Crítica | Os Incríveis 2
Quatorze anos de espera foram mais do que suficientes para trazer uma sequência tão boa quanto a primeira aventura da família Pêra.
Escrito e dirigido por Brad Bird, "Os Incríveis 2" continua a história que se inicia no final do primeiro filme, quando Beto e sua família tem que lidar com um novo vilão e ao mesmo tempo com a justiça, pois os heróis ainda são ilegais. Para isto, Winston e Evelyn Deavor, irmãos donos de uma empresa multimilionária de telecomunicações, propõe um plano, que envolve a Mulher-Elástica, para os heróis voltarem a ter o carinho do povo. O longa estreou nos cinemas brasileiros no dia 28 de junho de 2018.
Apesar de algumas diferenças nos personagens devido ao aumento da qualidade tecnológica, a primeira cena que aparece na tela, fazendo o link e referências com o primeiro filme, trazem um sentimento completo de nostalgia àqueles que foram crianças na década de 2000.
Em contrapartida à primeira obra, esta é protagonizada pela Mulher-elástica, deixando o Sr. Incrível na reserva. É demonstrado muito mais o lado pai de Roberto Pêra do que o de super-herói. Os traços do desenho mudaram, mas a qualidade da narrativa apresentada não, apesar de repetitiva. É uma história da família Pêra, mas que pode impactar todo o mundo heroico, por isso foi preciso e inteligente colocar novos aprimorados neste filme.
A maior dificuldade dos roteiristas acredita-se ser o fato de ter que criar uma história que agradasse tanto o público infantil quanto o público mais velho. A boa notícia é que a missão foi cumprida. As crianças saem satisfeitas ao ver uma boa animação, recheada de momentos de descontração e os adolescentes/adultos mais ainda, pois "Os Incríveis 2" apresenta uma aventura coesa, sem cenas exorbitantes, mas com boas ideias para contar esta nova trama.
A sequência da Mulher-elástica resgatando um trem desgovernado é uma das melhores do filme. E ainda conta uma pitada de empoderamento feminino, pois a mesma missão é apresentada no prólogo de "Os Incríveis", na qual o Sr. Incrível não sai bem-sucedido.
Dentre os personagens já conhecidos, o público sente falta do Flecha. Até o "gran-finale", ele é utilizado apenas como alívio cômico, não impactando muito na trama. Pensando melhor, pode-se dizer que a maioria dos heróis já conhecidos, tirando a Mulher-elástica, atuam com seus poderes apenas nas cenas que iniciam e finalizam o longa-metragem.
Agora, precisamos falar sobre o Zezé! Que espetáculo o que fizeram com ele. Apesar de não ser uma ideia inovadora, é o ápice do filme. Todos que assistiram ou irão assistir a animação, vão esperar ansiosamente pelas aparições do bebê poderoso.
Em toda sua essência, "Os Incríveis 2" é um ótimo entretenimento. Contudo, não supera seu antecessor e isso se deve a apenas um fator: nós já vimos esse filme. Mais uma vez os poderosos tentam recuperar o apoio do governo e do povo. No final são surpreendidos, se unem e vencem. A previsibilidade é algo presente durante esta sequência, o que, obviamente, não estraga nem um pouco a grandiosidade do filme.