Crítica | Liga da Justiça: SnyderCut (versão de Zack Snyder)

si_justice_league_hbo.jpg

O universo cinematográfico da DC é um fracasso completo.

Tanto comercialmente, com filmes como “Batman v. Superman” e “Liga da Justiça” gerando um prejuízo multi-milionário, mas principalmente no ponto de vista artístico, sendo que de maneira alguma estes filmes compõe algo que, coletivamente, possa ser chamado de coeso ou que ofereçam qualquer coisa que os faça sobreviver ao teste do tempo.

Se tudo começou em 2013 com o aborrecido “Homem de Aço”, que se tornou em algo ainda mais sombrio com “BvS”, e finalmente acertou ao se aproximar de algo mais real em “Mulher Maravilha”, a última fase do estúdio se tornou uma cópia descarada da Marvel e seu tom leve e divertido graças à “Shazam”, “Aquaman” e “Aves de Rapina”, com dois Frankenstein que representaram esta mudança de tom em “Esquadrão Suicida” e a primeira versão de “Liga da Justiça”. Em comum entre todos os filmes (ou pelo menos a maioria) apenas os feixes de luz para o céu, os vilões com desenvolvimento de videogame e os atos finais catastróficos que mais lembram “Transformers” do que qualquer outra coisa.

Mas antes de você me chamar de “Marvete” saiba que não sou e, inclusive, desprezo a influência negativa que a Disney tem no Cinema, mas isso é assunto pra Outra Hora. Meu herói favorito sempre foi, e segue sendo, o Batman, e antes do sucesso de “Vingadores” eu não sabia absolutamente nada sobre nenhum de seus heróis, exceto o Homem-Aranha. Além disso, jamais dediquei tempo à revistas em quadrinhos, sendo que prefiro, indiscutivelmente, os formatos, criatividade e personagens apresentados nos mangás. Logo, parto de um ponto de vista inteiramente cinematográfico para analisar este filme.

Pois bem, o "Snydercut", maneira como irei me referir ao longa, é um dos piores filmes que eu assisti na vida, e expõe todas os problemas que toda esta parte da cultura Pop ajudou a popularizar. Assim como suas quatro horas de duração, não pretendo ser breve e o texto irá conter diversos spoilers. Lembrem-se, esta é a minha experiência com o filme, e preciso ser honesto com o que senti.

Mas antes…

Sou um defensor da visão artística, por mais comprometida que esta possa ser, logo, simpatizo com a ideia de Snyder lançar a versão que queria do filme, que fora remendado por Joss Whedon para atender o que a DC achava que faria sucesso em 2017. Pior ainda é a falta de caráter da empresa de não respeitar o luto do diretor ao perder sua filha na época, por isso posso dizer que fiquei satisfeito de ver a visão artística de Snyder finalmente ser consumada. Entre filmes com fórmulas repetidas e filmes autorais, por piores que sejam, sempre escolherei aqueles que seguem ideias e ideais e não apenas o caminho do dinheiro.

Agora sim, vamos ao texto:


Minha maior preocupação logo se confirmou, sendo que, levando impressionantes oito minutos até começar o filme propriamente, Snyder já mostra seu pedantismo desde cedo, com a extensão do grito do Super-Homem e tudo que reverberou de sua morte no último filme. Então voltamos à mesma cena do anterior, onde o BatAfleck encontra o AquaMoa em uma vila de pescadores onde cor parece algo proibido. O objetivo da visita: recrutar Aquaman para a Liga da Justiça. Depois disso, duas horas se passam até que Bruce Wayne aborde novamente a montagem da equipe, o fazendo apenas quando a Mulher Maravilha o aborda em sua BatCaverna confirmando sua suspeita infundada de que um ataque irá acontecer… amanhã.

Logo aqui já podemos ver diversos problemas que se tornam recorrentes ao longo da projeção: a falta de estrutura evidenciada por uma infinidade de cenas que não adicionam nada para a narrativa, o tom inconstante adotado pela abordagem de Snyder e a maneira porca com que seus personagens foram escritos. Vamos por partes:

*E já aviso, ao final do texto elencarei todas as perguntas sem respostas da narrativa, então fiquem comigo.


