Crítica | Venom

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O filme solo de um dos vilões mais amados do amigão da vizinhança tinha a grande missão de ter seu protagonista sem um antagonista a altura: O Homem-Aranha. A ausência do cabeça de teia é sentida no decorrer da trama, mas o diretor Ruben Fleischer conseguiu substituir essa interação por outra bem interessante.

Venom é estrelado por Tom Hardy no papel do fracassado jornalista Eddie Brock/Venom e traz uma trama de ação/científica após uma nave da Fundação Vida retornar à Terra trazendo formas de vida de outro planeta. A aventura começa quando Carlton Drake (Riz Ahmed) tenta criar uma simbiose entre humano e alienígena, o que faz a dra. Dora Skirth (Jenny Slate) expor a história para Eddie.

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A trama principal demora para se desenrolar. Aliás, esse é um padrão do filme. Cenas muito longas e cansativas na primeira metade do longa caracterizam um dos pontos negativos de Venom.

O filme não corre riscos, até porque não se arrisca. Fleischer traz à telona aquela velha história de origem, com a desgastada jornada do herói, em que o protagonista sofre uma perda, nega seu destino num primeiro momento e por final o aceita. Isso é ruim? Depende de outros aspectos do enredo.

O Eddie Brock de Hardy funciona. O ator levou a sério e entendeu o papel que lhe foi dado. Seus trejeitos e fala corporal marcam o personagem.

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Para quem gosta de grandes histórias com muitos personagens, pode se decepcionar. O elenco é bastante contido, com apenas três personagens principais e dois coadjuvantes. E quase nenhum deles, com exceção de Tom Hardy, convence com sua atuação.

Outro fator que deixa a desejar é que, apesar do Eddie Brock de Tom Hardy ser ótimo, o espectador quer ver mesmo é o anti-herói Venom, que demora para dar as caras.

O melhor do filme é a interação “alienígena x homem”. Os diálogos entre Venom e Brock rendem boas risadas ao espectador.

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Conforme a trama se desenvolve, o longa metragem lembra um icônico filme da década de 90: O Máskara (1994). Quando Venom “toma conta” do corpo de Eddie, faz o público mais antigo recordar das loucuras de Stanley Ipkiss quando estava usando o objeto.

Uma cena que chama atenção é quando Venom declara o porquê de não querer mais ser o vilão da história e passa a ser o herói. Sem dar spoiler, pode-se dizer que o diretor pensou em tudo, menos nesta cena, pois há uma desculpa no estilo “Martha” de Batman x Superman (2016).

A cena final é decentemente produzida. Faz o público crer no que está acontecendo. E se tem um ponto positivo na lentidão inicial do filme é que prepara a identificação do espectador com o protagonista para este episódio.

Apesar das diversas avaliações negativas feitas nesta crítica, Venom é um filme que diverte. Não apresenta nenhuma novidade no gênero e nem uma trama grandiosa. Contudo, a atuação de Tom Hardy caracterizou o anti-herói. Podemos dizer que Venom chegou para ficar. Ou, pelo menos, até a Disney resolver obter os direitos totais deste personagem.

6,5

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