Crítica | Black Lightning (1ª Temporada)
Com vilões assustadores, críticas à sociedade e uma linha muito tênue separando o místico do científico, “Black Lightning” se afasta do padrão heróico de sua emissora (The CW) e mostra o verdadeiro poder de um herói experiente.
Ao contrário de Oliver Queen ou Barry Allen, Jefferson Pierce (Cress Williams) não está no início de sua carreira no primeiro episódio. Pelo contrário, Black Lightning está aposentado e é tido como morto por seus inimigos. O herói dedica-se então ao seu trabalho como diretor da escola pública de Garfield, tendo como sua missão pessoal ajudar e orientar jovens negros.
Por ter um professor-protagonista, a série não foca somente em mostrar um herói lutando contra criminosos. Há uma vertente social fortíssima que talvez seja o maior diferencial em relação ao Arrowverse. Black Lightning não precisa de seus poderes para salvar vidas. E também não recorre aos discursos clichês e melosos cheios de lições de moral que temos que engolir semanalmente em “The Flash” ou “Supergirl”. Há críticas ferrenhas à brutalidade policial, violência promovida por gangues e racismo.
Para os mais saudosistas que gostam de acompanhar heróis desde seus primórdios, temos a jornada de Anissa (Nafessa Williams) descobrindo os seus poderes sozinha e se tornando a heróina Thunder. Inclusive, um dos pontos altos da temporada é a luta dela contra Black Lighting.
Da mesma forma que temos um bom herói, temos também um bom vilão. Tobias Whale é assustador e calculista, e até o season finale não sabemos a extensão ou origem dos seus poderes. O personagem também traz um questionamento pertinente a série sobre colorismo e o que é ser negro. E a performance do rapper Krondon é uma das melhores do elenco.
Em quesitos técnicos, recebemos efeitos especiais decentes dentro do padrão da emissora. As cenas de luta são bem coreografadas, mas o verdadeiro destaque é a trilha sonora. Com músicas originais feitas especialmente para a série, todas as cenas ganham uma característica única que nos faz imergir profundamente na trama.