Melhores Filmes da Década: 2010s | Musicais
A segunda década do século 21 está chegando ao fim e para comemorar (?) decidimos retornar à todos os anos desde 2010 e listar os melhores álbuns, filmes e músicas de cada um.
Se quiser conferir outras de nossas listas temáticas:
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Melhores ficções científicas
O cinema musical representa a Era de Ouro de Hollywood. Foi nesse gênero que o cinema conquistou os corações do público dos Estados Unidos e criou a imagem da indústria dos sonhos que conhecemos hoje.
Porém, desde 1960 o gênero teve altos e baixos (mais baixos) com poucos filmes de destaque, mas ainda mantém um público fiel que foi responsável por tornar alguns dos exemplares da lista em sucessos absolutos. Se dividindo em quatro subcategorias distintas nestas últimas décadas, o gênero se compõe principalmente de:
“Jukebox”, musicais que usam músicas que foram lançadas fora do filme como trilha;
Trilha Sonora Original - essas categorias são usadas no teatro musical também -
Adaptação da Broadway
Animação Musical - as últimas duas podem contar trilha sonora original ou “Jukebox”.
Essa lista vai ter um pouquinho de cada um desses e por mais que a produção de musicais não seja mais tão vasta é, na minha opinião, um gênero que chama muita qualidade e abre incríveis possibilidades narrativas. Estes dez filmes são o que ele nos trouxe de melhor nestes últimos dez anos:
10 | Jersey Boys
Depois de imenso sucesso na Broadway, o musical que conta a biografia do músico Frankie Valli e sua banda Four Seasons ganhou uma adaptação cinematográfica dirigida por ninguém menos que Clint Eastwood. Ambientado nos subúrbios italianos de Nova Iorque dos anos 50, o filme usa as músicas da banda para contar uma história de crime e amor enquanto os jovens lutam para conseguir o sucesso de sua banda.
Por mais que o desenvolvimento do filme seja um pouco bagunçado a filmagem de Clint é bastante interessante e a escolha de John Lloyd Young, ator original da broadway, para o papel de Frankie é bastante acertada. Por vários motivos, Jersey Boys acabou passando batido mas o filme é bem involvente e as cenas musicais especialmente bem feitas.
9 | Rock of Ages
Vindo do circuito alternativo da Broadway, Rock of Ages recria uma Los Angeles no começo do fim do Rock, de um lado as gravadoras empurram o Pop e do outro os religiosos e conservadores não permitem mais o gênero que por décadas foi a principal expressão de rebeldia da juventude. Trazendo na trilha sonora clássicos como “Paradise City” e “I Wanna what Love is”, o filme parte da história de dois jovens tentando estourar como músicos em Los Angeles, Drew (Diego Boneta) e Sherrie (Julianne Hough). Ela vinda de Oklahoma e ele de Los Angeles. Suas histórias se entrelaçam no bar The Bouron Room bar que representa o momento que o rock vive.
Com atuações de Tom Cruise, Catherine Zeta-Jones, Alec Baldwin, Russel Brand e Paul Giamatti Rock of Ages traz performances eletrizantes de grandes clássicos, conta uma história divertida e trabalha com humor as vidas de seus personagens lidando tanto com a ganância das produtoras musicais quanto com a hipocrisia dos conservadores de maneira irônica e cômica. Já um veterano no gênero Adam Shankman (Hairspray) traz mais um filme que agrada
8 | Into the Woods
Outra adaptação direto da Broadway para o cinema foi Into the Woods. História que mistura “Chapéuzinho Vermelho”, “Rapunzel”, “Cinderela”, João e o Pé de Feijão” a partir da criação de um elemento em comum nas histórias: a floresta mágica. O filme ainda traz a história de um casal amaldiçoado pela Bruxa Má que precisa reunir quatro objetos para que a bruxa possa recuperar sua juventude tirada dela quando se descuidou e perdeu feijões mágicos. Os objetos são: uma vaca branca como leite, uma capa vermelha como sangue, um cabelo tão amarelo quanto milho e um sapato tão puro quanto ouro.
