Crítica | Homem-Formiga e a Vespa

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Após o estrondoso sucesso de "Vingadores: Guerra Infinita", qualquer filme posterior deste vasto universo teria um gigantesco problema. Entretanto, se considerar "Homem-Formiga e a Vespa" como continuação do primeiro Homem-Formiga e dos eventos de Guerra Civil, o espectador irá encontrar um bom entretenimento.

Após se unir à equipe do Capitão América na batalha do aeroporto na Alemanha, Scott Lang faz um acordo com o governo americano e fica sob prisão domiciliar, podendo assim conviver com sua filha. Poucos dias antes de ser definitivamente solto, Hope Van Dyne e Hank Pym procuram Scott e lhe pedem ajuda para recuperar sua mãe e esposa do reino quântico. Eis que surge uma vilã, que também precisa da energia para sobreviver e a partir daí a aventura começa. O longa-metragem estreou no dia 5 de Julho de 2018 no Brasil.

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A façanha de ser um herói "pés no chão" sempre foi do famoso cabeça de teia. Contudo, parece que o cargo está sendo ocupado pelo Homem-Formiga neste universo. Seus dois filmes apresentam (com perdão da redundância) aventuras pequenas e íntimas. Ninguém quer trazer a paz mundial ou evitar que o planeta desmorone, mas sim fazer algo para o bem pessoal. Desta vez o foco é resgatar Janet Van Dyne, a Vespa original, do reino quântico.

A linguagem do filme é o humor. Não o humor escrachado de "Thor: Ragnarok", mas aquela comédia pastelão. Pense na maioria dos filmes infantis que passam na sessão da tarde. Este é o gênero. E o mais interessante é que isso não prejudica o filme.

A história é compreensível, porém a maneira como é demonstrada deixa um pouco a desejar. Em certos aspectos dá pra perceber que 80% do filme apenas enche linguiça para o que vem a acontecer no último ato. Mas isso é amenizado pelo humor presente em praticamente todo longa.

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A narrativa apresenta os mesmos elementos do primeiro filme, só que em escala maior. Scott Lang ainda é o herói, mas este filme nos mostra pela primeira vez a Vespa em ação, que rende ótimos momentos de combate na trama. Luis e seus dois amigos estão ainda mais engraçados com seus trejeitos. O relacionamento sogrão/genro entre Pym e Lang também é enriquecido aqui.

A vilã, denominada Fantasma, não agrega em nada. Está ali apenas porque tem que existir uma dificuldade para os heróis cumprirem sua missão. As razões dela são compreensíveis, mas tanto a atuação de Hanna John-Kamen quanto o roteiro desta personagem não convencem.

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Laurence Fishburne funciona como Dr. Bill Foster, um antigo parceiro de Hank Pym no projeto Golias. Paul Rudd traz novamente suas ideias para o Homem-Formiga. Michael Douglas e Michelle Pfeiffer fazem jus à importância dos personagens e, como já foi dito, Evangeline Lilly rouba a cena como Vespa.

A primeira cena pós-créditos é a melhor de todo o universo Marvel. Pode-se dizer que era óbvia, mas mais uma vez a Marvel remodelou a obviedade e trouxe uma cena angustiante, que conectou o filme com o final de Guerra Infinita e fez todos no cinema se perguntarem: "Mas e agora?". Fica subentendido que Scott Lang, o Homem-Formiga, terá um papel fundamental no próximo longa dos heróis mais poderosos da Terra, o que é genial devido a sub-importância do personagem até então.

"Homem-Formiga e a Vespa" funciona dentro de sua proposta. Contém algumas cenas que forçam a conveniência, mas isso não é problema, pois o foco está no humor entre os personagens. A cena pós-créditos vale o filme inteiro, essa é a dica para os amantes do universo cinematográfico da Marvel.

6,5

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