Crítica | O Mistério do Candyman
Longe do genérico, o cult clássico do diretor Bernard Rose; Mostra uma comunidade marginalizada projetando seus piores medos em uma criatura mítica.
Filmes de terror da década de 90, especificamente, os do subgênero; Slasher. Abordam famosas lendas urbanas e situações em que os pilares de valores e éticas dos protagonistas são testados. Enquanto o assassino personifica o que sua consciência carrega.
Helen (Virginia Madsen) e Bernardette (Kasi Lemmons) são estudantes do programa de pós graduação; O tema de sua pesquisa é lendas urbanas. Após escutarem inúmeros relatos, se deparam com o mito do Candyman (Tony Todd). Um serial killer que age no condomínio popular; Cabrini Green, no subúrbio de Chicago.
Ainda que a cena de abertura tenha uma fórmula genérica. Inúmeros elementos que constroem a obra fogem do ordinário. A trilha sonora gótica; Criando o senso de apreensão e temor do início ao fim. Os frames com close no rosto da protagonista, quando Candyman é mencionado. Sendo a trama construída gradualmente; O primeiro contato com assassino, é apenas nos quarenta e quatro minutos. Tal como a protagonista; O espectador fica em dúvida da existência da criatura.
Candyman é negro, bisneto de escravo. Um homem altamente educado e pintor respeitado. Escolhido para fazer o retrato da filha de um fazendeiro branco, terminam por se envolver. No momento em que descoberto o caso entre os dois e sobre a gravidez. Ele é linchado e dado de comer para as abelhas. O fato de ter adquirido um status social, não o protegeu de receber o ódio e perseguição racial. Demonstrando que avanços morais podem servir como um disfarce para a intolerância. Tornando sua vingança um produto do racismo.
Sem permonizar, filmes de terror carregam um cunho social político substancial; Neste se torna a essência. Helen é corajosa e determinada. Sua maior preocupação é conseguir o furo para sua tese. Muitas vezes desdenhada pelo meio acadêmico sexista, incluindo seu marido. Independente méritos que a personagem personifica. Ela teme em ser interpretada como exploradora. Apesar de estar genuinamente preocupada com a segurança da comunidade Cabrini Green. A linha se torna tênue entre o complexo de branco salvador. Complicando o seu papel e a premissa do filme sobre pensar classe e discriminação racial, e como se entrelaça com o folclore do Candyman.