Crítica | Drake - What a Time To Be Alive
"What a Time To Be Alive" é o álbum conjunto entre dois dos maiores superstars da atualidade, combinando suas forças, mesmo que não potencializando elas ao máximo.
A parceria Drake-Future rendeu um álbum de 11 músicas embrulhadas numa bela capa, que já dá o tom mesmo antes do play. Apenas ao saber que ambos entraram em um estúdio juntos você já consegue ter uma ideia do produto que sairia, tanto sonora como liricamente. Apesar de serem talentosos, Drake mais que Future, claramente, seus assuntos tendem a ser os mesmos desde o início de carreira e aqui não é diferente.
"Digital Dash" e "Big Rings" introduzem respectivamente Future e Drake aos ouvintes como as duas primeiras faixas, ambas repletas de braggadocious com tiradas muito inteligentes, e beats carregadas de ânimo que parecem traduzir o lifestyle da dupla em pianos com detune e 808’s.
O projeto, na verdade, é fruto de uma viagem de 6 dias de Drake a Atlanta, a cidade natal de Future, e o que era pra ser um single conjunto, virou um álbum, não à toa Drake aqui foi ofuscado por Future na maioria das músicas. "Digital Dash", inclusive, já estava pronta quando Drake adicionou as suas vozes, "Scolarships" e "I’m The Plug" parecem ter saído das sessões de "Honest", em contraparte "Jumpman" e "Plastic Bag" prenunciam o que seria o próximo álbum de estúdio de Drake.
A produção impecável do já legendário jovem produtor, Metro Boomin’, é sem dúvida o maior destaque no álbum, os Hi Hats em ritmos tercinados e 808’s ondulantes, característicos do produtor, foram a estrutura principal do álbum, desviam a atenção do ouvinte, fazendo-nos esquecer o quão clichês e pouco interessantes são a maioria dos versos de Future. A falta de relevância nas faixas incomoda quem esperava mais do canadense nessa parceria.
Drake é um nome grande demais para fazer projetos onde figura quase como secundário.
"What a Time to be Alive" é um ambicioso projeto com um bonito acabamento, acima da média para os padrões de Future, mas ainda assim muito abaixo se tratando de Drizzy, que pela primeira vez se aventurou pelos ares do Trap e gravou um projeto inteiro longe dos estúdios da OVO e sem a presença sempre constante de 40.