Top 10 Músicas de James Blake
O produtor/cantor/compositor londrino anunciou essa semana a data de lançamento, nome e tracklist do seu próximo álbum. "Assume Form", será o sucessor de "The Colour In Anything", lançado em 2016. Workaholic e mega produtivo, Blake passou esses últimos dois anos produzindo mais que nunca; não só lançou pequenos singles como “Vincent”, “If The Car Besides You Moves Ahead”, e “Don't Miss It” (faixa confirmada no próximo álbum), como participou ativamente da trilha sonora de “Pantera Negra”, e também produziu faixas para artistas como Kendrick Lamar e Vince Staples.
"Assume Form" foi anunciado com uma pesada divulgação visual nas ruas de diversas cidades do planeta, divulgação que não é de costume de James, que apesar de seus últimos álbuns terem ótimas recepções críticas e prêmios, a divulgação global não teve grande papel no sucesso dos projetos, talvez, James Blake faça as pazes com o mainstream, o que não acontece desde o seu single de 2013, Retrograde. Com as informações que temos em mãos, já tentamos prever qual será a sonoridade do próximo projeto de Blake, e para esse trabalho, nada melhor do que voltar até os primeiros projetos de Harmonimix até os últimos singles lançados, destacando os pontos altos da carreira de James.
*Todos os vídeos retirados do canal jamesblakeproduction no Youtube, exceto quando assinalado.
10 | Why Don't You Call Me
Why Don't You Call Me é uma música demasiadamente curta, a mais curta e talvez mais discreta do álbum de estréia do londrino. Mas nem por isso é menos bonita, vocais delicados característicos de Blake e a caótica progressão harmônica da primeira parte abrem espaço pros vocais oitavados e levemente distorcidos nos segundos finais.
9 | CMYK
Em sua fase mais inspirada no até então, novo sub-gereno, dubstep e mais eletrônica que nunca, os EPs que antecediam seu debut tem suas pérolas. CMYK é um lindo groove de bateria-teclado repleto de samples usados como texturas. Para narrar, James usa sample do single "Are You That Somebody?" da cantora Aaliyah, de modo onde os efeitos usados sejam tão mesclados que o sample fica quase irreconhecível.
*Vídeo publicado pela Pitchfork em seu canal no Youtube.
8 | Choose Me
Um coro de vocais de Blake abrem a faixa, as vozes que faziam a melodia se transformam em uma cama harmônica, como preparação para o break da música, que vem sem aviso prévio para o ouvinte. Um dos momentos mais bonitos e bem executados de seu último álbum "The Colour In Anything", James cria variações de instrumental durante os quase 6 minutos de música, renovando a música e acrescentando elementos que a deixam cada vez mais interessante.
7 | Lindisfarne I + II
Lá em 2011, era um pouco mais difícil de definir quais eram as reais intenções de James na industria musical, alternava grandes singles com potencial de atingir massas como "Limit To Your Love" e peças completamente experimentais e provocadoras, assim como as gêmeas Lindisfarne I e II. A primeira, uma peça completamente a capella e delicada; a segunda, uma continuação com instrumental folk eletrônico, um dos momentos que mais definem o seu álbum debut, auto-intitulado.
6 | Life Round Here
Que "Overgrown", o seu segundo álbum de estúdio, é um álbum mais comercial e radio-friendly do que os demais não é segredo pra ninguém; quase como um terceiro single do álbum, uma versão remix de Life Round Here com Chance The Rapper, foi lançada juntamente com um clipe em Outubro de 2013. Blake brinca fluidamente com as variações de tempo nessa música, dando a pitada de experimentalismo essencial que casa perfeitamente com o loop praticamente feito para ser um hit.
*Vídeo publicado pela Noise em seu canal no Youtube.
5 | Don't Miss It
James nunca antes falou tão objetivamente sobre um assunto tão delicado que é a saúde mental, Don't Miss It é uma linda composição sobre ansiedade, pensamentos autodestrutivos e a eterna sensação de nunca estar vivendo a vida em seu máximo potencial. James namora a atriz Jameela Jamil há quase quatro anos, e reitera a importância de sua parceira na estabilização da sua saúde mental.
4 | Unluck
A primeira faixa do primeiro álbum, Unluck é uma coleção de cliques, recortes e timbres estonteantemente lindos. Como de praxe, o tempo da música não é nada simples de ser explicado, o verso em 3/4, o refrão num 4/4 simples, com a bateria alternando entre quíntuplos e sêxtuplos. Uma bagunça que funciona muito bem, e confunde nossa mente da melhor e mais saudável forma possível. Talvez uma das produções mais completas de toda a discografia de Blake, mostra o talento de James não só como produtor, mas como compositor, vocalista e instrumentista.
*Vídeo publicado pela The Alternate Side em seu canal no Youtube
3 | I Need a Forest Fire
As harmonias ambientes são uma das maiores virtudes de James na produção, uma de suas harmonias mais bonitas é justamente "I Need a Forest Fire", que foi lançado como single juntamente com Radio Silence e My Willing Heart, em maio de 2016. Justin Vernon canta os versos da música em falsete, e com muita classe e afinação, alterna e harmoniza com James; a parceira Bon Iver e James Blake, sempre de bom gosto, dessa vez contou também com a participação do lendário produtor Rick Rubin.
“I Need a Forest Fire” é citada constantemente como uma das favoritas dos fãs, e foi o single mais bem recebido entre os cinco do álbum “The Colour in Anything”.
2 | Retrograde
Introspectivo, assim como sua música, James Blake nunca foi o tipo de artista a atingir o Top 100 da Billboard ou ter enormes pretensões; Retrograde é uma música de amor, fácil de se identificar, é uma das músicas mais monodimensionais de James, mas é isso o que faz dela também, seu maior single e sucesso. Sintetizadores agressivos e afiados cortam o andamento pop e simples da melodia, fazendo, mais uma vez, com perfeição o casamento entre o experimental e o mainstream.
O álbum “Overgrown” foi o grande vencedor do premio Mercury Prize de 2013, que todo o ano elege o melhor álbum do Reino Unido, tendo como grande destaque do álbum, justamente “Retrograde”.
1 | Two Men Down
É estranho pensar que, até 2011, o talento vocal de James Blake era totalmente desconhecido, nos seus projetos anteriores, Blake abusava de seu talento acima de média como produtor para fazer grandes peças instrumentais, nunca deixando em evidência o quão potente e ímpar era seu timbre vocal; hoje 7 anos depois, nós sabemos claramente a importância da voz de James em sua obra, principalmente em seu último álbum de estúdio. Diferentemente do usual para James, “Two Men Down” é uma música positiva, energética.
A influencia de R&B e Soul nessa música se dá pelos seus parceiros de composição, “Two Men Down” foi escrita por James em parceira com Frank Ocean, em meados de 2014, e produzido por Justin Vernon e Rick Rubin, um supergrupo para dar vida a música mais longa do álbum; o verso da música trás uma aura épica, acordes maiores, Blake conta uma história que acaba florescendo em um refrão com acorde menor, trazendo a música de volta ao chão. É, até agora, sua melhor música.