Crítica | Bloodshot

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Vin Diesel faz um filme de ação genérico.

“Bloodshot” não é nada além disso, um filme que se você gosta de filmes de ação, certamente já viu. Sofrendo do mesmo pecado de alguns contemporâneos, ele até aponta os clichês do gênero, mas não faz nada para reverter ou dar outra visão para isso, só ri das fórmulas prontas e acaba caindo nisso mesmo. Conta a história de Ray Garrison, um SEAL que vê sua esposa assassinada a sangue frio por um vilão, para logo após ressuscitar em um centro tecnológico onde foi geneticamente modificado para ser uma máquina de guerra completa. Algumas boas sequências de ação com um visual instigante se perdem em meio a um roteiro confuso que ao depender de uma série de pontos de viradas exige de mais da história de ação e vingança. Dave Wilson, o diretor estreante demonstra sua inexperiência e ao contrário do ex-colega Tim Miller (love, death & robots), não demonstra a mesma aptidão para migrar da área de efeitos visuais direto à cadeira de diretor, pois há partes confusas e desencontradas no seu filme.

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O show fica por conta justamente dos efeitos visuais, bem utilizados, especialmente na construção dos nano robôs que compõem o sangue de Garrison e a maneira que eles se movimentam nas cenas. Como de se esperar, há uma boa quantidade de explosões, que funcionam satisfatoriamente e servem ao final do filme as colocando em um patamar maior de roteiro e visual. A edição por outro lado, acaba, em boa parte das cenas, deslocando o espectador e tornando a ação mais difícil de acompanhar, notadamente na luta do protagonista contra soldados paramilitares genéricos em um túnel. Outro problema são os fracos personagens e as atuações que ganharam, Guy Pearce acaba sendo o menos pior do elenco, mas nem ele consegue salvar a construção péssima de personagens. Quero dizer, em filme que altera o centro de gravidade entre mocinhos e bandidos algumas vezes, deveria ser essencial expor a motivação dos personagens, que fica faltando sempre. Se alguém ajuda o personagem principal, deveria ter um motivo para isso, assim como certo personagem que odeia o protagonista, por nenhum motivo aparente a não ser ele mesmo ter lido o roteiro e saber que essa é sua função.

110 minutos de cenas de ação, Vin Diesel em um arco dramático um pouco confuso, claro que há momentos divertidos e certamente o filme é melhor do que eu esperava, mas

“Bloodshot” parece ter sido escrito por um algorítimo”.

4

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