Quem Leva | Oscar de Melhor Direção
A corrida da categoria de Melhor Direção é composta por veteranos. Três estrangeiros, dois americanos e nenhuma mulher.
As obras feitas por esses diretores dialogam entre si. Sendo o ponto de semelhança o enredo social político. Em “Vice” acompanhamos a jornada e falcatruas de Dick Chenney, vice presidente dos Estados Unidos. “Roma” e “Guerra Fria” acompanhamos como as circunstâncias políticas afetam a vida dos personagens. “Infiltrado na Klan” aprendemos que a história, infelizmente, pode se repetir. A trama de “A Favorita” aborda o conceito sinônimo de política; Poder.
Os Concorrentes
Adam McKay | Vice
“Vice” é um dos filmes mais polêmicos da temporada. Adam McKay não economizou palavras e deboche para expor seus sentimentos em relação ao governo norte americano. Como a maioria dessa categoria, o diretor apresenta um estilo e ritmo autoral. Completando com a habilidade de McKay de mastigar assuntos complexos compreensíveis para o público.
Indicado previamente para Melhor Diretor por “A Grande Aposta” (2016), vencedor na categoria de Melhor Roteiro Adaptado por “A Grande Aposta” (2016).
Alfonso Cuarón | Roma
Diretor, Diretor de Fotografia. O envolvimento de Alfonso Cuáron foi integral, sendo “Roma” sua obra mais pessoal. O colorido México se torna um sensível P&B, o idioma Espanhol, a protagonista de origem indígena, a estreia na plataforma de streaming “Netflix” e um período apreensivo entre Estados Unidos e México. “Roma” representa um prefácio do futuro.
Vencedor da categoria Melhor Diretor por “Gravidade” (2014), vencedor de Melhor Edição por “Gravidade” (2014), indicado na categoria Melhor Roteiro Adaptado por “Filhos da Esperança” (2016), indicado na categoria Melhor Edição por “Filhos da Esperança” (2016) e indicado na categoria Melhor Roteiro Original “E Sua Mãe Também” (2003).
Pawel Pawlikowski | Guerra Fria
Pawel Pawlikowski criou uma conversa entre a estética de seus filmes. Novamente, opta pelo P&B e a disposição em janela 4:3. “Guerra Fria” mostra a excelência da Forma em seu ápice. Além disso, o elenco entrega performances elevadas justificando a justa indicação.
Vencedor da categoria Melhor Filme Estrangeiro por “Ida” (2015).
Spike Lee | Infiltrado na Klan
É surpreendente, mas esta é a primeira indicação do famoso diretor para categoria. “Infiltrado na Klan” é um dos filmes mais comentados do ano, e merece ser. Baseado em fatos reais, ambientado nos 70. Facilmente e lamentavelmente poderia ser atual. O filme traz questionamentos e repulsa, principalmente pela história reforçar o que está acontecendo nos Estados Unidos. Spike Lee fez do filme um manifesto para um movimento.
Indicado previamente para Melhor Roteiro Original por “Faça a Coisa Certa” (1990), indicado para Melhor Documentário “Quatro Meninas” (1998) e recebeu o Óscar Honorário por em 2016. “Um campeão dos filmes independentes e uma inspiração para jovens cineastas."
Yorgos Lanthimos | A Favorita
“A Favorita” trouxe algumas das melhores atuações do ano. Personagens femininas bem elaboradas, diálogos geniais e excêntricos, estética não convencional. Yorgos Lanthimos é um dos diretores mais interessantes para se acompanhar.
Indicado previamente por Melhor Roteiro Original pelo longa “O Lagosta” (2017).
Quem Deveria (e vai) Ganhar: Alfonso Cuáron
Todos diretores são merecedores de suas indicações. Trazendo temáticas condizentes e relevantes para sociedade. Demonstrando que a sétima arte, atualmente, é a ferramenta mais significativa para debates.
Por “Roma” já levou Golden Globes e BAFTA em Melhor Direção. Se Alfonso Cuáron ganhar será seu segundo Óscar desta categoria. “Roma” é um filme precursor, e especialmente para o diretor fez um processo de reinvenção de suas obras anteriores. Se o diretor mexicano ganhar esse ano será uma maneira de protesto da Academia.