Além de Meryl Streep no papel da Bruxa, o filme traz um elenco estrelado por Emily Blunt, James Corden, Anna Kendrick, Christina Baranski, Chris Pine e Johnny Deep e é um mergulho no mundo dos contos de fadas. As músicas originais na broadway são interpretadas com força e tudo é bem filmado por Rob Marshall (Chicago) de uma maneira que interage com o imaginário das fábulas e com a linguagem do cinema musical.
7 | A Escolha Perfeita
Escolha Perfeita é uma boa comédia romântica jovem e um divertido musical que cantou em versão acapella hits dos anos 2000. O filme tem uma energia misturada de Meninas Malvadas com Glee e bastante preciso no humor especialmente porque em nenhum momento leva a sério de mais a sua história e nem as próprias convenções dos gênero. Funciona também pelo carisma do jovem elenco, especialmente Anna Kendrick, a protagonista e Rebel Wilson no papel de Fat Amy que chamou muita atenção nesse papel.
O romance de Becca (Kendrick) e Jesse (Skylar Astin) é interessante e o roteiro é compentente o suficiente para nos manter engajados na história dos personagens que crescem e chegam ao final do filme diferentes do que começaram mesmo com as batalhas e competições de corais acapella como plano de fundo. Escolha Perfeita entrega tudo que os fãs de comédias românticas e musicais gostam e não precisa mais do que isso para ser marcante.
6 | Trolls
Essa animação que se destacou especialmente por causa da eufórica trilha com uma mistura de clássicos como “Hello” e “True Colors” e músicas originais feitas por Justin Timberlake e Gwen Stefani (os dois membros do elenco). A história das pequenas criaturas que usam a música para demonstrar a felicidade e exaltar as suas efusivas cores. O conflito quando a sua espécie é expulsa da sua árvore por uma espécie triste, os Bergen, que não sabem cantar nem dançar.
Trolls é um filme inocente mas divertido, feito para família e que usa de muitas cores e alegorias para fazer sequências musicais eletrizantes. Conta com um elenco de celebridades, além de Timberlake e Stefani tem Anna Kendrick (oi vc de novo por aqui), Zooey Deschanel, Russel Brand e Christine Baransky, que fazem um trabalho incrível de voz.
5 | O Rei do Show
A história de P.T. Barnum, o maior showman da terra, fundador de um freak show e possivelmente o primeiro milionário do entretinmento, é a clássica história que inspira artistas a seguirem seus sonhos. Apesar do ingênuo roteiro e da dificuldade em constuir uma narrativa forte, O Grande Show é um filme com méritos especialmente na sua apresentação visual. As cenas de dança são muito bem coreografadas e a fotografia e arte são eficientes na criação de um ambiente circense para as cenas de apresentação.
Além disso, a atuação de Hugh Jackman é eficaz e acompanhado por boas atuação de Zendaya, Rebecca Fergunson e até Zac Efron o filme é capaz de prover diversão e passar a mensagem de aceitação da diferença e inclusão daqueles que estão a margem da sociedade.
4 | Moana
Da série das novas princesas da Disney, certamente um filme que se destacou foi Moana. A história da filha de um chefe de tribo na ilha de Motonui que deseja navegar ao contrário do que manda a sua tradição é forte e emocionante. Misturando elementos da mitologia Polinésia como deuses e lendas com história original, a jornada de Moana para devolver o coração da deusa Te Fiti roubado pelo semi deus Maui é recheada por animação fortemente baseada em um sistema de cores claras e limpas que recriam as belezas naturais do Oceano Pacífico.
Além disso o filme conta com excelente trilha sonora original feita por Lin-Manuel Miranda e com bela atuação de Auli’i Cravalho (Moana) e possivelmnte a melhor atuação da carreira de Dwayne “The Rock” Johnson "(Maui). Moana encantou o público e marcou as telas dessa década.
