As 10 Melhores Músicas de Michael Jackson

11 anos atrás, a maior estrela da história da música chocaria o mundo mais uma vez.

E quem diria que não seria a última.

Após mais de uma década desde a morte do Rei do Pop sua influência na música continua inigualável, assim como sua onipresença na cultura popular seja por meio de seu legado artístico ou de sua vida conturbada. Infelizmente, este último continuamente acaba ofuscando o primeiro, como se a mídia ainda estivesse tentando entender como um jovem negro se tornou o terceiro artista a ser “mais popular que Jesus”

O triste é que, diferentemente de seus contemporâneos, Michael teve uma discografia pequena. Com álbuns que “duravam” anos, não é como se qualquer coisa que fizesse não visasse grandeza e recordes, os quais mantém vários até hoje. “Thriller” ainda é para sempre será o álbum mais vendido da história da música; “Bad” foi o primeiro (“Teenage Dream”, de Katy Perry o único outro) a ter cinco de seus singles no topo da Hot 100; “Dangerous” é o álbum mais vendido do praticamente extinto New Jack Swing; “History” é o álbum duplo mais vendido da história enquanto “Blood On The Dance Floor” é o de remixes.

Porém, hoje vamos falar apenas das músicas de um artista que tinha a rara habilidade de criar composições atemporais, que continuam vivas até hoje. E antes da lista em si, algumas menções mais do que honrosas:

Off The Wall, Human Nature, Thriller, P.Y.T., Smooth Criminal, Dirty Diana, Remember The Time, In The Closet, Who Is It, Earth Song.

E agora sim, estas são as 10 melhores músicas de Michael Jackson:


10 | Bad

O álbum “Bad” sofreu por ter a maior expectativa da história da música, após o sucesso até hoje inigualável de “Thriller”, que já havia se tornado na época o álbum mais vendido de todos os tempos.

Com um vídeo dirigido por Martin Scorsese - quem melhor, não? - “Bad”, o single, deu entrada a uma nova era da carreira de Jackson, se afastando do som mais natural e dançante de seus dois primeiros álbuns em busca de uma temática mais agressiva tanto lírica, quanto musicalmente.

Inspirada em uma história real de um jovem da periferia que havia conseguido uma bolsa de estudos em uma escola longe de casa - história coberta no vídeo -, “Bad” bate forte, sendo uma versão pop/funk e ainda mais aguda de “Beat It” que, surpreendentemente, continua atual mais de 30 anos depois de seu lançamento. Imortalizando a frase “Who’s Bad” na cultura popular, é uma de suas canções mais instantaneamente reconhecíveis.


9 | leave me alone

O último single de “Bad” é também o menos popular desta lista, figurando facilmente como a música mais subestimada da carreira de Jackson.

“Leave Me Alone” foi uma das primeiras vezes onde ele abertamente endereçou as polêmicas que criavam em torno de sua imagem, as representando no genial vídeo. Quando o coro, cantado por ele mesmo, repete a frase do título, percebemos a mistura de emoções que estão presentes em sua voz: durante os versos e pontes, ele canta com dentes serrados para então ir aumentando a nota cada nova repetição da frase que não poderia ser mais direta.

É uma música sobre a paranoia que permeou a maior parte de sua carreira, um aviso e um pedido, quase desesperado, para que pudesse ter a única coisa que jamais conseguiu: Paz em meio a solidão do mundo que criou em sua volta.


8 | Scream

Basta olhar para as paradas musicais hoje e se percebe que a grande maioria dos hits de sucesso tem dois, três, ou até mais artistas colaborando para aumentar as chances de venda e alcance de seus singles. Assim, ao olharmos para trás percebemos que Michael jamais cantou com Prince ou Madonna, e suas colaborações com Paul McCartney e Stevie Wonder não coincidiram com o auge artístico destes dois.

Por isso, o primeiro single de “History” é tão especial. Ao colocar Michael e sua irmã, Janet, lado a lado, tanto a música como o vídeo se beneficiam do carisma imensurável de dois seres humanos que jamais conheceram uma vida normal e agora cantam sobre como toda essa pressão então afetava suas vidas.

Com um refrão simples, mas abrilhantado pela raiva reprimida na voz dos dois, “Scream” é uma música forte e irreverente, mas que, no fundo, traz uma mensagem comovente dos irmãos mais talentosos da história da música.


7 | Wanna Be Startin’ Somethin’

A primeira música de “Thriller” é perfeita por trazer a mesma textura de “Off The Wall”, o álbum, e tingi-lo da paranoia e obscuridade que tomariam conta do novo projeto.

“Wanna Be Startin’ Somethin’” é a primeira música de sua carreira a sugerir sua relação conturbada com a fama, um exemplo do estilo heterodoxo de Jackson de escrever e mais um exemplo de suas incríveis habilidades vocais.

Além, é claro, de popularizar uma frase que até hoje reverbera em diversas composições, de Rihanna a Kanye West, por mais que ninguém saiba o que “mamase mamasa mamakusa” signifique.


6 | Man In The Mirror

Vários artistas Pop tentaram, ao longo dos anos, misturar sua arte com suas ações caridosas. Um exemplo famoso, e recente, dos resultados é Drake e “God’s Plan”. Pois é.

“Man In the Mirror” é o tipo de balada soul que não vemos mais hoje e, apesar de sua mensagem ter se tornado datada com o tempo, não é como se fosse menos importante e relevante em um mundo marcado por injustiças, desigualdades e brutalidade.

Alie isso à uma das melhores performances vocais da carreira de Michael, e temos um de seus melhores e mais importantes singles.


5 | Stranger in Moscow

Me enganei em “Leave Me Alone”, esta é sua música mais subestimada.

