Crítica | Drake - Take Care

Take Care foi o maior sucesso comercial entre todos os discos de Drizzy, não à toa sua confiança está nos níveis mais altos nesse projeto. 

Um gênio uma vez disse na sessão de comentários do YouTube que introduções com toques de celulares ou vibração são prenúncios para músicas sentimentais de Drake, dado ao maior número de introduções conceituais nesse disco, e acho que ninguém pode discordar que esse álbum é o sad R&B songwritter em acrílico e papel. 

"Take Care" foi muito bem sacado e trabalhado por Drake e 40 (produtor), que foi muito feliz na escolha das sequencias. O álbum apresenta não só 19 boas músicas, mas nos introduz a uma aura. Clubes de strip, noites mal dormidas, dores de cotovelo e términos conturbados, Drake nos teleporta a todos esses cenários e situações na maioria das faixas, nos deixa imerso nesse mundo proativo e de total caos que ele faz tanta questão de ostentar nas músicas desse álbum.

Em “Lord Knows”, Drake nos lembra de uma verdade brutal sobre o business musical, tudo é completamente mutável e quem entender o seu espaço no jogo, sobrevive, caso contrário, desaparece. Drake entendeu com tranquilidade seu o espaço e se projetou um nível acima no seu segundo álbum de estúdio.

A produção é cuidadosa e perfeccionista nesse disco, anos luz a frente de “Thank Me Later”, órgãos com reverb, snares com delay, arranjos de Rhodes com guitarras limpas. Ambiência é a palavra que descreve a produção instrumental e também explica parte da aura do álbum, várias camadas de ambiência espacial fazem o truque.

“Over My Dead Body” apresenta o compasso lento do álbum, mas Drake em momento algum deixa isso ser um problema. A storytelling muito mais afiada nesse disco e alguns vocais alinhados do rapper ajudam as duas primeiras faixas a introduzir o conceito do álbum.

O primeiro single, “Headlines”, mostra a “overdose de confiança” que Drake vivia no momento, como o mesmo afirma na faixa, consequência da boa recepção de “Thank Me Later”. A deslumbrante balada “Marvin’s Room” faz qualquer um reviver aquele “Alô Sumida” para a ex que a gente se arrepende até hoje. Em contrapartida “Lord Knows” e “Shot For Me” são duas das letras perturbadoras que nos fazem sentir pena das musas inspiradoras.

“Cameras / Good Ones Go” é uma música enorme para os padrões de Drake com 7 minutos e 15 de um bom medley que nos deixa entretidos mesmo com o flow não tão versátil nessa faixa. Andre 3000 faz uma aparição memorável em “The Real Her”, uma das melhores músicas do álbum.

Take Care é um passo corajoso e em cheio de Drake, a dificuldade de fazer um álbum de 19 faixas soar coeso e equilibrado é gigantesca, quem produz sabe o quão é difícil fazer um conceito soar tão vivo quanto foi apresentado em Take Care.

8.5

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