Crítica | Predadores Assassinos

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Grande parte do que faz de um filme bom ou ruim é o que você espera dele ao entrar no cinema. No caso de “predadores assassinos”, isso é uma verdade absoluta.

Entrei na sessão da cabine sem absolutamente nenhum background sobre o longa, para ir sem nenhuma influência ou expectativa, tanto negativa quanto positiva. Não sabia o nome do diretor, a sinopse, a duração, qual o elenco, não vi o trailer: só vi o pôster e o nome. A partir de ambos, pude presumir que deveria ser um filme de terror ou ação leve, no melhor estilo blockbuster. E eu estava certo! Quem diria.

“Predadores Assassinos” se passa na Flórida em meio a um furacão de categoria 5. Quando a população está sendo evacuada, Haley, que não tem notícias de seu pai, decide ignorar as instruções da polícia e vai procurar ele em meio a uma área já isolada. Lá, ela se depara com o desafio de salvar seu pai antes que as águas tragam à tona a ameaça dos jacarés locais. O filme é relativamente curto, durando apenas 1h27min, e não pede muito do espectador. Basta ignorar os problemas, e você pode ter um bom entretenimento aqui.

Como a vasta maioria dos filmes desse subgênero, ele está longe de ser perfeito. Nada aqui é revolucionário, existem diversos clichês e facilitações narrativas. Porém, cumpre a missão a que se dispõe a realizar.

Entre as falhas do filme está a quantidade de decisões ruins tomadas pelos personagens, que são claramente necessárias para movimentar a história, assim como alguns desafios que são resolvidos com maior facilidade. O roteiro também é sofrível: preste atenção na quantidade de exposição barata que há sempre que Haley fala com sua irmã no telefone. As atuações de alguns figurantes também são apenas operantes.

Contudo, o saldo que eu tirei de “Predadores Assassinos” ainda foi positivo. Como disse, fui sem nenhum background. Isso baixa as expectativas, mas também livra dos preconceitos. As atuações de Kaya Scodelario, Barry Pepper são competentes, a trama geral funciona para o gênero, os efeitos especiais e a cinematografia são respeitáveis.

O filme possui todos os requisitos básicos para prender a atenção do espectador e lhe manter tenso durante sua duração. E faz essa tarefa muito bem.

Se você precisa de uma hora e meia de escapismo em forma de ação, alguns sustos e bastante tensão, este é o filme. Não faz sentido ficar olhando as minúcias técnicas de “Predadores Assassinos”, pois esse não é seu objetivo. O objetivo do longa é contar uma história tensa e lhe envolver, sem disperdiçar quase nenhum minuto com enrolação desnecessária. Além disso, ainda merece o reconhecimento por ter uma protagonista feminina que, mesmo sendo jovem, atendendo aos padrões de beleza hollywoodianos e passando quase que todo o filme na água, não é sexualizada.

“Predadores Assassinos” não é excepcional em nada, mas cumpre com total competência seu objetivo principal. Um filme pra ver sem olhos críticos: apenas compre uma pipoca e entre no cinema com a garantia de esquecer seus problemas por uma hora e meia.

6

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