Crítica | Han Solo: uma história Star Wars
Qualquer spin off que seja, sempre tem a difícil missão de ter a excelência de se equiparar com a obra original. Se tratando de Star Wars então, que traz consigo milhões de fãs de diversas gerações, esta tarefa vem com responsabilidade dobrada.
Após o surpreendente “Rogue One: uma história Star Wars” em 2016, eis que nos deparamos com o segundo longa derivado das trilogias tradicionais: “Han Solo: uma história Star Wars”. O filme de Ron Howard traz um Han Solo ainda jovem, procurando seu lugar na galáxia e se metendo em várias enrascadas. Vale ressaltar, o filme se passa antes dos eventos do episódio IV e até de Rogue One.
Antes mesmo de estrear, a obra de Howard já contava com algumas críticas negativas. Alguns estudiosos sobre a sétima arte alegavam que o filme seria apenas para fazer dinheiro, visto que uma história sobre Han Solo não precisava ser contada.
Neste ponto até dá pra concordar. A empresa do Mickey achou mais uma das “galinhas dos ovos de ouro” com Star Wars e não pretende largar tão cedo. Porém, a partir do momento em que se cria uma trama que não é necessária, você tem que conseguir fazer algo extremamente bom para não estragar a visão que o público já detinha sobre esta personagem.
Outra crítica era em relação ao ator escolhido para interpretar o bad boy mais amado da galáxia. A comparação é inevitável: Alden Ehrenreich não é Harrison Ford. Porém, sua caracterização está longe de ser considerada ruim. O ator é carismático. Ele não traz um Han Solo ranzinza, sabichão e mulherengo, mas um que quer ser. Aqui, existe uma nova concepção sobre a personagem.
Para definir Han Solo neste filme, pense em Luke Skywalker de Uma Nova Esperança. Um rapaz jovem, sem medos, querendo ser mais. Com sonhos, objetivos, e o mais importante: ambição para conquistá-los.
Com o passar dos filmes, vemos um Luke totalmente diferente em O Retorno de Jedi, e mais diferente ainda em Os Últimos Jedi. É um processo de amadurecimento. Talvez, alguns fãs mais saudosistas não gostem desta nova/velha versão de Solo. Contudo, é compreensível a ideia dos roteiristas e da direção.
A trama é convincente. Você entende e compra aquela história. As interpretações ajudam bastante neste quesito. Donald Glover e Emilia Clarke roubam a cena sempre que aparecem como Lando Calrissian e Qi’Ra, respectivamente.
Os efeitos visuais seguem o típico para os filmes de Star Wars. A única categoria que deixou a desejar foi a montagem do longa, ou melhor, a montagem inicial. Nos primeiros 30 ou 35 minutos, muitos acontecimentos aparecem na tela, praticamente sem nenhum intervalo para o espectador processar toda aquela informação. Em alguns momentos dá até vontade de dizer: “Opa, calma aí, deixa eu respirar”. Pelo menos, quando todo ambiente e contexto político já foram apresentados, esse modus operandi cessa e surge outro filme a partir daí.
Obviamente, “Han Solo: uma história Star Wars” conta com alguns fan services, que podem ser percebidos pelo público mais atento de Star Wars. O maior deles é a aparição de um personagem – vide Caveira Vermelha em "Guerra Infinita" – que nem os fãs mais crédulos imaginavam que pudesse acontecer. Apesar das boas referências, o filme não as utiliza como apoio para contar sua história. É uma obra que anda por si só.