Crítica | Adoráveis Mulheres

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A quinta adaptação cinematográfica do livro homônimo de Louisa May Alcott chega até nós agora pela visão de Greta Gerwig.

Acompanhamos os anseios, desejos e medos de quatro irmãs que, durante a Guerra Civil americana, tentam encontrar seus respectivos lugares no mundo enquanto mulheres e artistas que adentram a vida adulta.

A protagonista Jo (Saoirse Ronan) é uma excelente escritora que luta para conquistar espaço no mundo editorial, Meg (Emma Watson) é atriz porém sua maior preocupação é casar-se, Amy (Florence Pugh) compartilha da ambição artística de Jo, porém na pintura, mas também preocupa-se com o matrimônio assim como Meg, e Beth (Eliza Scanlen) é a irmã caçula, uma ótima pianista e o laço entre todos os personagens do enredo.

A narrativa se estrutura de forma não-linear, indo e voltando entre épocas e lugares. No entanto, a obra não usa dos elementos visuais tradicionais ultra didáticos como letterings. Há uma fluidez estranhamente natural que permite que o espectador transite de forma fácil entre as linhas temporais do filme. A montagem e a fotografia trabalham bem para diminuir e acelerar o ritmo do filme de acordo com a carga emocional de cada cena.

Apesar da discussão principal do longa ser sobre a independência e união feminina, a impressão que fica é que o filme chegou anos atrasado ao cinema. A forma como os conflitos são retratados funcionaria bem em 2015, mas em 2020 as preocupações das irmãs March são facilmente resumidas em: casar ou não casar com um homem rico? E o foco constante nessa questão, principalmente no triângulo amoroso entre Jo, Laurie e Amy, faz o filme se distanciar de seu próprio propósito. Ainda bem que há Meryl Streep como alívio cômico!

“Adoráveis Mulheres” tenta trazer uma reflexão acerca dos direitos de escolha de uma classe de mulheres, porém de forma obsoleta e ultrapassada, fazendo com que os quesitos técnicos e a atuação do elenco tenham mais destaque do que a história em si.

6

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