Crítica | A Bela e a Fera
Com os remakes de "Cinderela", "The Junglebook", e "Meu amigo, o Dragão" se concretizando como ótimos filmes e sucessos de bilheteria, era questão de tempo até o primeiro filme animado que alcançou uma indicação ao Oscar de melhor filme e a ultrapassar a marca de 100 milhões em box office receber sua versão em Live Action.
A fidelidade às versões originais em que a Disney aposta ao fazer esses remakes é algo fundamentalmente preciso. "A Bela e a Fera" não é um filme tão antigo quanto os outros três, e uma geração de fãs, que ainda é jovem, cresceu (e ainda cresce) cantando e se encantando com as músicas do filme. Não é como se fosse necessária uma nova versão da história, mas já que ela passaria a existir, que não fosse tão ousada a ponto de mudar algo, apenas pelo balbucio de ser original. E é em meio aos vislumbrante cenários, animações digitais, figurino, maquiagem, seu ótimo elenco, e, felizmente, sua semelhança narrativa, que nova versão do gigante filme da Disney encanta assim como seu antecessor.
Emma Watson é perfeita para o papel. Simplicidade e inocência juntos a ânsia de se libertar do pacato local em que vive reproduzem uma bela sem erros. Gaston, arrogante e cheio de si é interpretado também de forma excelente por Luke Evans. Dan Stevens, um dos meus atores favoritos no momento (Legion) interpreta uma Fera diferente da original, cuja própria ignorância e falta de compaixão o levaram a ser amaldiçoado. Ele sabia o porque, e o reconhecimento de seus erros levaram o personagem a uma descoberta de si, dando espaço a um processo de reconquistar todos a sua volta, inclusive nós.
O tão discutido fato de Le Fou ser gay se faz percebido durante o filme inteiro, o que é muito engraçado, porém só se faz concreto durante um pequena parte de seu final. Mas, convenhamos que, em todo momento que o personagem aparece, sendo em qualquer uma das versões, um gigante ''Eu te amo, Gaston'' aparece disfarçado de '' quero ser como você''.
Musicalmente falando, o filme cumpre todas as expectativas em ser o mais conservador possível. Se há algo que não deveria ser mudado são as partes musicais. Cores, coreografias, o mesmo compositor do filme de 91 trabalhando aqui e seus atores desempenhando perfeitamente seus números é algo para se apreciar.
A "Bela e a Fera" é exatamente aquilo que deveria ser. Um tributo aos seus fãs que e aos que gostam de cinema e sempre imaginaram como seria tal filme na ''vida real''. Claro que, como esperado da maioria dos remakes, ele não alcança em qualidade o filme animado; mas, em meio de suas imperfeições, sentimentos são realmente como uma canção para "Bela e a Fera".