Quem Leva | Oscar de Melhor Roteiro Adaptado

Em um ano com histórias das mais variadas, contadas dos mais variados jeitos, há algo em trazer obras de outras mídias ou histórias reais para o cinema. Talvez porque nada é tão interessante como a realidade e os acontecimentos que nós mesmos vivemos e nos identificamos, mas o fato é que ano após ano livros, curtas e até mesmo outros filmes servem de base para alguns dos roteiros mais criativos e bem escritos de Hollywood.

Entre os esnobados, “Você Nunca Esteve Realmente Aqui” de Lynne Ramsay, que fora esnobado em pelo menos quatro categorias e ver a maravilhosa animação “Homem Aranha: No Aranha-Verso” aqui não seria nada mal.

Estes são os indicados para Melhor Roteiro Adaptado, entre eles, veteranos e novatos e uma quantidade razoável (e justificada) de diversidade que tornam a categoria interessante mais uma vez.


Os Concorrentes


Joel & Ethan Coen | A Balada de Buster Scruggs

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Baseado nas histórias curtas “All Gold Canyon”, de Jack London, “The Gal Who Got Rattled”, de Stewart Edward White, e curtas deles próprios, “A Balada de Buster Scruggs” é o primeiro filme dos irmãos Coen lançado diretamente na Netflix. Uma volta ao velho-oeste, é uma amostra de todo o talento e irreverência da dupla e, enquanto não se iguala a seu melhor material (afinal, não é todo dia que você faz um “Onde Os Fracos Não Tem Vez”, por exemplo) tem todos os elementos que fazem deles alguns dos nomes mais renomados em Hollywood quando o assunto é a adaptação de histórias para o cinema.

Indicados previamente para Melhor Roteiro Adaptado por “Eaí Meu Irmão, Cadê Você (2000)”, “Bravura Indômita (2010)” e vencedores do prêmio por “Onde Os Fracos Não Tem Vez (2008)”, além de uma série de nomeações e vitórias em outras categorias.

Charlie Wachtel & David Rabinowitz and Kevin Willmott & Spike Lee | Infiltrado na Klan

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Um dos filmes mais provocativos e necessários dos últimos anos, “Infiltrado Na Klan” já figura entre os grandes trabalhos do já renomado diretor Spike Lee (sim, aquele nos jogos dos Knicks). Com uma dose perigosa de humor negro e ousadia em contar uma história tão divisória e crítica da nossa sociedade, o grupo traz de forma divertida, com alto potencial de entretenimento a biografia de Ron Stallworth, policial norte-americano conhecido por ter se infiltrado na Ku Klux Klan nos anos 60. Ainda assim, em momento algum a esperteza dos diálogos e o dinamismo do roteiro o fazem perder seu senso de peso.

Spike Lee fora previamente indicado para Melhor Roteiro Original por “Faça a Coisa Certa (1989)” e para Melhor Documentário por “4 Little Girls (1987)”, além de ter ganho o Oscar Honorário em 2015.

Nicole Holofcener and Jeff Whitty | Poderia Me Perdoar?

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Esta é a primeira indicação da dupla.

Barry Jenkins | Se a Rua Beale Falasse

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Baseado no livro de mesmo nome do ativista James Baldwin, “Se A Rua Beale Falasse” é o muito aguardado novo projeto de Barry Jenkins, que atraiu os olhos de todos com o monumental “Moonlight”, em 2016.

Barry Jenkins foi indicado previamente por “Moonlight (2016)”.

Eric Roth, Bradley Cooper & Will Fetters | Nasce Uma Estrela

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A quarta edição do filme originalmente lançado em 1937, “Nasce Uma Estrela” traz da melhor forma possível sua história para os dias de hoje. Ao mesmo tempo uma análise da indústria fonográfica nos Estados Unidos, um estudo sobre a fama e uma turbulenta, porém verdadeira história de amor, o roteiro sucede em tudo que tenta e é um dos elementos menos apreciados do filme. Talvez justamente por dar o espaço necessário para que suas estrelas pudessem brilhar o mais forte possível.

Eric Roth foi indicado previamente na categoria por “O Informante (1999)”, “Munich (2005)”, “O Curioso Caso de Benjamin Button (2008)” e saiu com a estatueta por “Forrest Gump (1994)”. Esta é a primeira indicação de Bradley Cooper e Will Fetters na categoria.


Quem Deveria (e vai) Ganhar: Spike Lee

Após anos sendo extensivamente esnobado, Spike Lee deve finalmente ganhar seu primeiro Oscar. Enquanto o honorário de 2015 possa ser um indicativo de que a Academia já “fez as pazes” com o diretor, a competição não parece forte o suficiente para tirar este prêmio dele. “A Balada de Buster Scruggs” foi lançado diretamente pela Netflix e a Academia ainda está se acostumando com a ideia, enquanto “Se A Rua Beale Falasse” acabou perdendo muito fôlego na corrida pré Oscar, isso aliado à vitória de Jenkins em 2017 praticamente derruba as chances do filme. “Poderia Me Perdoar” surpreendeu a todos ganhando o Writers Guild of America (WGA), mas o lob do filme não é tão grande, inclusive não foi indicado para Melhor Filme. “Nasce Uma Estrela” já tem alguns outros prêmios praticamente garantidos e é a quarta edição da mesma história.

Na terceira cerimônia seguida em que foi possível ver ao menos um pouco da tal diversidade que Hollywood tanto prega, assistir um escritor negro ir para casa com uma estatueta de Melhor Roteiro pelo terceiro ano seguido (“Moonlight” de Barry Jenkins e “Corra” de Jordan Peele, em 2017 e 2018, respectivamente) seria algo maravilhoso.

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