Os “heróis”

Em tese, este filme deveria ter sido lançado antes de “Aquaman”, então os únicos personagens com histórias de fundo são os integrantes do trio principal, mas isso não impede Snyder de reapresentar a Mulher Maravilha com uma cena onde ela aniquila um grupo terrorista em frente a meninas que, após a verem destroçar os homens e EXPLODIR o último sendo que podia apenas socá-lo, parecem maravilhadas com a situação. Uma delas pergunta: Posso ser como você quando crescer? E recebe a resposta: você pode ser o que quiser. Mas se a obviedade é algo comum no roteiro de Chris Terrio (e no Cinema de Snyder), que transforma Diana em uma livro de auto-ajuda, ela se torna ainda pior pelo talento - ou falta dele - de Gal Gadot, que parece sempre (repito, sempre) estar com dor de barriga enquanto professa falas como “O ódio é sempre ruim” (exceto quando contra a Palestina, da qual a atriz aprova a ocupação), “Eu não pertenço a ninguém” e “Eu conheci um homem que adoraria pilotar esta nave”. A modelo, porque atriz não é, nunca foi um primor, mas o desserviço feito com ela, e por ela, neste filme é algo patético e que, pior ainda, tenta apelar para as fãs meninas com momentos mais do que forçados.

Já o Batman de Ben Affleck jamais parece o homem atormentado e preocupado de “Batman V. Superman”, e conta com o ator em claro piloto automático e com legítima preguiça de sequer se expressar. Na verdade, Bruce Wayne é o único ser aqui que parece ter otimismo e não estar com dores estomacais durante toda a projeção, o que não apenas trai o personagem em si, mas a própria versão estabelecida em seu filme anterior. Enquanto o Super-Homem de Henry Cavil tem duas horas e meia de expectativa criadas em cima de seu retorno - e percebam como o tempo TODO Snyder emprega azul e vermelho em cena para remeter à suas cores apenas para o trazer com o uniforme… preto -, mas, quando aparece, ele é apenas um dispositivo narrativo que chamamos de Deus Ex-Machina, algo que serve para resolver os problemas do roteiro, mas que jamais soa como um personagem de verdade. Pense, ele volta, luta contra seus ex-companheiros, vê Lois Lane, se desarma e, no meio de uma crise global, os dois acham tempo para namorarem no meio de um milharal. Por. Fa.Vor.

Lois Lane, inclusive, é um desperdício do talento de Amy Adams (que assim como J.K. Simmons, Willem Dafoe e o próprio Affleck parecem estar no filme apenas para garantir uma viagem completa de férias para a família depois) que é reduzida de atriz cinematográfica para protagonista de propagandas de perfume, todas em câmera lenta, jogadas no início do filme e que comunicam apenas uma coisa: ela está triste e com saudade. Já na terceira vez que aparece temos um dos meus momentos preferidos, quando contracena com Diane Lane (Martha, mãe de Clark Kent) em uma das pouquíssimas cenas onde toda a atmosfera fúnebre faz sentido, mesmo que pareça pertencer a um filme que jamais acontece. Porém, é claro que Snyder tem que adicionar um toque extra ao mostrar que Martha era, na verdade, o Caçador de Marte… mas que porra foi essa?

O Caçador de Marte, inclusive, que volta ao final do filme se apresentando à Bruce Wayne, que encara sua apresentação com uma normalidade incrível: nos vemos por aí ser onisciente e aparentemente capaz de aniquilar a raça humana.

Já o Flash de Ezra Miller é um mistério completo. Inexplicavelmente elogiado por críticos e fãs, fica claro que Snyder não conseguiu desgalhofar sua participação monotônica do filme passado, onde literalmente TODAS suas falas eram piadas. Neste, ao menos, ele adiciona um drama com seu pai - que quase colou -, o tornam mais do que um mero aspirante à comediante, mas sua cena de apresentação é uma das coisas mais ridículas em toda a projeção: claramente imitando as sequências protagonizadas por Mercúrio na franquia X-Men, Snyder o faz salvar um interesse amoroso (que jamais fala nada, ou reaparece durante o filme) em uma cena aparentemente dramática, mas que não resiste ao impulso de mostrá-lo pegando uma salsicha prestes a bater no rosto da menina. Pior ainda é a escolha musical que a faz cair em seus braços no exato momento em que ouvimos Tim Buckley cantar “aqui estou eu esperando para te abraçar”.

