Crítica | Angry Birds 2

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Fui assistir à este filme unica e exclusivamente porque a cabine de imprensa permitia a entrada de irmãos/sobrinhos/filhos e tinha dois destes para levar, porém, o mais curioso foi o comentário de um dos outros críticos ao perguntar “aonde está o pessoal da cabine do Coringa?”.

E apesar de esta frase não parecer ser de importância para o valor cinematográfico desta sequência do moderado sucesso de 2016, é algo que conversa diretamente com a visão e expectativa do público com franquias baseadas em jogos, mesmo este, que foi um sucesso ainda maior entre os adultos do que as crianças. Levando em conta que classifiquei o primeiro capítulo desta franquia entre os melhores filmes adaptados de videogames de todos os tempos (isso mesmo), é quase impressionante que o público simplesmente não acredite que tais adaptações possam render, realmente, bons filmes.

Infelizmente, a moda se manteve, pois “Angry Birds 2” não é um bom filme, mas, assim como seu antecessor, tem acertos o suficiente para que sua própria existência seja justificada e, sem mais delongas, respondo à pergunta que muitos pais/tios/irmãos mais velhos provavelmente estejam se fazendo ao planejar o próximo final de semana com seus pequenos: leve-os para assistir o filme que é diversão garantida para todas as idades.

Como repetia Roger Ebert (frase de Robert Warshow) constantemente: um homem vai ao cinema, o crítico tem de ser honesto o bastante para reconhecer que é este homem. E a verdade é que ri (e muito) justamente por ter minhas expectativas no lugar certo. “Angry Birds 2” é um filme que não tenta, em momento algum, ser mais do que realmente é: uma história valiosa para crianças sobre trabalho em equipe e que, no processo, oferece piadas que apenas os adultos vão entender, mas que vão arrancar risadas de todos graças ao absurdo das situações. Não que você vá se orgulhar de rir destes momentos proporcionados pelo roteiro, mas há pelo menos três ou quatro cenas realmente hilárias - uma envolvendo uma fantasia em especial.

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Visualmente o longa parece ainda mais refinado - mesmo com alguns milhões a menos no orçamento -, com detalhes realistas nas figuras cartunescas como os pelos e penas, e os belos cenários continuam enriquecendo a história com detalhes interessantes trazidos diretamente dos jogos. E por mais que seus personagens não sejam exatamente originais, todos tem pelo menos um momento para brilhar e o trabalho de dublagem brasileiro foi competente (destaque para Fabio Porchat) o suficiente em adaptar o timing cômico das piadas (mas, é claro, se possível, sempre assista no idioma original), que acabam salvando a história simplista.

Inteligente em entender seu potencial, “Angry Birds 2” é um filme divertido que vai entreter as crianças e entreter aqueles adultos mais dispostos a baixar o potencial do cérebro por uma hora e meia.

Comparado à outros filmes baseados em video-games, isso já é uma vitória imensa.

6.5


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