Crítica | Aquaman

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“Aquaman” mostra que a DC está atenta com a corrida dos filmes de super heróis. Ao lado de “Mulher Maravilha” pode ser considerado um dos passos positivos tomados pela empresa. Se tornando o blockbuster desta temporada.

Atlanna (Nicole Kidman) ao fugir de sua terra (ou águas) natais, Atlantis, por conta de um casamento arranjado, conhece um faroleiro; Tom Curry (Temuera Morrison). Os dois se apaixonam, e ela dá a luz à Arthur/Aquaman (Jason Momoa). Infelizmente, ela se vê forçada à retornar a Atlantis para proteger sua família. Arthur é criado por seu pai, e aprende tudo que sabe sobre o reino submarino e seus poderes sendo instruído por Vulko (Willem Dafoe). Anos se passam, e em uma de suas missões, Aquaman tem o primeiro contato com um dos vilões da trama; Manta (Yahya Abdul-Mateen II) um pirata que pretende se vingar pela morte do pai, em que ele acredita que o herói é culpado. Arthur após completar a missão acredita que está tudo resolvido, porém a situação só piora. Ao conhecer Mera (Amber Heard) ele descobre que o mundo está em perigo, pois seu meio irmão; Orm (Patrick Wilson) tem a intenção de travar uma guerra entre a superfície e as profundezas. A única salvação é se Arthur assumir o seu lugar como rei de Atlantis. 

Uma das mensagens que o filme apresenta é como a natureza está descontente com o comportamento negligente dos humanos. A alta produção do lixo em que o destino final são os oceanos. Essa conscientização se torna extremamente importante atualmente, é de extrema utilidade principalmente por “Aquaman” ter um público jovem que inclui crianças. Quanto mais cedo trazer a reflexão e ideia de sustentabilidade melhor. Pequenos passos podem ajudar a natureza, incluindo o corte de plásticos quando desnecessário; como canudos e sacolas.

James Wan (diretor) optou por uma estética mais colorida que é condizente com o tema submarino. As cenas do princípio são as mais belas do filme, os momentos no Maine. Porém os efeitos visuais em certos momentos parecem desleixados, e não aprazíveis aos olhos. O desenho de som exagerado e não contínuo, coloca o espectador com um frio na barriga que termina abruptamente. Já nas cenas de ação e perseguição, o diretor se saiu muito bem. Há uma bela coreografia e os movimentos de câmera criam uma atmosfera de apreensão. O uniforme do Aquaman merece elogios para o departamento de arte, que apresenta uma ótima vestimenta.

Jason Momoa faz um ótimo Aquaman, o seu carisma me levou de volta para minha infância em que assistia Cartoon Network e havia os cômicos comerciais com o herói. Me surpreendeu. A aparição de Nicole Kidman também. Não é a primeira vez que a atriz usa de sua beleza mitológica como um plus; como em “A Feiticeira”, “Da Magia à Sedução”. Considerando o fato, que ela é uma atriz excepcional. Willem Dafoe estava um pouco morno, se houvesse mais aparições dele teria sido melhor. O prefiro como Duende Verde.

“Aquaman” se assemelha com “Thor: Ragnarok” (2017) por haver um tom cômico. Contudo, no filme de Thor há uma resiliência com esse ritmo até o final. Causando um estranhamento de primeiro momento por se diferir dos outros filmes da franquia. O longa de James Wan não é tão bem sucedido nesse aspecto, atirando para muitos lados fazendo com que a narrativa se torne uma bagunça. 

Um dos fatores em que a DC está perdendo a guerra fria contra Marvel são os vilões. “Mulher Maravilha” (2017), por exemplo, um filme rico em seus departamentos de maneira uniforme, porém quando o vilão Ares aparece, não é páreo para Diana. Em “Aquaman”, Manta (Yahya Abdul-Mateen II) tem uma razão para se vingar do herói, porém o espectador não cria uma empatia pelas cenas muito rápidas em que aparece. Esse personagem demonstra enorme potencial de primeiro momento, deveria haver uma exploração maior em torno dele. Rei Orm é interpretado Patrick Wilson, um bom ator, que infelizmente não entregou uma de suas melhores performances. A motivação do personagem não parece sua. A competição entre heróis e vilões tem a necessidade de ser uma disputa acirrada, entrega uma emoção maior ao público. E vindo da DC esperamos os melhores e mais sombrios dos vilões. 

“Aquaman” demonstra como desde que a DC de desvinculou de Nolan houve um decaimento na qualidade das obras. Por maior que tenha sido o passo em direção do melhor, e garanto foi significativo, há muitos fatores que precisam estar em sincronia para um filme atingir a excelência.

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