As Melhores Interpretações da Década | Atores Principais
Se montar qualquer lista de filmes já é um exercício que, por mais divertido que seja, tende a se tornar exaustivo quando levado a sério (o que, infelizmente, acabo fazendo), elencar as principais performances em um período tão longo é uma tarefa mais do que ingrata.
Pois pense só, muito provavelmente em todos os bons filmes que viu havia ao menos uma boa interpretação, mas além destes há aqueles filmes medianos que trazem performances inspiradas e até aquelas atrocidades salvas pelo trabalho de um ou outro intérprete. Além disso, se um filme já é um mar de elementos que funcionam de acordo com a subjetividade - e bagagem cinematográfica, é claro - de cada um, imagine avaliar atuações que, em atos mínimos, e muitas vezes desapercebidos, acabam nos tocando de formas que nem bem sabemos como.
Acho interessante apontar também como, nas listas de atores e atrizes coadjuvantes, a diversificação étnica é mais visível, algo que diz mais sobre os estúdios - e sobre nossa sociedade - do que sobre a capacidade dos interpretes pertencentes a minorias.
Para facilitar meu trabalho e torná-lo mais prazeroso, decidi apenas listar aquelas interpretações que mais me cativaram, por um motivo ou por outro e, antes de começar, aviso que dividi os atores em duas categorias, assim como na grande maioria das premiações, por motivos óbvios. Além disso, atores e atrizes presentes em uma postagem não poderão ser incluídos em outra, por motivos de variedade.
Abaixo, aquelas as quais considero as 10 melhores performances masculinas da década:
Menções Honrosas: Leonardo DiCaprio em O Regresso, O Lobo de Wall Street, Ilha do Medo, Era Uma Vez Em… Hollywood (não consegui me decidir, então podem considerá-lo como membro honorário da lista); Samuel L. Jackson em Os Oito Odiados; Bradley Cooper em Nasce Uma Estrela; Chiwetel Ejiofor em 12 Anos de Escravidão; Vladmitr Brichta em Bingo; Ryan Gosling em Drive; Andy Serkis na Trilogia Planeta dos Macacos; Casey Affleck em Manchester à Beira Mar; Payman Maadi em A Separação; Ben Foster e Jeff Bridges em A Qualquer Custo.
Gostaria de ter pensado mais sobre qual interpretação colocar em primeiro lugar, mas infelizmente não tive escolhas. Pois, de certa forma, eu odeio o Llewyn Davis de Oscar Isaac. O desprezo, inimaginavelmente.
Depressivo, perdido e o pior, teimoso, é um jovem que ainda não percebeu que já deveria ser um homem, para enfim dar um rumo àquela coisa errática que chama de vida. Antissocial o suficiente para não se deixar aceitar as próprias amizades, presunçoso, prolixo e o pior (parte 2), incansavelmente chato.
E porque o considero tanto?
Pois Oscar Isaac, de certa forma, concebe um ser humano que espelha muitas características as quais também possuo. E ele, diferente da grande maioria de nós, apesar de saber que tempo, dinheiro e universo estão contra ele, não desiste de um sonho que já a muito acabara e o que sobrou foi a ressaca de uma noite mal dormida.
Ninguém foi tão intenso com tão pouco, ninguém foi tão verdadeiro a ponto de ser irritante, nenhum outro ator conseguiu criar um ser humano tão complexo que ele existe além de sua própria história.
É a melhor performance que vi esta década, e talvez eu me odeie por isso.