Crítica | Zodíaco

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David Fincher talvez tenha feito, em 1995, um dos melhores e mais perturbadores filmes da história: Seven. Doze anos depois, e após alguns trabalhos, o diretor voltou ao gênero que o consagrou, Thriller sobre Serial Killers, e dirigiu Zodíaco, que por mais parecido que seja com Seven, possui ao mesmo tempo muitas diferenças, como, por exemplo, uma sutileza paranoica bem mais intensa. Além de, é claro, ser uma história verídica.

O Filme conta a história da série de assassinatos que aterrorizou os Estados Unidos por uma década (e que continua não resolvida) e em como o assassino do Zodíaco instigou tantos policiais e jornalistas, ao ponto de deixá-los paranoicos, como é o caso de Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), Paul Avery (Robert Downey Jr.) e do inspetor David Toschi (Mark Ruffalo). É tamanha a paranoia que não se limita aos personagens principais do filme, tomando conta por completo do telespectador.

É interessante perceber, depois de ver o filme, que houveram momentos que você estava buscando detalhes onde não existiam ou estava sendo induzido à ver coisas que não seriam de tanta importância se você não estivesse tão engajado no filme. Tudo resultado da maestria de David Fincher em criar suspense. Por outro lado, vão haver momentos onde você vai se afastar ao máximo da tela por medo e com arrependimento de ter acompanhado e ido tão fundo no caso. Tudo resultado das atuações excepcionalmente intensas do seu trio principal, com destaque para Gyllenhall. O ator é um dos meus favoritos e mostra aqui toda sua competência, passando insegurança e inocência de forma extremamente perspicaz, porém contida.

O esforço de Fincher e de toda equipe para fazer esse filme baseado em tudo que aconteceu na vida real é algo inacreditável. Cenários, roupas, localização, datas, depoimentos e até o jeito que os corpos eram encontrados. Tudo é perfeitamente igual ao caso real. Acredite em mim, pois, particularmente falando, não é algo prazeroso de se pesquisar. Mas cada louco com suas loucuras.

Zodíaco possui, além de tudo, edição e ritmo impecáveis. É o perfeito exemplo de longo mas não demorado. 3 horas podem parecer demais, e para alguns podem até ser, mas, quando narradas de um jeito inortodoxo, são extremamente recompensadoras.  Hipnótico e brutal, é importante saber que possui uma das cenas mais tensas da história do cinema. É o ''Baseado em fatos reais'' mais assustador que qualquer filme de terror.

 

9,7

 

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