Dentre os temas mais abordados em sua música, nenhum foi tão predominante, e talvez tão preocupante, como sua solidão. Nenhuma de suas composições a evidencia tanto quanto esta linda, mas assombrosa balada de “HIStory”, onde as letras esquisitas explicam menos suas emoções do que sua performance, próxima do choro, e que a rebuscada e atmosférica produção que te transporta para o solitário lugar onde ele se encontrava no momento.

Um crítico, à época, comentou sobre como, aqui, era o verdadeiro gênio e, provavelmente, sua verdadeira personalidade. O homem, perdido no artista, escondido por trás da estrela. É uma pena que não pudemos ver mais dele.


4 | Don’t Stop Till You Get Enough

O primeiro grande hit de sua carreira é também uma de suas músicas mais impressas na cultura popular. As chances são que, mesmo nunca a tendo ouvido, você conhece a sessão de cordas que a iniciam.

É também a música (e o vídeo) que marcou seu amadurecimento como artista, além de introduzir diversas das características e técnicas vocais que ele tornaria suas ao longo dos anos. Além disso, introduziu temas mais adultos à suas letras que, caso não tenha prestado atenção, falam sobre a descoberta sexual de um artista antes conectado com sua imagem de vocalista principal do Jackson 5.

Mais de 40 anos depois de seu lançamento, “Don’t Stop Till You Get Enough” continua vibrante e irresistível, é simplesmente impossível ficar parado quando a música toca.


3 | Beat It

Quatro décadas antes da música Pop ser tomada por jovens que preferem mostrar seu lado sentimental do que disputarem qual deles tem mais masculinidade, Michael Jackson já havia conquistado o mundo com uma música que, sonoramente te deixa irado, mas tem em seu núcleo uma mensagem anti-gangue, falando que ser homem é algo completamente diferente do que o estereótipo indica.

“Beat It” é um verdadeiro Tour de Force, uma música de Rock com os vocais R&B do então melhor vocalista do planeta, que invoca todos para as ruas ao passo que os crítica por agirem da forma que agem, como se quisessem se provar para outras pessoas. O riff de guitarra de Eddie Van Hallen se tornou icônico e reverenciado em todas as esferas do Rock and Roll - e como reza a lenda, um dos monitores pegou fogo no momento da gravação.

Foi um dos principais motivos de “Thriller” se tornar o álbum mais vendido de todos os tempos, além de pavimentar o caminho para a absoluta revolução dos videoclipes, que Michael solidificaria mais tarde com “Thriller” (o single). Uma de suas músicas mais imortais, “Beat It” conseguiu o que vários clássicos do Rock falharam, continuar interessante para jovens que, hoje, sabem que não precisam esbanjar masculinidade para se sentirem homens.


2 | rock with you

Falei isso em diversos dos textos neste top, mas é porque não acho que tenha um elogio mais apropriado às melhores músicas de Michael Jackson do que sua atemporalidade. E se alguma de suas músicas mais se beneficiam dessa magia, é um de seus primeiros hits e, também, um dos últimos da era Disco.

“Rock With You” é a mistura perfeita de R&B e Pop, uma balada que sobe o suficiente para se tornar excitante, mas que jamais perde a sensação de groove. Apesar de soar como veludo para os ouvidos, Quincy Jones constrói uma produção intrincada e repleta de elementos que passam batido graças ao encantamento da composição, mas que contribuem para este efeito.

Apesar de não ter sido escrita por ele, a performance daquele jovem Jackson, contrastando com o outro grande hit de “Off The Wall” (duas posições acima), toma conta da canção e comprova sua versatilidade que, ali, o coroava como o melhor cantor do mundo no momento. E ao ouvir “Rock With You”, duvido que qualquer de seus contemporâneos tenha confrontado essa constatação.


1 | Billie Jean

Um dos momentos mais importantes da história da música tomou lugar em Maio de 1983, quando Michael Jackson apresentou “Billie Jean” ao vivo pela primeira vez.

Em um especial de 25 anos da Motown Records, assistido por mais de 50 milhões de pessoas, Michael exigiu que, além de cantar os maiores hits com os irmãos, iria introduzir uma performance de seu novo hit, que não pertencia à Motown. Era difícil falar que não. O resultado foi uma sequência que se tornaria tão famosa que a música seria sempre associada àquela especifica apresentação e, mais ainda, ao moonwalk que Jackson tomaria conta e rebatizaria.

Ali foi quando todos se deram conta de que estavam assistindo a algo especial, diferente, um artista que inovara não apenas musical e visualmente, mas que criava uma nova forma de se apresentar uma canção. Michael fez playback no dia, pois não estava confiante de que a banda da Motown iria conseguir reproduzir “Billie Jean” da melhor forma, mas isso não diminui em absolutamente nada a magia daquele momento porque a verdade é que “Billie Jean”, a música, jamais será melhor de qualquer forma se não sua original.

A linha de baixo é o que mantém tudo no lugar, te prendendo no momento em que começa, mas a quantidade de elementos ao redor e os vocais de Michael - que, reza a lenda, gravou tudo em um único take - tornam esta uma de suas composições mais complexas e um de seus hits mais inusitados: uma canção sobre uma garota que clama ter um filho seu, ficou sete semanas no topo da Billboard Hot 100.

Aclamada como uma das melhores músicas dos anos 80, e de todos os tempos, não há outra resposta possível quando o assunto é a melhor de sua carreira. “Billie Jean” foi o que o transformou na maior estrela da história da música Pop, e não por acaso. E percebam que, por mais hiperbólico que tenha sido este último parágrafo, nada parece exagerado ou fora de lugar.

Afinal, esta é a melhor música de Michael Jackson.


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