Quem Leva | Oscar de Melhor Atriz
O caminho de uma atriz em Hollywood por si só já é uma história digna de filme. Enfrentando preconceito, subjugações, assédio entre outros tantos empecilhos, é seguro dizer que toda e qualquer mulher que consiga viver de sua arte já é uma vencedora.
Em 2019, a categoria que premia a Melhor Atriz no último ano conta com personagens de mundos completamente distantes. Uma professora que nem mesmo atriz era; uma estrela da música que nem mesmo atriz era; uma atriz conhecida pela comédia; uma atriz conhecida pela televisão; outra com seis nomeações e nenhuma vitória. É um ano recheado de talento e que vem para esse ano sem uma clara favorita.
Estas são as indicadas à Melhor Atriz na 91ª cerimônia do Oscar.
As Concorrentes
Lady Gaga | Nasce Uma Estrela
Quem diria que, uma década depois, Lady Gaga seria indicada ao Oscar por interpretar uma outra versão dela própria, no início de sua carreira. Os anos se passaram e o comportamento excêntrico foi desaparecendo, assim como os vestidos de carne e enquanto a nova imagem mais “country” que a cantora adotou recentemente não foi um sucesso absoluto nas paradas, a trouxe para a quarta edição de “Nasce Uma Estrela” e é possível dizer que Lady Gaga renasceu com o papel. Fica claro em alguns momentos que ela não domina completamente seu potencial no cinema, mas seu trabalho como Ally é algo que apenas ela poderia fazer.
Esta é a primeira indicação de Lady Gaga.
Glenn Close | A Esposa
Glenn Close foi indicada cinco vezes só nos anos 80, e apesar de ser uma das atrizes mais reconhecidas de sua geração, nunca levantou a estatueta. Seu trabalho no razoável “A Esposa” é mais uma evidência da grandeza da atriz. Não é preciso mais que alguns minutos para que ela te coloque dentro das dores e motivações de sua personagem. Como um bom vinho, Close continua mostrando que pode atingir novas alturas.
Indicada para Melhor Atriz Coadjuvante previamente por “O Mundo Segundo Garp (1982)”, “O Reencontro (1983)”, “The Natural (1984)” e para Melhor Atriz por “Atração Fatal (1987)”, “Ligações Perigosas (1988)”, “Albert Nobbs (2011)”.
Olivia Colman | A Favorita
Conhecida por seu trabalho no teatro, Olivia Colman está fenomenal como a Rainha Anne. Em um misto de comédia e sofrimento, ela faz de sua personagem alguém ao mesmo tempo odioso e digno de pena, com seus impulsos, trejeitos e manias vindo em explosões de emoção que por si só já são uma piada trágica sobre o sistema político da Inglaterra alguns séculos atrás. Ela praticamente não fica sozinha em cena, mas sempre que está, ou até quando não, tem seu impacto sentido.
Esta é a primeira indicação da atriz.
Yalitza Aparicio | Roma
Apesar de ofuscada pela ascensão de Lady Gaga, a professora mexicana, Yalitza Aparicio, tem de longe a história mais sensacional da cerimônia desse ano. Indo ao teste de elenco no lugar de sua irmã, que não pôde no dia, sua simplicidade conquistou Cuarón e sua falta de experiência como atriz era exatamente o que o diretor precisava para a personagem de Cleo. Com quase nenhuma ambição na vida, a moça não tem nada se não carinho, afeto e dedicação pela família a que serve. Sua performance é linda, mesmo que, no fundo, relate uma tristeza difícil de explicar.
Esta é a primeira indicação da atriz.
Melissa McCarthy | Você Poderia Me Perdoar?
dwkd0we9ke09dkw09dk90de
Indicada previamente para Melhor Atriz Coadjuvante por “Missão Madrinha de Casamento (2011)”.
Quem Deveria (e vai) Ganhar: Glenn Close
Lady Gaga é a favorita das massas, mas ainda tem um caminho considerável até se tornar uma atriz realmente completa, ainda assim, não seria nada surpreendente se adicionasse um Oscar a sua, já extensa, sala de troféus. Yalitza segue uma lógica similar, pois, apesar de estar maravilhosa, não era atriz até pouco antes de aparecer no teste de elenco. McCarthy tem uma personagem pouco agradável, apesar de extremamente interessante. Colman está sensacional, mas é discutível que sua performance não é a melhor nem mesmo de seu próprio filme, sendo que Emma Stone poderia trocar de lugar com ela nas nomeações. Glenn Close merece este Oscar não apenas pelo conjunto da obra, mas por, entre todas, comandar seu filme praticamente sozinha. Seria uma injustiça uma atriz como essa ficar mais um ano sem um prêmio que deveria ter ganho no passado.