Crítica | Darth Plagueis

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O universo Star Wars é tão vasto e criativo que você não consegue se conter em apenas uma história.

Diferentemente de Harry Potter ou Senhor dos Anéis, em que a obra cinematográfica adapta os livros, Star Wars é uma linha contínua. Claro, há os livros e HQ’s dos episódios 1, 2, 3, 4 e por aí vai... Mas a ideia aqui é que todos os filmes, livros, jogos, HQ’s e séries animadas seguem a mesma linha narrativa. Cada obra conta um determinado ponto desta grande história.

Após a compra da Lucasfilm pela Disney em outubro de 2012, a companhia do Mickey resolveu estabelecer um novo cânone (nova linha narrativa) de Star Wars. Com isso, alguns títulos deixaram de fazer parte da história oficial, esses possuem o selo “Legends”, que são contos que cabe ao leitor estabelecer se podem ou não fazer parte desta linha temporal do universo expandido.

Este é o caso de “Darth Plagueis”. A versão brasileira da obra é de 2016, com 428 páginas, distribuída pela editora Aleph. O enredo, escrito por James Luceno, traz Hego Damask, um Munn muito inteligente e astuto, como o Lorde Sombrio Darth Plagueis procurando a vida eterna enquanto ensina e guia o jovem Palpatine pelos lados sombrios da força.

Dos livros sobre o universo expandido de Star Wars, “Darth Plagueis” pode ser classificado como um dos que mais se encaixa com a história original dos filmes de George Lucas.

A história começa 67 anos antes do episódio IV, quando Plagueis ainda é um aprendiz e numa missão acaba matando seu mestre, Darth Tenebrous, cumprindo a profecia da regra de dois, onde sempre o aprendiz acaba se tornando mais forte que o mestre, assumindo seu posto. Plagueis passa o livro inteiro tentando entender e manipular os Midi-chlorians, a ponto de utilizá-los para obter vida eterna.

No início, pode parecer uma leitura um pouco difícil para quem acompanha o Universo Star Wars apenas pelos filmes, por conta da linguagem estrangeira inventada para alguns objetos e situações. Mas quando a história toma forma de vez, tudo fica mais claro.

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O fato é que o livro poderia, sem nenhum receio, se chamar Darth Sidious. A personagem de Palpatine rouba a cena quando aparece. A complexidade desse ser, que tem seu passado revelado mostrando o que o levou a ir para o lado negro da força, é o ápice da trama.

Plagueis é um personagem carismático, porém ao longo da história o leitor vai perdendo o apreço por ele e sua busca incessante pela vida eterna. Contudo, poderia ser essa a impressão que Luceno quisesse causar, vai saber.

Muitas referências se fazem presentes a partir da metade final do livro. Algumas coisas dos filmes são explicadas aqui, como o fato de porque o mestre Jedi Zaifo-Vias ordenou os Kaminoanos a criar um exército de clones, o que, na verdade, não passou de um plano de Plagueis. E também como Sidious encontrou e treinou Darth Maul, que foi entregue pelas mãos de sua própria mãe para o mestre sombrio.

O mais surpreendente de toda a história é que o livro acaba justamente momentos após o final do episódio 1, ou seja, Anakin Skywalker aparece ainda criança no livro. O que enlouquece Darth Plagueis por sua contagem de Midi-chlorians.

Quem ainda não conhece a linguagem um pouco difícil dos livros de Star Wars pode querer começar, mas não acabar de ler “Darth Plagueis”. Eu mesmo só consegui ler tudo na segunda vez que tentei. Mas o final bastante coeso com o universo, apesar de nada surpreendente, faz valer a pena as difíceis primeiras páginas do livro.

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