Crítica | Maggie Rogers - Now That The Light Is Fading
Álbum disponível no fim do post
Ano passado, durante uma visita especial a Universidade de Nova York, Pharrell Williams, que havia sido convidado para ouvir músicas de alguns estudantes, encontrou alguém especial. ''Uma artista singular, algo que ele nunca havia ouvido antes'', e ali, com uma estranha mistura de emoções estampadas em seu rosto enquanto ouvia Alaska, uma das maiores e mais importantes influências criativa dos últimos 20 anos falou que aquela música era como droga pra ele.
Com certeza há algo de especial em Maggie Rogers, afinal, é bom lembrar que ela escreveu e produziu tudo aqui.
Assumidamente apaixonada por Björk, conseguimos ver claramente a tentativa nesse EP de criar um mundo só seu. Conseguimos ver as cores, assim como sentir a maioria das palavras. Seu ''eletrofolk'', se é que podemos chamar assim, explora veemente o melhor dos dois gêneros e com certa facilidade. Conseguimos ter aquela sensação mas pura e inocente do folk durante as 5 músicas, onde compramos a certeza (sendo ela verdadeira ou não) de que tudo foi escrito e vivido pela artista. Todas letras transmitem vulnerabilidade, e toda apresentação ao vivo da artista se faz dela com seu violão.
''Color and song''é simples e bela. Rogers, e alguns grilos ao fundo, são suficientes para evocar qualquer sentimento de tranquilidade ou solidão, ou algo que se encontre entre os dois. É quase espiritual e um ótimo começo, que segundo a artista, é importante que seja calmo. Já a segunda track do EP é inegável. Fala sobre corações partidos e se encontrar como pessoa. Bem polida e acompanhada de uma percussão apressada, mas que se encaixa perfeitamente na tranquilidade da faixa, é como se ''Alaska'' flutuasse, preenchendo todo ambiente onde se encontra. Mas claro que, apesar de extremamente promissora, há sempre espaço pra melhorar. ''On + Off'', apesar de ser ótima, soa mais como uma música de Flume acompanhada dos vocais da cantora.
''Dog Years'' e ''Better'' seguem a vibe simplista do álbum. A primeira lembra Lorde em diversos aspectos, e é onde a cantora mais explora sua voz. ''Better'' é arrastada, de uma forma boa, e melancólica. Liricamente falando, Rogers é muito boa. Musicalmente, a busca por originalidade é encantadora embora não completamente bem sucedida. Inevitavelmente, nesse nicho indie-pop onde a cantora se encontra em ''Now That The light Is Fading'', há muita coisa parecida com o que ela faz. Não com a mesma sinceridade tão pouco com seu potencial.