Crítica | The Bold Type (1ª Temporada)
Como uma combinação perfeita entre "O Diabo Veste Prada" e "Sex In The City", a série mostra e nos faz entender todos os dilemas e nuances de ser mulher.
A fórmula por trás de "The Bold Type" é simples: garotas na casa dos 20 vivendo na cidade de Nova York enquanto trabalham em uma revista de moda. Nada novo para a TV americana. Porém, por trazer personagens verossímeis e problemas que afligem não só a pessoa, mas também a sociedade, é que a série se destaca das demais.
Criada por Sarah Watson, a primeira temporada nos apresenta o trio de amigas composto por Jane Sloan (Katie Stevens - "Faking It"), Sutton Brady (Meghann Fahy - "Armas na Mesa") e Kat Edison (Aisha Dee - "Chasing Life"). Cada uma tem seus próprios conflitos, o que faz com que cada episódio tenha sempre 3 tramas que nem sempre estão interligadas, mas que agregam fatores importante ao arco de cada uma durante a temporada. Tais conflitos transitam entre suas vidas pessoais, profissionais e amorosas.
Para a sorte das protagonistas, Melora Hardin interpreta Jaqueline Carlyle, editora-chefe da revista Scarlet. Jaqueline trás consigo, e com seu título, todas as expectativas de vermos uma Miranda Priestly da era das redes sociais. Porém Jaqueline é muito mais que uma chefe, ela é uma mentora que protege, defende e incentiva suas funcionárias de forma humana e racional. A personagem é o tipo de pessoa que está em falta na nossa realidade.
A série também trás à tona problemas relevantes e atuais que estão constantemente presentes na vida da mulher do século XXI. São debatidas questões como linchamento virtual, sexualidade e religião, assédio sexual no ambiente de trabalho, imigração e xenofobia, câncer de mama e escolhas entre carreira e relacionamento. E isso tudo em apenas 10 episódios! Episódios que, em sua maioria, surpreendentemente são escritos por mulheres! Digo que é surpreendente, pois, por mais que o feminismo e os diversos tópicos que ele aborda estejam em alta, ainda continuamos recebendo estes produtos feitos e escritos por homens.