Crítica | I Am Not Okay with This (1ª Temporada)
Inspirado nos personagens do autor Charles Forsman. A série é narrada pela protagonista, carregada com um tom sádico e cômico, semelhante ao roteiro de “The End of The Fucking World”, toque scifi de “Stranger Things” e a explicita inspiração em “Carrie, A Estranha” de Stephen King. Com a semelhança na estética de subúrbio entediante e sufocante, em que as três séries citadas possuem.
Adolescência é um período turbulento. Dubiedade, inseguranças, descobertas. Carregada com a leiguice de lidar com tantas situações. Para tímida Sydney Novak (Sophia Lilis), não é diferente. Pelo contrário, além de enfrentar dramas cotidianos, a protagonista perde o pai e misteriosamente (aleatoriamente) recebe super poderes.
Com sete episódios e estimativa de trinta minutos de duração. Sendo a primeira temporada, é compreensível a necessidade de introdução para personagens, narrativa. A questão é que muitos episódios poderiam ter melhor desenvolvimento, contribuindo para o percurso da história. Sendo, o último episódio o momento em que narrativa entra em crescente e por consequência se torna o mais interessante. Encerrando com um excelente gancho e tornando imprescindível uma segunda temporada.
Semelhantemente a Carrie White, Sydney está passando por momentos difíceis. Sendo a adolescência um período de transições, aparecendo dúvidas sobre sua sexualidade, como a perda do pai afetou sua vida. Infelizmente, a jovem não consegue expurgar esses sentimentos. Já no primeiro episódio a psicóloga da escola a sugere iniciar um diário para registrar seus pensamentos. Sendo o ganho de poderes; Super força e telecinese, figurativos da sua inabilidade de expor aflições e sentimentos.
O fator da série em momentos não se aprofundar reage na construção de intimidade da relação entre os personagens entre a protagonista com os outros personagens ser rasa. Principalmente com sua melhor amiga, que também se torna seu interesse romântico. Possivelmente porque na maioria da série é possível saber o que se passa na mente de Sydney, quando interage com outros personagens. Já nos encontros com Dina (Sofia Bryant) não é.
Interpretando Sydney; Novamente a jovem atriz Sophia Lili demonstra estar traçando uma carreira promissora. Assim como em papéis desafiadores, original do HBO “Sharp Objects" ou na franquia de sucesso “It”; Em que contracena novamente com o ator Wyatt Oleff que é Stanley Barber, personagem em que a química melhor flui.
Sendo assim, quem merece ser melhor explorado é Stanley Barber. Carregado de carisma, estilo, empatia. Além de uma potente química com a protagonista. Possuindo todas essas virtudes e mérito a ótima performance do ator, sua background story parece tão interessante quanto a de Sydney.
“I Am Not Okay with This" se solidifica como um bom entretenimento. Infelizmente, o potencial da série se mostra por completo no último episódio, pois os outro seis parecem introdutórios. Nada que possa condenar a ser denominada como algo totalmente negativo. Pelo contrário, a série é composta de muitos elementos interessantes que merecem ser explorados. Infelizmente, a longa introdução só permite que estes pontos apareçam no final.
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