Crítica | Playboi Carti - Die Lit
Por que você ouviria um álbum de trap em 2018?
De todas as vertentes do hip-hop, que são muitas, o trap pode muito bem ser a mais popular e a de menor qualidade média. Provavelmente a que tem menor possibilidade de um dia entregar uma obra prima, capaz de ser considerada uma das melhores do gênero. Nomes maiores que Playboi Carti como Young Thug, Future e A$AP Rocky já tentaram e tentam ano após ano, mas nenhum de seus trabalhos chegou perto disso.
Jordan Terrel Carter a.k.a Playboi Carti é mais um rapper de Atlanta que viu sua fama subir de forma gigantesca graças a um hit, "Magnolia", em 2017. Um ano depois, ele lança seu primeiro álbum de estúdio, "Die Lit", que, fora sua magnífica capa, não apresenta nada de diferente, inovador, ou excelente. Isso não quer dizer que é ruim, mas seu valor vai diretamente da sua relação com o trap.
Está pronto para ouvir 19 faixas com a mesma estrutura - batidas trap comuns, letras simples que dão voltas em cima de ganchos que se repetem durante toda a duração de cada faixa, além de os assuntos de sempre: sexo, drogas, festas, amor bandido -, se sim, pode ser que realmente goste de "Die Lit". Se não, passar por todo este álbum pode ser uma tortura.
Não parece haver aqui um grande hit como "Magnolia" e, honestamente, não há grandes destaques ou grandes falhas, é tudo muito semelhante em qualidade. Algumas faixas são inegavelmente "divertidas", é o caso do primeiro single "Love Hurts", da engraçada "Mileage" e da entrada "R.I.P.", mas nada salta aos seus ouvidos. Sugiro que, caso dê uma chance a este álbum, desligue seu cérebro e esteja pronto para se deixar levar pela forma profunda e sentimental com que Carti rima coisas tão simples e supérfluas a ponto de parecer que ele está abrindo seu coração a cada faixa.