Crítica | Power Rangers

Entre a esperança de ser um ótimo reboot, que nos levaria de volta a infância e nos fizesse exclamar que é hora de morfar, e a expectativa que fosse mais um dos muitos que fracassaram ao tentar, Power Rangers é muito satisfatório, apesar de ser uma faca de dois gumes em diversos sentidos.

Escolher o tom do filme cabe muito ao gosto dos roteiristas e diretores, e o público que querem buscar. Hoje, a clara divisão entre os filmes de super heróis - Vingadores sendo mais leves, Logan e Batman vs Superman mais sombrios - é retratada em Power Rangers, mas não por indecisão. Nitidamente trata-se de uma história leve, engraçada e pronta para estabelecer uma franquia conhecida por ser ''cafona'' e não se levar a sério, mas que precisa ser mais maduro, por assim dizer, em função da sociedade que vivemos hoje. 

Enfim, temos aqui 5 jovens, Jason, Kimberly, Billy, Zack e Trini; todos com alguns problemas em suas vidas, até que recebem super poderes e têm que lidar com fato de serem os responsáveis pela proteção da vida no universo, ou da sua pacata cidade. 

Mais que uma história sobre super-heróis, recheado de cenas de ação, esse é um filme que abre um arco e conta a origem de algo, então, inevitavelmente, um filme sobre personagens. Um ponto interessante é que, basicamente, se os ''desconhecidos'' atores falhassem o filme falharia. Não é como se a hora de morfar acontecesse de forma simples, e para que isso ocorresse todos os 5 deveriam criar algum tipo de laço, se conhecer de fato, serem amigos, e, até o último ato onde toda ação acontece, nenhum dos atores poderiam se esconder atrás de uma armadura e esconder defeitos em suas atuações.

De fato, não foi algo que tenha dado errado mas também não se apresentou de forma natural. A química entre alguns dos personagens funciona, mas o filme, ao não inovar em absolutamente nada, consequentemente não se levando a sério e serve mais para alguns adolescentes nostálgicos arrumar algum programa para sábado à tarde.

Visualmente falando, a maioria das coisas acontecem. Do mesmo jeito que as armaduras e Zordon (Bryan Cranston) são funcionais, Alpha 5 e os Zords serem ótimos , há coisas que apenas não dão certo. As cenas de ação divertem mas são pouco utilizadas e possuem alguns poucos (mas grandes) problemas de CGI. O filme encontra dificuldades em seu ritmo, mas nada que atrapalhe o filme, até porque não há maiores pretensões do que ser um esquecível divertimento de um programa familiar.

No fim das contas Power Rangers é sincero consigo mesmo o suficiente para ser um fan service e homenagear a antiga franquia, mas nada que leve a abrir novas portas para uma história que já foi duradoura.

 

5,2

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