E falando em música, o que dizer do coral de meninas que louva o Deus dos Mares enquanto este joga uma garrafa de uísque naquilo que deveria proteger? E se Jason Momoa tem um carisma natural, ele se torna o principal alvo do culto ao corpo masculino proporcionado por Snyder, sendo obrigado a tirar a camisa a cada meia hora (lembram do Jacob?). Uma das cenas mais divertidas do original, inclusive, fora excluída, quando Diana usa o laço da verdade nele que revela sua atração por ela, este sendo um dos principais erros de Snyder: ao tirar esta, e a cena onde ela faz o curativo de Bruce, ele não torna o filme menos sexista, apenas menos realista e adulto, indo contra sua abordagem, em tese, menos infantil. O pior é a forma como ele as substitui, em um toque de mãos embaraçoso entre Batman e Maravilha… sério?

Um comentário comum que tenho visto em relação ao filme é como este desenvolve melhor seus personagens, algo que não poderia discordar mais. Apenas adicionar sub-tramas não os tornam seres mais complexos, sendo que suas motivações jamais se mostram visíveis. Vejamos o Ciborgue, que apesar de protagonizar uma cena implausível de Futebol Americano, expõe o único momento que considero genuinamente tocante da projeção, ao mostrar sua tristeza com a ausência do pai. Mas se aquilo seria o suficiente em qualquer filme para que simpatizássemos com o jovem, Snyder tem a necessidade de fazê-lo se acidentar justo naquele momento. O pior, no entanto, é a justificativa de seu pai para transformá-lo em um ser onisciente e onipotente (ao menos em relação à internet), o qual este faz por meio de um gravador de fita (suspiro) e que culmina em um plano de mais de um minuto do jovem assistindo vídeos. E percebam a contradição automática: ao vê-lo ajudando financeiramente uma mulher, nos perguntamos, porque ele simplesmente não faz isso com o mundo todo?

Mas o motivo de eu colocar entre parênteses a palavra “Heróis” é porque este, assim como muitos outros, jamais compreendem o significado verdadeiro da palavra. Na trilogia de Nolan, Batman tem de sacrificar a própria percepção para salvar Gotham. Na de Raimi, Peter percebe que ao negar suas responsabilidades coloca em risco pessoas que poderia salvar. Em “Ultimato”, os Vingadores literalmente tem de reviver metade do universo depois de cinco anos de luto. Aqui a única motivação de cada um de seus personagens é impedir a destruição da Terra e, por consequência, de si próprios. Em momento ALGUM os vemos interagir com o mundo a sua volta, ou sequer se preocupar com as vidas que serão perdidas. O que me leva à:


O Universo

Onde exatamente se passa este filme? Quais as regras deste universo? Pois se as origens de Mulher Maravilha e Aquaman são explicadas dentro da mitologia estabelecida, de onde exatamente vem os poderes do Flash? Ou das criaturas de Esquadrão Suicida? Pior ainda, quais são os poderes destes heróis?

Fazendo um parâmetro agora com a série animada “Avatar: A Lenda de Aang”, naquele show entendemos como funcionam as habilidades, o que torna seguir seus combates algo divertido e lógico, mas aqui todos exibem os mesmos poderes. Com a exceção do Batman, todos eles voam, são super fortes, super resistentes, super rápidos, tem super reflexos e super limpeza, sendo que jamais se sujam seja de sangue ou qualquer outra coisa. O problema é que isso jamais é explicado e, quando é, o filme trai as regras que estabelece. Em certo momento, Flash diz necessitar de muitas calorias para poder usar sua velocidade… apenas para jamais ser visto comendo no resto do filme, além de que este mais do que desafia as leis da física ao tropeçar na velocidade da luz e sair completamente ileso. Quanto à origem das Amazonas e Atlantis… como ninguém no mundo se lembra destes acontecimentos exceto os dois povos?

E aqui outro problema reside no péssimo uso de CGI, que pode ser sentido durante toda a projeção, mas fica pior no flashback narrado por Gal Gadot onde “entendemos” de onde vem o tal Lobo da Estepe. Se fosse fazer uma aposta, diria que cerca de 80% do filme é inteiramente feito por computador, o que não apenas suspende nossa crença no que estamos vendo, mas não conversa com o tom proposto por Snyder. Pois se a Marvel se leva a sério apenas o suficiente, suas paletas de cores alegres e iluminadas conseguem combinar o real e o fantástico em suas cenas de ação, ao passo que aqui Snyder tenta criar um mundo sombrio e sem vida, apenas para ter explosões de raios gama invadindo a tela criando um claro desequilíbrio. O sangue mais parece uma gelatina, e por mais “fiel” que seja aos quadrinhos, fica claro que o uniforme do Batman, assim como o corpo do Ciborgue, cobre uma série de zeros e uns, e não um ser humano, e o mesmo pode ser dito para a roupa preta do Super-Homem, claramente reposta por cima das cores originais e o pior, sem qualquer motivo narrativo para tal.

