Crítica | A Barraca do Beijo
Quase todo ano, a Netflix lança pelo menos um filme de comédia romântica no seu catálogo e chama atenção do público. A bola da vez é o tão comentado A Barraca do beijo. O filme estreou no serviço de streaming no dia 11 de maio de 2018 e conta com direção de Vince Marcello, experiente em longas do gênero.
Seguindo a grande leva hollywoodiana de protagonistas fortes, uma história engraçada e que não termina com “felizes para sempre”, este filme traz um entretenimento bacana, mas que não convence.
A Barraca do beijo pode ser considerado uma vitamina de diversos outros longas que foram colocados no liquidificador e daí surgiu a ideia para o filme. Contudo, não pode ser classificado como ruim, pois apresenta momentos relevantes dentro da narrativa. O único fato é que já haviam feito isso antes.
Filmes de comédia romântica, principalmente sobre romance jovem, sempre acontecem a partir de conhecimentos clichês. O amor é complexo, mas a cinematografia representada é clichê. Portanto, não há erro nenhum em contar uma história neste estilo, o problema é quando você utiliza apenas disso dentro do enredo.
O caso da amizade entre Elle (Joey King) e Lee (Bruno Ferian) é a trama principal. Os dois possuem um elo tão grande que os leva a criar uma lista de regras com base em suas atitudes. Isso é algo bonito e que realmente acontece com alguns adolescentes na vida real. Porém, isso foi explorado muito melhor em outro longa-metragem, chamado Naomi & Ely e a Lista do Não Beijo.
Um ponto forte do filme é a interpretação da protagonista. Joey definitivamente aceitou a proposta de Marcello e encarnou uma jovem forte o bastante para tratar de temas como beijos e sexo com naturalidade dentro do seu meio.
Esta representação de mulheres fortes, que fazem realmente o que querem tem sido cada vez mais introduzido em filmes do gênero. Deixando de lado aquele estereótipo de “donzela que espera seu príncipe chegar para resolver tudo”.
Em A Barraca do beijo isto é retratado apenas quando convém para o roteiro, gerando momentos de descontração com o par romântico da personagem.
Jacob Elordi interpreta o garanhão Noah Flynn, o irmão mais velho de Lee, que acaba se apaixonando por Elle. Tudo o que a personagem de Joey traz de relevante, Elordi falha. É uma interpretação totalmente vazia, que está ali somente par ser o interesse amoroso da protagonista. Por mais que a personalidade dele mude conforme o andar da carruagem, o espectador só sente apreço por ele porque Elle sente.
O enredo é comum, com nuances interessantes. Como no caso da construção da própria barraca do beijo e sua utilização. O foco está mesmo na construção de Elle e seus desejos e anseios.
Até por isso, talvez quem assista espere muito mais do filme. A personagem é tão dinâmica, que a todo momento você espera que aconteça algo a mais naquela história. Para desespero de alguns, isso não ocorre. O filme acaba, os créditos sobem e lá se foi mais um filme que não será tão lembrado daqui a alguns anos.