3 | Nasce uma Estrela
Nasce uma estrela (2018) é, convenientemente, um filme de estreias: Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida) se lança como diretor enquanto Lady Gaga atua no seu primeiro grande papel no cinema. A quarta versão do sucesso de 1937 traz a história de um artista em decadência que se apaixona por uma estrela em ascensão, juntos vivem o dia a dia da indústria e momentos diferentes de suas vidas e suas carreiras. Nessa versão Jack Maine (Bradley Cooper) é um cantor country que luta contra o alcoolismo enquanto Ally (Lady Gaga) é garçonete que nunca teve sua chance como cantora por causa de sua aparência (história semelhante a da carreira de Barbra Straissand, estrela da versão de 1978 do filme).
Sem dúvida é um filme de romance, um drama e um musical. Seus dois personagens tem seus momentos sozinhos e em conjunto (por mais que nessa versão Jack seja mais protagonista), nos dois primeiros atos o filme é bonito e reconfortante, por mais que trate do tema do vício e da decadência, Jack sempre acha em Ally segurança e o roteiro estabelece muita conexão e parceria entre os dois. As músicas são essenciais para o andamento da história e o hit (posteriormente eternizado nas vozes de Paula Fernandes e Luan Santana) “Shallow” é um destaque para a história do cinema musical.
2 | La La Land
Filmes sobre o cinema estiveram em alta nessa década. Tivemos “O Artista” que falou sobre o fim do cinema mudo, “Hugo Cabret” falou sobre George Méliès, “Birdman” entrou na decadência do cinema através da história de um ator que decide fazer teatro e, claro, “La La Land” nos mostrou uma Hollywood que muitos dizem que não existe mais. O terceiro filme de Damien Chazelle (Whiplash) traz Emma Stone e Ryan Gosling interpretando uma atriz e um músico que aspiram sucesso em Los Angeles.
O diretor faz uma homenagem à Era de Ouro dos musicais com planos, cores e até uma história que lembram os clássicos da década de 1950. As histórias das carreiras e do romance entre os dois contadas a partir das estações do ano é uma homenagem a Los Angeles e busca uma indústria de música e cinema que não existem mais, mas são belamente retratadas e coloridas sob os olhos de Chazelle.
1 | Os Miseráveis
O romance de Vitor Hugo “Os Miseráveis” é provavelmente uma das obras mais importantes já escritas. Tem adaptações de todos tipos imagináveis, como uma rádio novela dirigida por Orson Wells, e as mais famosas em forma de óperas que rodaram o mundo contando a história de Jean Valjean, o justo camponês que é preso por roubar um pão para alimentar sua família e vive a vida fugindo do oficial Javert. Se Nasce uma Estrela chama atenção por já ter quatro versões em cinema, Os Miseráveis conta em 2019 com pelo menos 18. Então já é mérito suficiente que o filme de 2012 dirigido por Tom Hooper tenha sido feito com certa coragem ao desafiar padrões do cinema Blockbuster. O filme tem quase três horas de duração e é inteiramente cantado, semelhante a uma ópera mas usando as músicas da peça.
E sem dúvida houve grande esforco de produção para construir a Paris de Vitor Hugo com suas barricadas e cenários em grande escala. Se em outras adaptações dessa lista alguns filmes preferiram fazer adaptações mais simples com cenários mais semelhantes a uma peça de teatro, esse filme vai por outro caminho e não economiza no visual. O elenco dá vida aos grandes personagens da literatura francesa com muita força: Hugh Jackman como Jean Valjean, Russel Crowe como Javert e especialmente Anne Hathway como Fantine que levou o oscar e deixou uma célebre interpretação de “I Dreamed a Dream”. Os Miseráveis é além de musical, um dos grandes filmes épicos da década e o diretor Tom Hooper merece aplausos por encarar e cumprir o desafio de contar essa história tão importante.