Crítica | Cemitério Maldito
Inspirado no livro; “ O Cemitério” do aclamado escritor Stephen King. Assistimos neste remake os subúrbios pacíficos de Ludlow, Maine assombrarem a família Creed.
Dr. Louis Creed (Jason Clarke) se muda de Boston para a pacata cidade de Ludlow, acompanhado da esposa Rachel (Amy Seimetz), sua filha Ellie (Jeté Laurence) e o caçula Gage (Hugo Lavoie). O novo lar da família aparenta ser um local tranquilo, onde, em seu quintal há uma floresta. Um dia, a pequena Ellie se aventura pelo bosque e encontra um cemitério de animais e é picada por um abelha, rapidamente socorrida pelo amigável vizinho; Jud (John Litgow). Ele explica que o cemitério é uma tradição local dos habitantes com o propósito de enterrarem seus animais de estimação. O encontro deste local traz questões sobre a morte para dentro da casa da família e isso deixa Rachel aflita de trazer tal assunto para a vida da filha, já que isto lhe faz reviver memórias da sua traumática infância.
As coisas ficam conturbadas quando o gato da família “Church” é atropelado. Jud, não querendo que Ellie sofra com a perda, apresenta para Louis o “real” sentido do Cemitério.
Desde o princípio, a atmosfera sombria e claustrofóbica e a lenta busca de desenvoltura dos personagens nos resquícios de suas memórias indicam que há algo sinistro naquelas terras, trazendo o suspense ativo em todos instantes. Sendo facilmente identificada a narrativa construída por Stephen King, responsável pela estética de transformar cenários com exteriores plácidos em ambientes que carregam segredos obscuros. Além disso, o autor lida muito bem com os traumas da infância e adolescência; E a maneira que estas bagagens emocionais podem marcar as pessoas pelo resto da vida.
A mãe; Rachel (Amy Seimetz) representa este conceito do filme. Além da mudança ser algo complexo em sua vida que a faz retornar para períodos pesados de seu crescimento, como o falecimento de sua irmã, o destino a condenou com problemas, em que ela escolheu não lidar.
Louis, interpretado pelo ator Jason Clarke, entrega uma ótima performance como um pai em conflito por não admitir perdas ter de manter a família unida. É um excelente ator para filmes do gênero, com olhos que conseguem passar medo. A pequena Ellie (Jeté Laurence) rouba a cena, interpretando seu papel em diversas camadas e com intensidade. Demonstrando imenso talento, precisão e maturidade em sua atuação, também abordando as questões primordiais da trama.
O autor Stephen King criou uma verossimilhança que entrega aos leitores a noção da existência de seres sobrenaturais e protagonistas que lidam com o ceticismo em questões religiosas. “Cemitério Maldito” aponta questões de cunho existencial, a principal delas sendo a morte, a única certeza da vida. O preparo para saber lidar com sua chegada e, além disso, a incerteza do que ocorre depois dela. Afinal, não importa a faixa etária, ou sua crença, ninguém sabe realmente o que acontece.
Sobretudo, “Cemitério Maldito” é ideal para reunir a família. Principalmente pelos tópicos abordados, e por ser um filme interessante para os principiantes no gênero. Entregando um clima nostálgico e de suspense Afinco.