Clássico | Quem Vai Ficar Com Mary?

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O que faz uma piada ter graça? O conteúdo do texto? A situação onde ela é contada? Ou talvez o momento político, social ou histórico? É difícil descrever ao certo. Uma obra da comédia com cenas icônicas, "Quem Vai Ficar Com Mary?" teria hoje o poder de ressignificar o que consumimos como engraçado. 

Dirigido por Bobby e Peter Farrelly, "Quem Vai Ficar Com Mary?" traz piadas bobas porém cativantes que funcionam muito bem com seus personagens caricatos. O filme traz um humor muito mais interessante do que em "Débi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros", tornando-se uma mistura entre comédia romântica e besteirol politicamente incorreto.

A história é clichê: o menino deslocado é a fim da garota bonita e popular. A maior diferença é a criatividade com a qual a narrativa se desenrola. Focando não apenas nos protagonistas, o longa dá espaço para que os coadjuvantes se desenvolvam em seus próprios plots. Um dos maiores pontos positivos do roteiro é a forma como a história de cada um dos personagens vai sendo contada e conectada com a dos outros. E cada conflito criado é devidamente encerrado, sem deixar lacunas em branco.

Porém o que torna "Quem Vai Ficar Com Mary?" memorável são as reações incrivelmente exageradas porém verossímeis dos personagens. É fácil para o espectador se encontrar em algum dos personagens e seus diversos vícios.

O filme em si é bem equilibrado. Não extrapola nas piadas e tem um timing certeiro. O romance é apenas um subtexto do filme, quase como um pretexto para que a história aconteça. As atuações, especialmente de Cameron Diaz, são ótimas e a trilha sonora integra o filme de forma genial.

Em "Quem Vai Ficar Com Mary?" o humor apresentado é simplório porém garante gargalhadas para o público. É admirável que os irmãos Farelly tenham conseguido, em 1998, trazer piadas não ofensivas e que permanecem engraçadas duas décadas depois.

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