Crítica | Katy Perry - Teenage Dream
Muitos artistas vivem por aquele hit, aquele número 1 que vai fazer seu álbum vender, e calculam a melhor época e formato de lançamento para ele. Esse não é o caso de Katy Perry em 2010, lançando seu terceiro álbum de estúdio.
Com dois dos melhores produtores do mercado em Dr. Luke (bem antes de seus problemas com a Kesha) e Max Martin trabalhando com ela, Perry fez o álbum mais recheado de hits desde Michael Jackson e "Bad", o único outro a ter não um, nem dois, nem três, nem quatro, MAS CINCO números 1 na Billboard Hot 100. Seu sucesso era estrondoso, e seu objetivo bem claro. Assim como muitas outras estrelas pop, Perry não entrou no estúdio para fazer uma obra prima.
As quatro primeiras músicas lideraram as paradas, e você provavelmente sabe o refrão de todas. São também a melhor parte aqui, uma combinação de produções pop de alta qualidade, com Perry fazendo o melhor possível com sua voz. Não é aconselhável abrir o álbum com sua melhor música, mas isso não é exatamente um problema aqui, "Teenage Dream" sucede em falar de forma simples sobre o amor adolescente, selvagem como deveria ser, inconsequente, e sua atmosfera praiana é muito bem utilizada na que é provavelmente o momento mais alto de sua carreira. "Last Friday Night (T.G.I.F.)" é ainda mais simples, e fala apenas sobre festas, talvez daquelas que vemos nos filmes do "American Pie". "California Gurls" retorna para a praia e tem a ilustre participação de Snoop D O double G, em um de seus singles mais relembrados. E "Fireworks" é um de seus hits mais louváveis, onde ela encoraja a todos acharem seus próprios fogos de artifício. Não é exatamente complexo e substancial, mas é um começo efetivo.
Após isso, a quantidade de enchimento fica bem clara, "ET" está perdida no meio, uma faixa que foi levemente melhorada pela peculiar participação de Kanye, com um quase verso bastante interessante, talvez se a faixa fosse dele poderíamos ver algo bom. Em momento algum parece que você está sendo ofendido com o que está ali, Katy Perry queria um álbum de hits, e colocou nele até aqueles que sabia que tinham poucas chances. Nos piores momentos "Peacock" é tão simplista que chega a ser estúpida, e "Not Like the Movies" mostra a fragilidade de suas habilidades vocais. Os singles adicionados no re-lançamento não oferecem o mesmo proveito dos primeiros, o que chega mais próximo é "Part Of Me", quase prima de "Teenage Dream" esteticamente.
Katy Perry não é uma grande artista. Ela tem seu valor de "auxiliadora de compositora de hits", mas é uma das cantoras menos talentosas do cenário mainstream, não tem muitas aptidões para dançar e não fosse as superproduções suas músicas seriam difíceis de escutar. Aqui todos os fatores que a fazem uma estrela conspiram para fazer o melhor possível dentro de seu objetivo. "Teenage Dream" marcou época, mas dificilmente será lembrado gerações a frente. Bem, seus refrões devem continuar na ponta da língua por um tempo.
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