Crítica | Star Wars: Os Últimos Jedi

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"Star Wars: Os Últimos Jedi", porque aparentemente boas franquias de filme não tem seu nome mal traduzido para o português, é o oitavo filme da cronologia principal de Star Wars e o nono geral da franquia de filmes que tende a se tornar a mais lucrativa da história (sorry Harry Potter). 

Não há nada no mundo cinematográfico mais impressionante do que o fenômeno Star Wars. São 40 anos desde o lançamento do episódio IV e as mentes brilhantes - as vezes nem tanto - por trás da saga ainda conseguem fazer a expectativa para um novo filme serem gigantescas e antes de entrarmos no contexto do longa em si, é necessário falar sobre como o trabalho de marketing realizado amplia a experiência. Nem a criança de dez anos sendo levada pelo pai, nem eu, nem o mais fanático nerd e aficionado por Star Wars sabia o que aconteceria nas duas horas e trinta minutos do filme. Não sabíamos quem apareceria de surpresa, quem morreria, quais personagens ainda estariam vivos para a próxima sequência. Não sabíamos de nada.

E que graça teria se soubéssemos? Que os pais da Rey são... ou que Finn se... ou talvez que Luke... Você que já assistiu o filme sabe do que estou falando. 

Dito isso, não se pode ignorar os problemas de ritmo. A presença de diversos núcleos é algo comum na franquia e a sinergia entre eles é o principal motivo de alguns dos filmes sucederem e outros fracassarem, e aqui o pendulo acaba ficando centralizado. Enquanto os visuais espetaculares - os melhores entre todos os filmes - sempre tornam agradável e atraente acompanhar a narrativa, alguns arcos são definitivamente mais interessantes que outros. Finn e Rose, apesar de terem um papel extremamente importante, praticamente te levam a outro filme. A fuga da Primeira Ordem pela resistência é o que move o longa, mas nem sempre os momentos dentro das naves são realmente interessantes. Já Rey e Luke tem uma relação mestre-pupilo completamente diferente do que se esperava, o que caiu como uma luva em uma mão robótica. 

As interpretações compensam os momentos mais arrastados, sendo que não há um simples membro do elenco fora de tom. Carrie Fisher, visivelmente debilitada cumpre seu papel com maestria. Oscar Isaac é oficialmente o ator mais carismático do planeta, Mark Hamill faz sua melhor interpretação como Luke e não é nem discutível e apesar de ser fortemente desfavorecido pelo roteiro, John Boyega faz o que pode com Finn. Laura Dern, Kelly Marie e Domnhall Gleeson não se destacam, mas também não comprometem.

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Mas o que torna este filme realmente profundo vai além das individualidades, se centrando especialmente no elemento mais original da nova trilogia, mesmo que muitos ainda não tenham percebido. Os laços entre Rey e Kylo Ren são facilmente os mais complicados e complexos da franquia. Eles entram em algo além do vilão e herói, ambos são tentados pelo lado oposto e a cada momento parece que podem cruzar a linha ou simplesmente apagá-la. É um trabalho minucioso e subjetivo de toda a equipe e catapultado pelas magníficas interpretações de Adam Driver e de Daisy-pleasemarryme-Ridley. 

Muito também se deve ao excelente trabalho de câmeras de Rian Johnson, que apesar de não superar antigas sequências de perseguição ou de combates de sabre de luz, foi capaz de adicionar camadas de emoção e impacto à elas, claramente procurando torná-las diferente de qualquer coisa já mostrada. A cinematografia deste filme é provavelmente a mais estonteante de qualquer um da saga e merece uma indicação ao Oscar. São pelo menos quatro ou cinco momentos de tirar o fôlego e fazer você aplaudir no cinema, onde momentos carregados de emoção são aliados a visuais deslumbrantes, sejam em cenas inteiras ou em tomadas únicas. Algo ao mesmo tempo fantástico e suficientemente realista para acreditarmos de que alguma forma, em uma galáxia distante, Star Wars não seja apenas um filme. Graças a tudo isso, temos o filme da saga mais empolgante desde "O Império Contra-Ataca". 

E, é claro, John Williams dispensa qualquer tipo de apresentação.

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Não se pode, nem se vale falar muito desse filme sem poder comentar cenas e possibilidades futuras (o que você pode conferir aqui). "Star Wars" está aquém de outras franquias, é algo maior, que consegue aliar uma história cada vez mais interessante e imprevisível à uma execução técnica perfeita. Muitos reclamaram que "O Despertar da Força" foi pouco original, pois bem, apaixonem-se pelo filme mais ousado da saga. 

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