Crítica | Game Of Thrones - S8 E1

Enfim, 595 dias depois de tanta espera, ansiedade, teorias e debates de quem vive e quem morre temos finalmente “Game Of Thrones” de volta.

Uma atitude real é saber que nenhum primeiro episódio superaria as expectativas dos fãs de ter a série de volta consigo, mas com essas mesmas expectativas a parte, o fato é que nunca houve um início de temporada tão parado quanto este. Alguns personagens se reunindo, outros se encontrando pela primeira vez, algumas sugestões do que está por vir (Bron matando Jamie ou Tyrion), mas nada de substancial.

Parado não necessariamente quer dizer ruim. O episódio estabelece tensões abstratas entre Sansa e Daenerys, bom… na verdade entre Daenerys e o resto do norte. Assim como ninguém parece aceitar o fato de Jon ter se ajoelhado para a Targeryan, Dany ainda revelou a Sam que seu pai e irmãos foram queimados por não se subordinarem. Ela já demonstrou inúmeras vezes que talvez, dos principais candidatos ao trono, seja a menos preparada. Impulsividade e autoritarismo são duas características suas como governanta, necessitando de Missandei e Tyrion constantemente para lembrar seu lado mais compreensivo.

Mas falando em Sansa, o crescimento da personagem de Sophie Tuner é imenso. Seu momento de re-encontro com Tyrion pela primeira vez desde o casamento de Joffrey é um momento agradável e despretensioso até o momento que a Stark sugere a ingenuidade da ‘‘mão’’ por sua percepção do comportamento de Cersei durante a guerra.

"I used to think you were the cleverest man I knew" Disse a, agora, uma das pessoas mais inteligente dos 7 reinos. Inegavelmente, Sansa passou por tanta coisa deplorável ao longo da história, convivendo com os piores tipos de pessoa, coexistindo com mindinho e sobrevivendo a guarda de Cersei e Ramsay que não há como não imaginar ela sentada no Trono.

Entre mais encontros e desencontros, temos o bonito momento entre Jon e Arya e o divertido entre a mesma e Clagane. Ainda é sugerido um flerte entre Arya e Gendry mas nada muito concreto. O primeiro episódio teve êxito na maioria desses curtos encontros, forçados pela geografia de Winterfell, afinal, não queremos ver longas conversas entre Arya e Gendry ou até mesmo entre Jon e Sam. Queremos o suficiente para a trama andar e ao mesmo tempo nos trazer um pouco de paz de espírito ao vê-los juntos e vivos.

Mas se tem alguém que faz um desfavor para a narrativa é o prepotente Euron Greyjoy. Não é como se ele realizasse o papel daquele indivíduo que não liga para ninguém fora si mesmo de uma forma efetiva. Euron não é ameaçador a nada e muito menos imponente a alguém. Aliás é por causa da ridícula afirmação dele para Cersei que os roteiristas nos lembraram que tem muitas dificuldades com romances, por mais rasos que sejam. ‘‘Eu vou botar um Príncipe em sua barriga’’ foi uma das cenas mais cringe e forçadas da história da série porque sabemos que Cersei, no segundo que desejar, pode matá-lo.

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‘‘É muito frio aqui para uma garota do sul’’
‘‘Então mantenha sua rainha aquecida’’

A cena de Jon e Dany voando nos dragões foi algo legal de se ver, mas não pode-se negar que o episódio como um todo mais pareceu uma novela das 21 do que a implacável série que nos acostumamos a amar. Tudo bem que os primeiros episódios de cada nova temporada tendem a ser monótonos, mas o problema aqui é focar nas coisas erradas.

Era esperado que o clímax dramático seria a descoberta da linhagem sanguínea de Jon, algo teorizado desde o começo dos livros e sim, foi algo de grandioso e irrefutável em meio de um episódio muito subjetivo. Sam, irritado ao saber que dois membros da sua família foram assassinados, esclarece tudo para Jon, agora Aegon Targaryen, e prepara terreno para uma ótima sub-trama a ser mostrada a seguir.

Por fim, é inegavelmente nostálgico como termina esta abertura da oitava temporada. Jamie e Bran. É engraçado pensar por tudo que cada um passou e em quem cada um se tornou desde o momento em que o Lannister tentou matar o Stark o empurrando da janela. É nesse momento, na indiferença de Bran e no choque de Jamie que todo o episódio vale a pena. Nesse exato momento em que nos é relembrado que estamos no começo do fim. Tudo que aconteceu de importante nos é evocado e agora sim, o jogo final pelo trono vai começar.

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