Crítica | Perdido em Marte

Talvez o diretor Ridley Scott tenha deixado seu publico fã de ficção científica um pouquinho preocupado após Prometheus, que não funcionou em nenhum sentido, então o que esperar do novo filme do diretor? Não sei o que se esperava, mas Perdido em Marte é espetacular.

Matt Damon interpreta o astronauta Mark Watney, e, mesmo diante das diversas ótimas atuações de sua vida, com toda certeza esse é o melhor trabalho do ator junto com Jason Bourne. É fácil simpatizar com o personagem logo de cara pelo simples fato dele ver o lado positivo de tudo, ser sagaz e muito inteligente mas sem nenhum pingo de arrogância, ou seja: Mark Watney deve ser a pessoa mais fantástica do universo para sentar num bar e conversar. Além de tudo isso, é interessante pensar como tal pessoa reagiria a tal situação. Você sozinho em um planeta, com suplementos limitados, sem muitas ideias de como pedir ajuda. Automaticamente vem a ideia de sufocamento e certeza de morte. Não para esse homem.

'' I'm going to have to science the shit out of this.''

Saindo um pouco do personagem principal, o elenco de apoio funciona bem mas de uma forma diferente. Conforme o filme decorre, o foco em como Damon se vira pra sobreviver em marte desaparece um pouco e passa a ser na NASA, discutindo como e quando vão salvar o astronauta. Com todas atuações boas, foi legal ver como o filme se sustentava longe do planeta vermelho, até certo ponto onde o único lugar que você queria estar era Marte. Não por incompetência de roteiro ou por atuações ruins(foram realmente todas muito boas), mas pelo simples fato do personagem principal ser tão cativante que a necessidade de saber como ele está é algo surreal.

Talvez uma das únicas coisa que o filme poderia ter trabalhado mais é que Mark Watney é talvez a pessoa mais otimista da terra, de marte e talvez do universo, e mesmo sabendo que o filme tem o objetivo de mostrar a superação humana e o otimismo de superar obstáculos, talvez fossem necessários alguns momentos a mais que mostrassem o conflito interno e o medo da morte que o personagem principal sentia, assim como na hora que voltou a falar com seu grupo e estava para ser resgatado. Neste momento até o final do filme é inevitável não se emocionar 

9,1

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