Apesar de elogiado por muitos, considero a composição das cenas de Snyder uma bagunça a nível “Transformers”, seja pela falta de lógica nas habilidades de seus personagens, seja pelo péssimo uso da tela verde, que se mostra óbvia em diversos momentos e ressaltam a falta de habilidade do diretor em gerar profundidade em seus cenários (perdi a conta de quantas cenas traziam trios lineares em frente à um paredão de CGI). Para finalizar, outro super poder presente em todos (incluindo o Batman) é o super pouso, de seres que voam em direção ao chão mas jamais causam qualquer rachadura ou impacto quando o tocam.

Novamente utilizando a trilogia de Raimi como parâmetro, naquele mundo, que beira o cartunesco, a roupa extravagante do Duende Verde faz sentido. Na trilogia de Nolan, o realismo da roupa militarizada do Batman também. Aqui, Snyder nos mostra Deuses que vivem em um mundo dolorosamente sem vida, mas que encenam lutas ao estilo Dragon Ball - com todo respeito à uma obra que é infinitamente melhor do que esta.

Também uma de suas principais características, a obviedade de suas metáforas as tornam ainda mais estúpidas e, por sua vez, também traem os comentários que fazem. Pois antes de aniquilar os bandidos no início do filme, Diana é vista em uma estátua que representa a justiça (suponho que esta acredite no assassinato como… espera, acredita mesmo), Aquaman é tratado como uma divindade pelo coral de meninas e em ao menos três vezes diferentes os heróis mencionam como o vilão criou uma espécie de “inferno” para ele.

Falando no tal Lobo da Estepe, precisei consultar ao Google para entender a natureza dele e de Darkseid, que mencionam acontecimentos nunca antes vistos ou ouvidos, ao menos por quem não leu os quadrinhos. E se Thanos tinha um plano que, como objetivo, procurava o balanço do universo ao sacrifício da própria filha e de si mesmo (de certa forma), Darkseid quer apenas tomar conta do universo por… bem, porque sim! E percebam como o visual simples de Thanos, que poderia parecer o Grimace do McDonalds, é muito mais intimidador do que a armadura de bijuterias do Lobo (este que teve a sincronia da boca melhorada, mesmo que a mixagem de som jamais sugira que sua voz vem desta boca) e dos olhos brilhantes de Darkseid que me lembraram a “raiva” em Divertidamente. Além disso, este último tem suas ações resumidas a bufar.

Mas acredito que a crença de Snyder no próprio talento atinja seu ápice quando vemos um futuro distópico completamente confuso, onde somos obrigados à mais cinco minutos do Coringa de Jared Leto (inexplicavelmente diferente da outra versão) que acaba por se mostrar apenas um sonho de Bruce Wayne… é, realmente Snyder deve gostar da franquia “Crepúsculo”.

No fim o que temos é uma trama de videogame (fulano precisa pegar três caixas para destruir o mundo), com diálogos expositivos e que beiram o ridículo (“precisamos fazer isso antes que ele pegue as caixas e destrua o mundo!”) e personagens que, além de traírem suas próprias apresentações, jamais tem suas motivações esclarecidas ou complexidades exploradas.


O filme

Tudo isso, todos estes elementos que, ao meu ver, não apenas não funcionam, mas chegam a ofender qualquer lógica cinematográfica, são culpas da visão artística de um diretor que jura estar nos entregando algo necessário para a humanidade. O problema é que a verdade sobre Zack Snyder é apenas uma: ele é um péssimo cineasta.

Ter visão artística não o torna um gênio e por mais que, como disse antes, eu prefira visões artísticas comprometidas à mesmice do comercial, é difícil dizer que escolheria assistir algo parecido com isso aos mais de 15 filmes iguais da Marvel. Por tentar entender suas cenas sem nexo, por tentar conectar um filme mal montado e sem lógica narrativa, por ter de aturar quatro horas de auto-indulgência, o “SnyderCut” me deixou exausto.

