Crítica | Todo Dia
Adaptado da obra de David Levithan, “Todo Dia” é uma comédia romântica adolescente atual e divertida. Com uma premissa fantasiosa, o filme encanta ao nos mostrar um casal jovem se apaixonando da forma mais inusitada possível.
A, protagonista da trama, é uma alma misteriosa que acorda todos os dias em um corpo diferente. Sempre alguém da mesma idade, que esteja próximo da sua localização anterior e nunca a mesma pessoa duas vezes. Essas são as regras que o universo da trama nos propõe. Infelizmente não nos aprofundamos na parte fantasiosa do filme, pois o foco é o romance com a personagem Rhiannon (Angourie Rice).
Sem o poder de decisão sobre quem será seu próximo hospedeiro, A sempre precisa aceitar um novo corpo, um novo gênero, uma nova etnia e uma nova realidade diariamente. Aceitação não é somente a mensagem principal do filme mas também a sua força motora. Tanto A quanto Rhiannon precisam lidar com seus conflitos pessoais para se aceitarem e mudarem suas realidades.
O longa também traz outras mensagens importantíssimas para seu público-alvo. Há explicações breves, porém certeiras sobre sexualidade e identidade de gênero. O tema suicídio adolescente também é abordado de forma delicada e didática, ao contrário da série “13 Reasons Why”, por exemplo, e o filme enfatiza a mensagem de que a saída nesses casos sempre é pedir ajuda.
Outro ponto positivo que vemos é a diversidade no elenco que nos ajuda a fugir um pouco do padrão “casal branco e hétero” das comédias românticas adolescentes. Ao total, A é interpretado por 15 atores diferentes ao longo dos 100 minutos de duração da obra. E todos os 15 atores entregam muito bem a performance desse personagem tão inusitado.
A narrativa de “Todo Dia” é simplória e de fácil entendimento. E se não fosse por sua premissa atípica, seria facilmente confundido com qualquer outro filme do gênero. A história é atraente por seu elemento mágico, mas falta tempo para que a trama se desenvolva. Os personagens poderiam ser mais cativantes se pudéssemos compreende-los mais profundamente, além dos esteriótipos em que são enquadrados.