Crítica | Amor Com Data Marcada (Netflix)

amor com data marcada, Netflix

Já é quase natal…

e ainda estamos, alguns de nós, em quarentena, forçados a descobrir novas maneiras de passar o tempo. Inevitavelmente, olhamos para o band-aid dos serviços de streaming, a Netflix, e suas recomendações do “em alta”. Hoje decidi assistir mais uma delas, que tem um título em inglês - um pouco - melhor (Holidate), mas que faz jus ao título em português quanto à sua qualidade. Mas afinal, o que eu esperava?

Emma Roberts e Luke Bracey interpretam uma típica dupla que decide fazer uma amizade colorida apenas em feriados e datas festivas, apresentando um ao outro às famílias e amigos para que não incomodem por estarem sozinhos. A premissa, é claro, serve de desculpa para vários cenários e situações evocativos que poupam o trabalho da produção de pensar em locações e etc. Basta uma decoração que sua mãe faria em um ano mais inspirado e pronto. Mas esse não é nem de perto o maior problema dessa maravilha de quase duas horas.

(Deixando bem claro que me diverti - muito - com o filme)

Única e exclusivamente porque, bem, sabia o que iria assistir. Um filme que brinca com as convenções de seu gênero apenas para seguir todas elas depois, que sabemos o final já no começo e que, se desligarmos o cérebro, podemos rir de uma bobagem ou outra - como o fato de umas crianças pequenas falarem palavrões em diversas cenas. Se está procurando algo pra passar o tempo, é uma pedida perfeita.

Agora, caso seu objetivo seja se emocionar, ou se envolver com os personagens, ou qualquer das outras milhões de coisas que tornam o cinema incrível, deve passar longe do filme de John Whitesell, cujo sobrenome, traduzido para o português, significa “venda branca” e que determina perfeitamente o que é, de verdade, “Amor com Data Marcada”: um legítimo White people problems, com performances no piloto automático, uma direção exagerada e um roteiro extremamente previsível.

Poderia até me alongar, mas acredito que quando um filme não justifica nem sua premissa não é necessário divagar. Vejam bem, toda a ideia da narrativa é que o “casal” apresente um ao outro como namorado/a, mas todos sabem que eles não são namorados de verdade, então não faz absolutamente sentido nenhum, pois a família de Sloane continua a incomodando a arranjar um marido - o filme é bem machista em alguns momentos, inclusive -, ao passo que nunca descobrimos absolutamente nada sobre a família de Jackson.

Bobo, genérico, mas suficientemente ciente da própria ruindade, “Amor com Data Marcado” é um filme… ruim. Mas legal de assistir.

3

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