Crítica | Meu Ex É Um Espião
Sim, essa é mais uma comédia com tema de espionagem.
Audrey (Mila Kunis) e Morgan (Kate McKinnon) são duas melhores amigas que se veem dentro de uma conspiração internacional quando o ex-namorado de Audrey, Drew (Justin Theroux) invade o apartamento das duas, tendo vários assassinos atrás dele. Tudo isso acaba se desenrolando em uma viagem pela Europa, fugindo de diversos grupos mafiosos e tentando salvar o mundo.
Certamente, por conta de a direção ser feita por uma mulher, Susana Fogel, as personagens principais nunca acabam caindo em um estereótipo feminino sem graça e inclusive protagonizam momentos de bastante empoderamento. No entanto, a diretora peca nas edições, principalmente quando mostra flashbacks do passado, aonde, muitas vezes, acabam sendo colocados em momentos aleatórios, sendo mais uma justificativa para nos apegarmos ao relacionamento que Audrey e Drew tiveram.
As cenas de ação são bem executadas, sendo bem explicitas e violentas, mas parecem não estarem bem encaixadas entre os momentos cômicos do filme. O tema espionagem também não tem o desenvolvimento tão profundo, prejudicando um pouco a trama e ficando mais como plano de fundo para a comédia, que consegue divertir o espectador, apesar de algumas vezes, por ter piadas fora do tempo, acabar cansando um pouco.
As atuações de Mila Kunis e Kate McKinnon são ótimas, principalmente McKinnon, que rouba a cena muitas vezes e se torna uma personagem importantíssima para o humor do filme, sendo ela quem carrega a parte cômica praticamente sozinha. Kunis tem uma atuação boa e convence como Audrey, mas não mostra nada de novo ou surpreendente em seu trabalho. No entanto, a química demonstrada entre as duas atrizes é excelente, convencendo o espectador daquela amizade onde uma morreria pela outra, sendo essa relação o principal tema da comédia.
Sam Heughan, que interpreta o agente da M16, Sebastian, não tem um trabalho muito difícil, além de estar ali para fazer algumas cenas de ação e ser o galã do filme, apesar de cumprir bem este papel. Justin Theroux também está bem com o seu Drew, mas acaba sendo bem esquecido (justamente com Heughan ) quando Kunis e McKinnon entram em cena.
O roteiro e a premissa do filme são simples, mas, talvez, por quererem mostrar muitas coisas ao mesmo tempo, acabam falhando no desenrolar da história e adicionando situações desnecessárias e reviravoltas muito mal explicadas. Inclusive, o longa poderia ter facilmente alguns minutos a menos de duração, pois acaba exaurindo quem está assistindo.