Crítica | Drake - Nothing Was The Same

Não só de baladas tristes é feito um bom disco de Drizzy Drake, "Nothing Was The Same" vem com versos mais pesados e rimas mais agressivas para entrar de fato na briga pelo trono do Rap. 

Os singles “Started From the Bottom” e “Worst Behavior” já nos davam grandes indícios da mudança drástica que "Nothing Was The Same" traria a carreira de Drake, finalmente se afastando do rótulo R&B e sendo levado a sério como um rapper de reputação mundial. 

O álbum inova de uma forma onde Drake se nega a ficar na zona de conforto, se nega a ser o cantor triste e coração mole de R&B, sua direção é outra e como ele mesmo fala em “Too Much”, ele quer o topo, ser o melhor, o número um. Vamos ser francos, nós, aqui em 2018 sabemos que ele não atingiu esse objetivo ainda, e muito dificilmente vá atingir algum dia. Mas a perspectiva com o lançamento de "Nothing Was The Same" era ambiciosa. 

Nenhum álbum de rap foi tão consistente e harmônico quanto "Nothing Was The Same" no ano de 2013, e não foi à toa que o álbum foi um sucesso comercial sem precedentes.

“Furthest Thing” acrescenta novos elementos de 808 e sample à fórmula que foi bem-sucedida em "Take Care", “Started From The Bottom” junta todos os ingredientes para um hit do artista, “From Time” é uma linda balada minimalista com os vocais estonteantes de Jhene Aiko e um storytelling muito bem feito do canadense. A segunda parte de “Worst Behavior” é onde a ficha caí, o divisor de águas entre o old-Drake e o new-Drake, e “Hold On, We’re Going Home” é um hino R&B que equilibra o álbum justamente em sua metade.

Seu verdadeiro potencial é visto na maravilhosa faixa “Worst Behavior”, talvez o ponto mais alto do álbum em relação as habilidades líricas e de flow de Drake.

Alguém já ouviu algum feature ruim de Sampha? Pois eu não, em “Too Much” Drake fala sobre seu perfeccionismo e o trabalho exaustivo na caminhada ao topo do hip-hop, “Come Thru” é uma faixa nostálgica com backing vocals exuberantes dos compatriotas e parceiros de OVO do PARTYNEXTDOOR. "Pound Cake" é uma espécie de "Cameras / Good Ones Go" com a colaboração de Jay-Z.

Regularidade é a palavra chave para nivelar esse álbum acima de outros já citados, como todos os álbuns de Drake, é um álbum longo e diversificado, ainda não tão diversificado quanto os dois últimos que contem forte influência de dance music, mas flutua perfeitamente entre o Drake mais em contato com os seus sentimentos e o Drake cético que disputa o trono do hip-hop.

8.7

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