50 Anos de Hey Jude
1968 foi talvez o ano mais importante da carreira da banda mais influente do mundo, os Beatles. No meio da produção de um dos álbuns mais ambiciosos de sua discografia, o "White Album", os garotos de Liverpool estavam no meio de um conflito caótico, sem conseguir um consenso sobre o futuro da banda. O Fab Four se encontrava completamente perdido após a morte do seu empresário Brian Epstein.
As sessões do álbum branco nasceram do descontentamento e da frustração dos integrantes, o que deu margem para uma grande porcentagem de músicas mais experimentais, no limite do aceitável para o grande público. Muitas delas não passaram no teste, "Revolution 9", por exemplo é uma música que deixa uma pulga atrás da orelha de fãs e curiosos até o dia de hoje.
Em uma dessas sessões nasceu “Hey Jude”, uma música “radio-friendly” e positiva, o que os fizeram optar por escolhe-la como single. No lado B, fazendo o contraponto, "Revolution", de Lennon. Segundo Paul, o autor da canção, a música foi trabalhada durante muito tempo e teve vários arranjos, mas o take final aconteceu no dia 31 de julho, no Trident Studio, em Soho.
O famoso gran piano de McCartney abre a música junto com a melodia, sem nenhum outro instrumento pela primeira estrofe, as percussões vão ficando mais intensas com o passar da música, e o rolo de entrada da bateria é fruto de uma take acidental. Ringo, que estava no banheiro, notou que a take seguinte estava sendo gravada, e correu para chegar a tempo de entrar no compasso certo.
George Martin, o quinto beatle, deu o toque final na canção, fazendo um lindo arranjo de cordas que caracteriza a música nos momentos finais, uma orquestra inteira foi utilizada nas gravações de “Hey Jude”, além de 35 vocais de apoio nos tão famosos “Na na na na”. Geroge Martin percebeu a dificuldade que os outros integrantes tinham de ler a ideia que Paul cultivava na cabeça e deu vida a uma das canções mais famosas do mundo.