Crítica | Homem Aranha: De Volta ao Lar

Finalmente o nosso herói da vizinhança voltou, Tom Holland é o mais novo Homem-Aranha do universo Marvel, e trago mais uma ótima notícia: é o melhor Homem-Aranha de todos os tempos! 

O que torna Tom Holland o melhor Homem-Aranha de todos os tempos? A caracterização do ator tanto como cabeça de teia quanto Peter Parker foram de longe as melhores já feitas para o personagem. A imagem de um rapaz jovem com seus 15 anos, ainda no high school, com casinhos amorosos e tudo aquilo que já conhecemos da adolescência nos transmite a essência do personagem. Sem ser aquele Peter badass de Andrew Garfield ou estabanado de Tobey Maguire. A impressão de que o filme seria inteiramente de Tony Stark foi por água abaixo, o ator só tem a presença para ajudar na construção do personagem, já que essa não é uma história de origem. O filme está no ponto certo para entrar no universo cinematográfico Marvel, deixa algumas pontas soltas para uma sequência e uma constante menção aos vingadores.

A escolha de todo o elenco e suas participações no filme foram bem feitas, os momentos cômicos foram sutis porém engraçadas e com um bom tempo entre cada cena. O novo amigo de Peter Parker, interpretado por Jacob Batalon, possui grande parte das cenas cômicas e foi uma ótima descoberta para o conjunto da obra. Zendaya, no papel de Michelle, é uma estudante fechada no seu mundo mas que guarda algumas características para uma futura sequência. Laura Harrier, interpretando Liz Allen não é a Mary Jane, mas é um romance jovem interessante, a personagem se inclui naquela verba de donzela indefesa que é salva pelo herói. E a nossa tia May? Interpretada por Marisa Tomei, também é a mais nova tia May de todas, a atriz com seus 52 anos foi posta pelos seus roteiristas e diretor à passar um tom meio sexy que pode ter destoado o cenário de tia e sobrinho. Marisa teve pouco tempo em cena e os momentos em que ela aparece são para descontrair e sem grandes conselhos ao personagem principal, provavelmente o tio Ben já deve ter feito isso. 

Mas o vilão, vale a pena? Michael Keaton é de fato um ótimo ator, quando anunciado como Abutre algumas pessoas devem ter temido por ser um personagem meio banal, mas a motivação junto à atuação fechou um ótimo conjunto. Sempre passando um ar de seriedade e medo, o Abutre é um ótimo vilão para esta nova fase, contrariando o costume da Marvel de ter vilões esquecíveis. O que foi feito com sua história, fecha com todo o universo cinematográfico, além de influenciar na motivação do antagonista. Após o primeiro trailer vimos que a armadura utilizada por Keaton, realmente foi algo bem pensado. O medo era de se tornar mais uma armadura estilo Homem de Ferro, mas está muito longe disso e ainda possui suas próprias características. A interação entre Homem Aranha e Abutre, de certo modo nos passa um sentimento de Davi e Golias, mesmo o herói tendo uma super força. 

Os efeitos visuais são típicos Marvel, ótimas cenas de ação e uma coloração viva em todas as cenas. Os efeitos sonoros também são muito bons, som das teias e dos cartuchos sendo descartados e repostos também ficaram bem perceptíveis. A trilha sonora, por sua vez, deixou a desejar comparada ao primeiro filme com Tobey Maguire que tinha como compositor Danny Elfman, e a melhor trilha já feita para o herói.

O longa possui um início bem definido e engraçado, um meio ativo, mas a luta no final é morna. Com o filme todo sendo filmado com uma coloração mais clara, a luta final decepciona com a falta de visibilidade da cena. É um pouco triste ver que está se encerrando daquela maneira, muitas coisas acontecem na tela, mas é difícil de discernir o que esta acontecendo. Talvez tenha sido uma grande falha para concluir esta obra, possuir tudo menos um final digno é algo decepcionante. Provavelmente tenha tido um dedo mais forte da Sony nesta parte do filme, mesmo que momentos após a ação pareça que a Marvel retoma as rédeas. 

Jon Watts conseguiu fazer uma direção digna para o cabeça de teia, coordenou o elenco muito bem e levou o filme para o patamar padrão que todos gostamos. Com um toque jovial em um universo que contém deuses e um monstro verde, realmente foi algo bem positivo para os estúdios e principalmente aos fãs, tanto de quadrinhos como do mundo cinematográfico.

8
 

Anterior
Anterior

Crítica | Frank Ocean - Channel ORANGE

Próximo
Próximo

Crítica | Homem-Aranha 2