, dos Beatles, vendeu tanto. Por um ano inteiro (dois na verdade, pois “21” também foi o álbum mais vendido de 2012) o mundo pertencia a esta mulher e também pudera.

Sua voz, além de irrepreensível, tinha toda a influência e estilo retrô para apelar aos nostálgicos de uma época onde a voz era o principal atrativo de qualquer álbum e seus hits eram tão contagiantes e vivos que os jovens, sedados pela música eletrônica, se viram obrigados a se deixar levar.

É, até agora e deve continuar, o álbum mais vendido do século e não é difícil perceber o porquê.

Melhores faixas: Rolling In The Deep, Rumour Has It, Set Fire To The Rain, Someone Like You


9 | Nicolas jaar - Space is only noise

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Em 2011, o chileno-americano, Nicolas Jaar, era apenas um menino prodígio na industria da música.

Ainda universitário na época, com somente 21 anos, emplacou uma maravilhosa estreia de música techno; com profundas influencias de trip hop, e jazz, suas colagens se mostravam diferenciadas e se destacavam em comparação a outros produtores de música eletrônica na época. A voz acanhada de Jaar faz apenas adições pontuais à bonita mescla de gêneros e ambiências extravagantes.

Assim como a maioria dos seus semelhantes contemporâneos, “Space Is Only Noise” não é um álbum de escuta fácil, mas algumas audições, tratam de deixar o álbum bem mais digerível e compreensível.

Melhores faixas: Colomb, Space Is Only Noise If You Can See, Almost Fell, Variations


8 | m83 - hurry up, we’re only dreaming

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A banda francesa de um homem só nunca passou tão perto dos holofotes quanto em seu sexto álbum de estúdio, o rico e sonoramente explorador “Hurry Up, We’re Dreaming”.

Como todos os grandes atos da música underground, M83 sucede em trabalhar temas em abundância no mainstream de forma muito mais profunda e substancial. Este álbum celebra a vida de sonhos com uma musicalidade por vezes eufórica por vezes ambiente, que pode ser tocada tanto em uma festa como na sua sala de estar.

É profundamente marcante para todos que o tentarem, basta descobrirem que existe.

Melhores Faixas: Midnight City, Reunion, Wait


7 | the horrors - skying

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O single “Still Life” deu um novo ânimo aos fãs da banda britânica The Horrors, enquanto o seu antecessor “Primary Colours” rumava em direção ao post-punk e o shoegaze, o single principal de divulgação de Skying, experimentava em cima do indie e do dream pop.

A capa borrada e colorida, com um filtro vintage, é a embalagem perfeita para entender o novo método de produção da banda. Apesar de não ser aquele sucesso comercial esperado, mesmo fazendo uma abordagem mais popular e de fácil entendimento, muitos apontam como o projeto mais bem feito e ousado.

Melhores faixas: Still Life, You Said, I Can’t See Through You, Monica Gems


6 | tune yards - whokill

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O duo composto por Merrill Garbus e Nate Brenner é, talvez, o ato menos comercialmente reconhecido de todas as listas que iremos fazer. Bem, pelo menos em seu segundo álbum de estúdio, o visceral “w h o k i l l” que, com uma gama extensa de gêneros que vão desde o Rock e o Folk ao Jazz e o R&B, pinta um mosaico extremamente colorido e tem, em seu núcleo, uma crítica clara à desigualdade provocada por toda nossa sociedade.

Se qualidade fosse motivo de sucesso - e pode até ser, mas, na maioria das vezes, não - a dupla seria reconhecida internacionalmente, mas, mesmo em seu meio, acaba ofuscada por outras bandas menos talentosas.

Melhores faixas: Powa, Riotriot


5 | st. vincent - strange mercy

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Anne Clark encontrou em seu terceiro álbum de estúdio a famosa unanimidade, “Strange Mercy” é um álbum de muitas facetas, de dezenas de instrumentos e para diversos gostos.

Anne é uma musicista de mãos cheias, ex-aluna da legendária faculdade Berklee de música, sabe arranjar e compor como gente grande; nesse projeto, St Vincent tem momentos de grande notoriedade popular, mas sem deixar de lado a classe e finesse inusual, marca registrada dos arranjos de Anne Erin Clarck. “Cheerleader” e “Surgeon” dão voz ao lado mais art pop do disco; enquanto de outro lado “Dilettante” e “Hysterical Strength” fazem o contraponto.

Com a maior recepção popular até então, e gigantesca aprovação da crítica, “Strange Mercy” é sem sombra de dúvidas um dos maiores álbuns de 2011.

Melhores faixas: Cruel, Cheerleader, Champagne Year, Hysterical Strength


4 | bon iver - bon iver

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Divergindo de forma quase assustadora do seu álbum de debut, o segundo álbum de estúdio do projeto de Justin Vernon é o avesso de “For Emma, Forever Ago” que foi gravado quase que unicamente em violão e vozes.

Já na primeira faixa do disco, guitarras distorcidas, tubas, trompetes fazendo frases epopeicas na ponte, “Bon Iver, Bon Iver” tem um pouco de tudo, e com certeza fez valer o longo tempo de espera. O disco é muito trabalhado em cima do grave, do ritmo, das linhas de baixo e dos compassos com instrumentos de sopro tenores; apesar do disco ter uma pluralidade de instrumentos, trabalha muito com espaços vazios, combinação perfeita para a serena voz de Vernon, que doma o disco inteiro com maestria; é um dos maiores divisores de águas na extensa carreira do lendário músico de Wisconsin.

