Crítica | Viúva Negra
Onze anos depois de estrear no Universo Cinematográfico da Marvel, a espiã russa Natasha Romanoff finalmente chegou às telas do cinema e do streaming em seu próprio filme solo, "Viúva Negra''.
Sobre o comando da diretora Cate Shortland e com Scarlett Johansson voltando mais uma vez para interpretar a assassina tornada heroína, "Viúva Negra” mostra o que aconteceu com Natasha logo em seguida do fim de “Capitão América: Guerra Civil”.
Agora sendo considerada uma fugitiva do governo americano por ter quebrado o rígido Acordo de Sokovia e ter traido o rei T’Challa para ajudar Steve Rogers e Bucky Barnes a escapar da justiça, Natasha descobre que o líder da facção criminosa conhecida como Sala Vermelha sobreviveu uma tentativa de assassinato dela muitos anos atras, quando decidiu abandonar o programa das Viuvas Negras e se juntar com a SHIELD.
Para trazer ao fim as ações malignas do russo Dreykov (Ray Winstone), Natasha precisa se aliar com sua irmã perdida, Yelena Belova (Florence Pugh), que também é uma espiã Viúva Negra, e com os pais adotivos delas, o ex-herói russo Alexei Shostakov (David Harbour) - também conhecido como Guardião Vermelho - e a cientista Melina Vostokoff (Rachel Weisz).
Sempre cheio de ação e com o humor característico dos projetos dos Marvel Studios, "Viúva Negra” é um prequel satisfatório para a personagem, dois anos depois de seu sacrifício final em “Vingadores: Ultimato”. Finalmente Natasha Romanoff recebe seu dia ao sol, com Scarlett Johansson retornando ao mundo Marvel e mostrando que sempre foi merecedora de seu próprio filme.
Entretanto, é Florance Pugh quem brilha e chama a atenção, roubando os holofotes sempre que aparece em cena. Sua personagem, Yelena, é uma das adições mais perfeitas e entusiasmantes no MCU desde o próprio Tony Stark. Pugh tem um talento físico incomparável e um talento para o humor que com certeza vão fazer dela o centro das atenções em filmes futuros.
E quando o assunto é ação, a diretora Cate Shortland faz um trabalho excelente compondo sequências tão boas e fortes quanto as vistas em “Capitão América: O Soldado Invernal” e do seriado recente “O Falcão e o Soldado Invernal”. Fãs finalmente vão aprender o que aconteceu entre Natasha e Clint Barton, o Gavião Arqueiro, em Budapeste, anos depois de ter sido referenciado numa cena do primeiro filme dos Vingadores.
O maior problema de "Viúva Negra”, infelizmente, é a falta de vilões memoráveis, algo que já virou característico dos filmes da Marvel. O vilão Treinador vem e vai sem adicionar nada a história, mesmo que suas cenas de ação sejam bem coreografadas e bonitas de assistir. Outro grande problema do filme é sua decisão de incluir na trama aspectos do tráfico mundial de mulheres, simplesmente como meio para movimentar a história mas sem real profundidade.
Tantos anos depois de estrear nas telas do cinema no filme Homem-Aranha 2, Viúva Negra finalmente chegou num filme forte e satisfatório, mesmo que muitos acreditem ser desnecessário ou atrasado. Mais uma vez o Marvel Studios e Scarlett Johansson mostram como essa personagem querida cresceu imensamente ao longo dos anos e o quanto sua ausência será sentida no futuro. Sim, Natasha provavelmente merecia mais, mas “Viuva Negra” ainda é um ótimo jeito de honrar seu legado.