Crítica | O Melhor Verão das Nossas Vidas

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Com elenco saído diretamente do reality show “The Voice”, “O Melhor Verão das Nossas Vidas” se perde em meio a um excesso de clichês adolescentes.

As protagonistas são as BFF Girls, grupo musical formado na versão Kids do reality, que sonham em participar de um festival de música na praia, porém ficam de recuperação na escola e precisam bolar um plano infalível, a la Cebolinha, para conseguirem se apresentar no festival.

O longa traz uma linguagem jovial e certamente dialoga com seu público, porém parece partir da premissa que tal público seja simplesmente… ingênuo? Há um excesso de artifícios visuais que simulam redes sociais, mas que acaba atrapalhando a montagem que tem um tom muito youtubesco. E faz com que o longa passe a intenção de ter sido idealizado por um tio de 40 anos que se esforça, com pouco sucesso, em falar a mesma língua que um adolescentes.

Além disso, a maioria dos personagens caem em esteriótipos ultrapassados e seus plots se desenvolvem de forma bagunçada. Os personagens não tem vozes próprias, claramente agem porque o roteirista quer e isso acaba resultando em atuações sofridas.

Há também alguns erros graves de casting. O primeiro deles é Murilo Bispo, um rapaz de 21 anos tatuado que é vendido como um adolescente. É levemente perturbador vê-lo como par romântico de Giulia, que claramente ainda está em seus 16 anos. E infelizmente como ator, Bispo é apenas um bom cantor. O segundo erro vem na personagem Carol, interpretada por Bela Fernandes. No longa, Carol ficou surda aos 10 anos e se comunica por LIBRAS e leitura labial. Mas aparentemente a produção de filme foi incapaz de encontrar uma atriz surda para o papel e optaram por utilizar a personagem para alívio cômico apenas.

No entanto, mesmo entre esses erros, há acertos também: as três protagonistas. Bia Torres, Giulia Nassa e Laura Castro brilham na tela. Elas são carismáticas, possuem personalidades divertidas (apesar de serem pouco exploradas na obra) e performam muito bem. A apresentação do trio ao final do filme é o que o salva. E só é possível saber onde as personagens terminam e as atrizes começam devido a fraca direção de Adolpho Knauth.

“O Melhor Verão das Nossas Vidas” é apelativo, piegas e ultrapassado, mas certamente vai encher as salas de cinema.

3.5

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