Crítica | Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan
Um épico que nasce com cheiro de grande aventuras.
Produção francesa traz a clássica história de Dumas com muita seriedade e emoções.
“Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan” é um filme um pouco engraçado porque não há nada nele que indique ser lançado em 2023, ele parece ser adequado para qualquer década do último século, a sua história mais do que clássica e muitas vezes contada no cinema é exatamente o que se espera dela. Mas, mesmo assim, é um divertido filme de 120 minutos que sem dúvida deixa viva a lenda de D’Artagnan e seus amigos com um roteiro em grande escala ambientado em lindas locações e com sentimentos verdadeiros a mostra.
Quando D’Artagnan chega a Paris em busca de se tornar um dos Mosqueteiros do Rei, o jovem que não tem nada além de arrogância presencia um assalto e ao tentar socorrer uma donzela em perigo acaba baleado. Ao ser aceito como recruta na Academia dos Mosqueteiros ele vê o homem que estava no crime presenciou e ao correr atrás dele arranja confusão com três homens diferentes, com quem marca um duelo contra cada um, o primeiro às onze, o segundo ao meio-dia e o terceiro a uma da tarde. Ao chegar no local para o primeiro duelo descobre que as testemunhas do primeiro oponente são os outros dois duelistas, esses são os três mosqueteiros.
Em uma história de romance, drama, intriga, traição, espionagem, discussões religiosas e sobre poder, com reis, rainhas, cavaleiros honrado e desonrados vemos D’Artagnan no meio de uma grande trama para começar uma guerra entre França e Inglaterra. As belas locações tanto para construir salões luxuosos quanto a Paris pobre também lembram muito os épicos antigos e as intensas batalhas com grandes coreografias e cortes de espada que misteriosamente não produzem sangue também entregam o aspecto de Clássico que tem a nova versão dos Mosqueteiros.
Em alguns momentos o roteiro fica mais complexo do que gostaria de ser, um filme de duas horas que conta só metade da história (a outra metade será lançada em dezembro) poderia ter aparado um pouco as pontas, são muitos personagens e não são poucas vezes que a gente fica com dificuldade de saber quem é quem. Mas são os sentimentos o que existe de melhor aqui, a tristeza sem fim de Athos (Vincent Cassel), as paixões proibidas da Rainha (Vicky Krieps), ou a desconfiança do Rei que está sendo traído por todos na sua volta. Isso misturado com um carisma interminável de François Civil como o jovem D’Artagnan garantem ótimas duas horas de pura diversão.