Crítica | Homem-Formiga
Uma comédia dramática com cenas de ação de pano de fundo que, despretensiosamente, surpreende ao entregar um dos melhores filmes de herói da Marvel.
Membro fundador dos Vingadores, o Homem-Formiga finalmente ganhou a chance de emplacar um título só seu. Mas não sem antes passar por um conturbado processo em sua produção devido aos desentendimentos criativos entre Edgar Wright (Scott Pilgrim Contra o Mundo) e a Marvel, que acabaram por colocar Peyton Reed, um competente diretor de comédias como "Sim, Senhor" e "Abaixo o Amor" na cadeira do diretor. Porém, mesmo com estes balanços na autoria do filme, o produto final entregou uma ótima surpresa.
Somos apresentados a Scott Lang (Paul Rudd), um ladrão em seu último dia de cadeia, obstinado a abandonar a vida do crime e reconstruir sua relação com sua filha e mostrar que é um homem diferente para sua ex-mulher. Acontece que nem tudo sai como ele espera e, depois de ser demitido de um medíocre emprego em uma sorveteria, Dr. Pym (Michael Douglas) o atrai para uma armadilha e faz dele o herói da história.
Fica nítida a distinção entre esta produção comparada aos outros filmes de heróis comuns. Não estamos falando de exércitos alienígenas, vilões gigantes e galáxias desconhecidas. E tudo bem, porque a escala micro representada na narrativa é muito bem explorada. A começar pelo CGI, que é utilizado com propósito e ajuda a contar a história. Toda essa ambiência abastece o espectador com uma vontade inesgotável de acompanhar as aventuras do Homem-Formiga perambulando pelos cenários ampliados. Ponto para os realizadores, que fugiram do óbvio ao proporem situações ricas - como a incrível parte do treinamento entre as formigas.
A escolha do elenco é acertada. Paul Rudd consegue equilibrar a tensão de um pai e criminoso em meio a um grande risco de segurança global com seus momentos recheados de humor. Tensão essa que, por sinal, é muito bem incorporada por Michael Douglas, que transfere ao Dr. Pym uma solidez no personagem muito bem-vinda.