Melhores faixas: Holocene, Towers, Minnesota, Beth/Rest


3 | the weeknd - trilogy

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Analisando sua carreira desde o lançamento de “Trilogy”, é possível dizer que The Weeknd se tornou um dos artistas mais populares de sua década. Dono de hits reconhecidos mundialmente e de uma estética própria que adotou em sua obra, Abel Tesfaye é uma história clássica de sucesso. Porém, analisando sua carreira desde o lançamento de “Trilogy”, é possível dizer, também, que ele não cumpriu as expectativas impostas pela qualidade de seu primeiro trabalho.

Não que fossem expectativas baixas, afinal o furor criado por um artista sem nome com uma qualidade absurda em seus primeiros passos na música, tão diferente e aquém de tudo sendo lançado no momento era tanto que chamou a atenção de Drake e fez até mesmo alguns críticos o julgarem o artista mais talentoso desde Michael Jackson. E, por mais absurda que essa comparação possa parecer agora, o impacto que seu lançamento pouco ortodoxo de três mixtapes - as quais lançaria como um projeto continuo, chamado de “Trilogy” - provocou se estendeu além do R&B que ele já estava, esteticamente, moldando à seu gosto.

Era uma música sombria, convidativa, que te colocava dentro de um mundo de festas, drogas e sexo que a maioria dos rappers ou nunca chegaram perto ou tinham até medo de tentar mostrar em seus trabalhos. Mas ele não tinha medo, pois, naquela época, não tinha nada se não sua reputação de “party boy”, havia largado o colégio e por acaso conseguiu colocar as mãos - ou a voz, no caso - em produções que se tornariam a fundação de “House Of Balloons”, sua primeira mixtape. “Thursday” e “Echoes of Silence” foram lançadas no mesmo ano e a tendência pegou, sendo que até mesmo Justin Timberlake, um dos ídolos de Tesfaye, lançaria trabalhos múltiplos dois anos depois.

“Trilogy” possui trinta músicas e é um dos projetos mais ricos e dignos de exploração de toda a década. Um marco para o R&B de sua era e, hoje, uma memória deliciosamente sombria de um artista que se tornou Pop demais com o passar do tempo.

Melhores faixas de:

House Of Baloons: Wicked Games, The Morning, Loft Music

Thursday: Life Of The Party, Thursday, Rolling Stone

Echoes of Silence: DD, Montreal


2 | pj harvey - let england shake

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Em uma lista com vários artistas que obtiveram, ao longo de suas carreiras, muito menos sucesso do que mereciam, PJ Harvey facilmente a encabeça, por mais triste que isso seja.

A única na história dona de dois Mercury Prize (principal prêmio musical do Reino Unido) ganhou seu segundo justamente com um álbum que deveria ter feito tanto a Inglaterra, sua terra natal, como o resto do mundo tremer. “Let England Shake” é um exercício de foco e um atestado de suas habilidades, que compôs praticamente todo o projeto sozinha e o tocou em uma autoharp, um instrumento que, de acordo com ela, é como ter uma orquestra em suas mãos.

E conceitualmente é um álbum que retrata toda a dor e crueldade do ser humano e sua tendência de guerrear para resolver seus problemas, um doloroso retrato de praticamente toda nossa existência. Como seu reconhecimento ficou apenas no Reino Unido, não sei explicar.

Melhores faixas: Let England Shake, The Words That Maketh Murder, On Battleship Hill, In The Dark Places


Menções Honrosas: Deerhunter, Halcyon Digest; Flying Lotus, Cosmograma; Caribou, Swim; Big Boi, Sir Lucious…; Sleigh Bells, Treats.


1 | james blake - james blake

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Lá em 2011, o ex-queridinho da Pitchfork ensaiava um grande salto para o mainstream, depois de inúmeros EP’s com recepção de gente grande. Já era hora de James Blake ter os holofotes virados para ele.

Sempre tímido, ele próprio nunca gostou dessa ideia. Os holofotes o assustavam tanto que usou um pseudônimo até 2009, e nem ao menos cantava em suas produções; o lugar onde James brilhava era atrás das cortinas, num estúdio, na frente do Pro Tools com um teclado a sua frente.

O seu álbum homônimo veio para quebrar certas barreiras, desmontou a temática mais baseada no dub-step que Blake seguia e incrementou ingredientes de outras vertentes da música eletrônica, figurando como um dos melhores e mais influentes projetos do gênero. James trabalhou também com a modulação da voz, e deu uma aula de produção em faixas como “Lindisfarne” e “Why Won’t You Call Me”, explorou tempos também raramente usados na música eletrônica, e também na música mainstream em geral; chamou a atenção de gigantes e compôs e trabalhou com eles (inclusive tem sua própria faixa em “Lemonade”, o sucesso e maior obra de Beyoncé).

A estreia de James Blake já é um clássico, e quase uma audição obrigatória para os amantes de música, James cuidou de cada detalhe da produção e arranjo do disco, e tudo isso com 22 anos.

Melhores faixas: Unluck, I Never Learnt To Share, Lindisfarne, Limit To Your Love, I Mind, Why Won’t You Call Me

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