E o pior disso: não consigo apontar sequer um elemento que tenha me feito contrariar a ideia que se instalou em minha cabeça logo no início da projeção: de que este é um dos piores filmes que já assisti. Não há sequer um corte que alivie o malabarismo entre as sub-tramas, sequer uma interpretação que não seja prejudicada pela falta de talento e/ou interesse de seus intérpretes, sequer uma sacada do roteiro que me fizesse repensar. Tudo que vi foi um emaranhado de momentos mal explicados, filmados de maneira aborrecida e com vícios de linguagem que lembram os textos políticos que um jovem igualmente aborrecido escreveria no ensino médio.

Mais de duas décadas após Matrix impressionar com Neo desviando de balas em câmera lenta, eu lhes pergunto: ao ver estas cenas, vocês ficam impactados? Pois o filme conta com, no mínimo, quinze cenas do Flash correndo em câmera lenta e outras, ao menos, cinco da Mulher Maravilha desviando de balas e mexendo o cabelo. Snyder parece ter prazer em ser o mais Snyder que pode ser, pois além das cenas que não fazem diferença alguma, ele adiciona planos nestas cenas que são apenas extensões do que já havia acabado de mostrar, que por sua vez de nada adicionam à estas próprias, traindo os conceitos de ambos Bazin e Eisenstein. Não há nada de real neste novelão, e sua edição de nada oferece informações que vão além do que o plano anterior já havia lhe comunicado. Como Cinema pipoca, como comercial, me pergunto quantas pessoas terão a paciência de sentar por quatro horas para ver algo que mesmo jovens, acostumados com a multimídia, terão dificuldade de entender.

O pior de tudo, e sinto que escrevi isso várias vezes nesse texto, é que muitos fãs vão delirar independentemente do que quer que assistam, pois o que essa cultura de superficialidade, amplificada pelos universos cinematográficos, fez de pior com seus espectadores é convencê-los de que devem apoiar seus estúdios preferidos independente de sua qualidade, e não exigir que seu suado dinheiro seja bem gasto. Eu, como fã do Batman, fico triste com meu herói favorito quando criança, do qual tinha roupa e carro (de rodinha, minha mãe não se chama Martha), sendo representado de maneira tão pobre em um filme. Tampouco deveria importar se é melhor que o Frankenstein de 2017 (que também é horrível), se este corte de Snyder realmente for bem sucedido, é porque é o produto de um meio já corrompido e anestesiado.

*Eu nunca fiquei sem dar nota para um filme, mas será o caso deste.


Agora, a série de perguntas que o filme deixa em aberto. Sintam-se à vontade para tentar respondê-las, ou ignorá-las:

Por que Batman chega em um cavalo à vila montanheira do Aquaman? Por que ele o aborda antes de Diana, sem saber do plano de ataque? Por que as Amazonas levam horas tomando banho, se arrumando e realizando um ritual para lançar uma flecha que deveria ser lançada urgentemente? Por que o terrorista, quando atirando para matar as crianças, não apenas virou a arma para o outro lado onde Diana não estava? Por que Ciborgue não quebrou os bancos mundiais para ajudar as pessoas? Por que Darkseid não entrou no portal no final? Por que Ciborgue não usa sua onisciência online para descobrir o paradeiro de todos os vilões, os informa ao Super-Homem e este resolve o problema? Como Lex Luthor não apenas escapa, mas coloca um homem no seu lugar? Quem diabos é o tal Caçador de Marte? Por que a banda do Darkseid traria as caixas para o meio do campo de batalha? Por que o Lobo da Estepe situaria seu quartel general próximo à cidade dos heróis? Se ele se teletransporta com tanta facilidade, porque não o usa para simplesmente fugir com as caixas? O que é o Lobo da Estepe? Onde estão os antigos Deuses? Morreram? Por que os exércitos de Atlantis e Temischira não auxiliaram na batalha que também os destruiria? Por que não há qualquer movimento da raça humana para entender/combater a invasão de monstros por toda a cidade? Por que… quer saber, deixem pra lá.

Anterior
Anterior

Crítica | Collapsed In Sunbeams - Arlo Parks

Próximo
Próximo

Crítica | O Dia do Sim