Crítica | Homem de Ferro 2
Temos aqui mais um exemplo daquele papo clichê de que uma continuação tende a não ser tão boa quanto o seu antecessor. Bom, Homem de Ferro 2 não chega aos pés do primeiro. O arco da história é basicamente o mesmo e a fórmula é reciclada, mas a questão aqui é o quão importante ele se tornou dentro do universo Marvel e tudo que viria a seguir.
Na iminência do sucesso de dimensões estrondosas que a MCU viria a ter, Homem de Ferro 2 abdicou de contar a sua própria história para introduzir ao mundo aquilo que, uma hora ou outra, deveria começar a acontecer. O filme possui diversas referências; aparições de Nick Fury; da S.H.I.E.L.D; a primeira manifestação da Viúva Negra; além do escudo do Capitão América e o martelo do Thor. Em algum momento essas informações deveriam aparecer. Se poderiam ter ocorrido de forma mais sutil? Talvez. Mas o encargo ficou com quem não se importaria de faze-lô.
Robert Downey Jr. novamente dá um show a parte. A humanização do personagem no primeiro filme contrasta com um Tony Stark mais arrogante, egocêntrico e ácido do que nunca.
O fato é: Downey Jr. é tão ótimo que tira o foco de não termos uma história propriamente dita do Homem de Ferro aqui, mas sim um prelúdio para o que seriam os Vingadores. O mundo, desde que tomou conhecimento sobre o Homem de Ferro, e do ser humano por baixo da armadura, adquiriu um senso de segurança e tranquilidade em relação a ameaças, o que não aconteceu com o próprio herói, que enfrentava a possibilidade de morrer se não criasse algum novo elemento químico que pararia a intoxicação que o ''Reator Arc'' causava em seu sangue.
Há uma ótima premissa a ser desenvolvida e algumas boas atuações de Sam Rockwell (Justin Hammer) e Mickey Rourke (Ivan Vanko), que, mesmo não sendo vilões ameaçadores ao nível de Jeff Bridges, ainda se saem bem aqui, e o mesmo pode ser dito de Don Cheadle (Máquina de Combate), que é o lado sensato de Tony Stark durante o longa e um grato destaque.
A conclusão de tudo isso é que, novamente. a qualidade do filme poderia aumentar drasticamente se ele tivesse mais tempo para contar sua própria história ao invés de preparar tanto terreno para o futuro. Poderia ter acontecido de forma mais sutil e melhor distribuída entre seus filmes? Sim poderia, mas o gosto de quero mais que fica aqui também é inegável, tanto para a história de Stark quanto para todas as informações dadas sobre os Vingadores.
Homem de ferro foi a melhor maneira de começar essa longa jornada da Marvel, e Homem de Ferro 2 foi quando tivemos o primeiro grande passo na direção de onde nos encontramos hoje. É divertido como esperávamos que seria, o que não esperávamos era que fosse um filme com tantas coisas que não são sobre o gênio, bilionário, playboy e filantropo.