Crítica | WiFi Ralph - Quebrando a Internet
Utilizando inúmeras referências de cultura pop e tecnologia, “WiFi Ralph” traz mensagens importantíssimas de empatia e amizade.
Retornamos à nossa aventura digital seis anos depois dos acontecimentos do primeiro filme. Ralph e Vanellope continuam melhores amigos seguindo suas rotinas diárias dentro dos jogos do fliperama. Porém, enquanto ele está satisfeito com o seu dia-a-dia, ela está sentindo falta de novas aventuras. E é em cima dessa diferença de vontades que o filme se constrói.
A dupla de amigos entra na internet a fim de salvar o jogo onde Vanellope morava, o Corrida Doce. A partir do início dessa missão, há uma chuva de referência digitais, tais como a deep web, o YouTube, eBay, Amazon e até mesmo Star Wars.
Obviamente, a referência mais esperada é a presença das princesas da Disney. É surpreendente a forma como elas funcionam dentro do filme, sendo mais do que somente um agrado para os fãs. Apesar do pouco tempo de tela, a personalidade de cada uma é explorada e o grupo tem uma função decisiva para a vitória dos protagonistas.
Porém, é quando Vanellope descobre um novo jogo de corrida online que o filme nos revela seu verdadeiro potencial. Seria muito fácil para Phil Johnston e Pamela Ribon, roteiristas do longa, utilizarem uma fórmula antiga e já defasada de apresentar um personagem que inicialmente é amigável e depois revelá-lo como o grande vilão da trama. Shank ou Yesss, as personagens de Gal Gadot e Taraji P. Henson respectivamente, cumpririam facilmente essa função.
Contrariando as expectativas, ambas trazem mensagens importantes e atuais. Enquanto Shank deixa claro para Vanellope que “nenhuma lei diz que melhores amigos têm que ter os mesmos sonhos”, Yesss dá uma lição de empatia e critica o cyberbulling reforçando uma mensagem que todo internauta conhece muito bem: “nunca leia os comentários”.
Contudo, a narrativa toma um rumo diferente e coloca a amizade de Ralph e Vanellope sob os holofotes. As diferenças entre os dois personagens se tornam críticas e mostram como uma amizade, por mais forte e bem intencionada que seja, também pode ser tóxica. E é justamente a dificuldade de Ralph de lidar com a sua própria insegurança que cria o maior perigo para os nossos heróis.